Coleção pessoal de DauriomarRamalho
Lua
Caminhando lente
Chegando devagarinho
Nunca te vi ficando
Olhei para te piscando
Muitas vezes te vi sorrindo
Quantas vezes chorando
Te vi tão tarde chegando
Tão cedo partindo
E eu Te acompanhando
Lua, solidão
Tão só lá em cima me olhando
clareando meu nariz
Nave lunar viajando, me deixando
Tantas vezes eu te vi
Lua, redonda faz ronda
Tira e põe a sombra
Noite escura sem você
Triste olhos histrião
Lua, noite, sereno, brisa, garoa
Lua, alimento, neve tudo azul
Lua, paz e amor, bate forte coração
Lua, encanto, beleza, inspiração
Noite clara,
Grito alto,
Choro baixo,
Molha olho, solidão
Ciume, beijo, emoção
Lua, orvalho todo dia
Saudades, quando te escondes
Fico todo solidão
Lua, ruido, cupido, fluido
Te vejo só inspiração
Rima meu verso, canta um refrão
Lua, rima, cama, santa
Razão da minha poesia.
Ciclone
Deitado em minha caminha
Começo a imaginar...
E com minhas mãos entrelaçadas, embaixo de minha cabeça
Meu pensamento roda em volta das coisas em que vivo,
E começa a chover, uma chuva torrencial,
As árvores sacando suas folhas, saindo sem direção, o caule querendo se quebrar
E o vento pavoroso, aumentando, os relâmpagos cada vez mais forte e vís
Os estrondos dos trovões, tiram meu pensamento das coisas em que vivo,
O medo a tomar conte de mim
Os pingos batem tão forte na vidraça que parecem querer quebrar.
O meu medo aumenta...
O teto começa a balançar
E minha querida casinha vira 'destroços'
Na manhã, fico me maldizendo
Esta tempestade só veio derrubar meu barraco.
Não há Nada
Não há nada, e não há nada e nem um lugar
Não há nada, em mim
Não há nada em alguém e nada para me dar
Não há verde e nem esperanças já
Não há medo e nem desespero por aqui
Não há coisa nem uma que possa retroagir
Não há morte e nada à evitar
Não há flores ou o canto do sabiá
Só há pressa para sair e não chegar
Não há nada que possa ressuscitar
Só há prantos, lagrimas a jorrar
Não há nada nem preço a justificar
Só há desencantos e nada à sonhar
Não há vida para se viver
Só há o que dar de tudo para se reconhecer
Não há nada que se possa imaginar
Só há dores de tudo que foi sonhar
Não há nada
Não há tempo
Não há vida
Só há passos a caminhar.