Coleção pessoal de darkprince

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Relatos de um vivo-morto.

E mais uma vez o ceifeiro da morte veio até mim, aproveitou da minha fraqueza naquele momento para sussurrar em meus ouvidos o que eu deveria fazer.
- vamos, vc sabe onde a lamina está guardada. Eu sei que vc n a jogou fora, pois sabia q precisaria dela mais uma vez. Vc sabe o q deve fazer, vc sabe como fazer.
- eu estou triste, n suporto mais a minha vida. As pessoas n se preocupam comigo. Quem eu amo, está sorrindo ao lado de outro.
- sim, eu sei exatamente como vc se sente. Sei o q se passa em seu coração. Sei o estado q se encontra a sua alma. Mas estou te mostrando um caminho melhor. As pessoas q falam q se preocupam com vc, nem ao menos percebem toda a dor q está por trás do seu olhar.
- sim, é verdade msm.
- muitos te perguntam como vc está, mas eles nem se importam com a resposta q vc vai dar, pois vc smp fala q está bem. Se eles realmente se preocupassem com vc, eles veriam a tristeza em seus olhos, veriam toda a dor e sofrimento q emana do seu olhar.
- o q eu devo fazer então.?
- vc sabe o q deve fazer, vc já fez outras vezes. E lembre-se: eu smp estarei do seu lado.
Então eu fui até o criado mudo do lado esquerdo da minha cama, removi o fundo falso da pequena gaveta e lá estava ela, a lamina maldita. Ainda estava suja de sangue, o meu sangue. Sangue q eu derramei por aquele q um dia, jurou falsamente q me amava. E mais uma vez, assim como das outras vezes, as lágrimas escorreram pelo meu rosto. Senti uma brisa suave passando pelo meu rosto, balançando os meus cabelos. Eu sabia q n era um vento comum, as janelas do meu quarto estavam fechadas. Eu sabia q era a morte, minha vela amiga me abraçando. Ela nunca me levou para os seus domínios, mas smp esteve ao meu lado. E então eu fiz, quando eu senti o frio da morte guiando minha mão direita até a parte interna das minhas pernas, eu fiz mais uma vez. Quando eu senti o líquido vermelho escorrendo pela minha pele, por entre os meus dedos, eu me senti mais aliviado. Foi apenas mais uma marca, nada mais q isso. Uma grande e profunda marca, para fazer companhia a tantas outras. A mancha vermelha se espalha pelo lençol de linho branco. E as lágrimas vão assim, diminuindo. Minha perna parou de sangrar. Agora eu vou deitar, e descansar no colo da minha velha amiga, pois eu sei q ela smp vai estar do meu lado, até q um dia ela resolva me levar para a sua casa, o seu mundo. Um mundo onde eu n precisarei sangrar mais, um mundo onde ninguém mais vai me magoar. Amanhã, eu faço um curativo em minha perna, ponho um sorriso no rosto e vou enganar a todos, assim como eu smp fiz. Eles n se importam msm.