Coleção pessoal de darcicley
Não é o mundo que precisa deixar de se melindrar. É a sociedade que precisa aprender a respeitar o que sempre ignorou.
A educação emancipadora não ensina o que pensar, mas ensina a pensar, a desconfiar do que já foi pensado e a recusar o que se impõe como única verdade.
A grandeza de uma sociedade não se mede por sua capacidade de moldar todos à mesma forma, mas por sua disposição de abraçar as infinitas formas de ser humano.
Microagressões não são pequenos ataques. São cicatrizes invisíveis que lembram o autista de que ele precisa se justificar por ser quem é.
Respeitar o autismo é entender que não há uma única maneira correta de pensar, sentir ou se comunicar.
O mundo não foi feito para autistas, mas isso não significa que autistas precisem se moldar ao mundo. O desafio não é "ensinar" alguém no espectro a agir de maneira neurotípica, mas criar um ambiente onde todas as formas de ser possam coexistir com dignidade.
Conscientização não é só em abril!
Autismo não é um tema para uma campanha pontual ou um dia no calendário. Conscientizar-se é mudar a forma como olhamos, ouvimos e acolhemos. É abrir espaço para que todas as vozes sejam respeitadas, inclusive aquelas que não falam da forma convencional.
"Ah, mas o teu autismo é bem leve, né?"
"Todo mundo tem um pouco de autismo."
"Nossa, mas você nem parece autista!"
O que para alguns soa como um comentário inocente, para um autista pode ser um lembrete de que sua existência ainda é vista como algo a ser justificado.
Nem todo autista fala, mas todo autista se comunica. Às vezes, o silêncio é uma resposta. Às vezes, um olhar diz mais do que mil palavras. O problema não está em quem se expressa de maneira diferente, mas na sociedade que só valoriza um único jeito de ser.