Coleção pessoal de dannymshiki
Isso sempre me pareceu tão ridículo, que as pessoas pudessem querer ficar com alguém só por causa da beleza. É como escolher o cereal de manhã pela cor, e não pelo sabor.
(Margo Roth Spielgeman - Cidades de Papel)
Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resulta das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.
Meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e sou muito grata por isso.
(A Culpa é das Estrelas)
Você pode amar muito alguém, mas você nunca pode amar uma pessoa tanto quanto pode sentir falta dela.
Talvez haja alguma coisa que você tem medo de dizer, ou alguém que você tem medo de amar, ou algum lugar que você tem medo de ir. Vai doer. Vai doer porque é importante.
Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
acreditar no sonho que se tem
ou que os seus planos nunca vão dar certo
ou que você nunca vai ser alguém...
Sempre fui um pouco áspero, fechado, sempre tive dificuldade de receber amor. (…) Na verdade, eu sempre precisei de afeto, só que antes eu não admitia.
Cansei de ser gente. Dá muito trabalho marcar presença. Juntar passado, presente e futuro e misturar limão e açúcar. Seria mais fácil se a gente dissesse o que quer, como, de que jeito. Mas não. Gente nunca faz isso. Gente como eu espera que o outro saiba-descubra-perceba. Gente como você quer se sentir especial. Por que a gente quer a todo instante saber que é importante? Cansei de ser gente. Sinto que os dias passam, a pele envelhece, o coração acumula aprendizado, os pés ficam exaustos no final do dia, a vida não para de caminhar para aquele lado. No meio disso, eu. Me perdendo, achando, sobrevivendo. Porque em alguns dias a gente só sobrevive. E eu cansei de ser gente.
Me sinto, frequentemente, bombardeada por um mundo que não sei se suporto. Excessos e faltas. Sou movida por eles, por sentimento, sonho e lágrima. Tem gente que não entende meu estilo de ser e me doar. Para esses, eu digo que não vou desistir. Vou continuar, preciso continuar. Mesmo que o caminho seja cheio de lama, mesmo que pessoas-monstro apareçam: eu vou fechar os olhos e acreditar num mundo mais bonito. Eu vou abrir os olhos e viver um mundo mais bonito. Eu vou manter meus olhos na tela, meus dedos no coração e fazer do seu mundo um lugar mais bonito. Ah, eu vou!
Desocupar é a ordem. Desocupar, também, do meu coração. Cansa dar bola e se importar com gente que não está nem aí. O problema é que não mudo nunca: me ocupo de todo mundo. É por isso que sempre falta espaço aqui dentro, até mesmo pra mim. Ainda bem que o-dia-de-Maria tá funcionando com papéis, roupas e tudo mais. Um dia viro a-Maria-dos-sentimentos.
Tenho uma particularidade instigante: preciso da solidão. Gosto de pessoas, preciso delas, não sei viver sozinha. Mas sou mimada, preciso quando eu quero. Sou egoísta, gosto de ver televisão sozinha, sem ninguém falando junto. Sou chata, não gosto de dividir banheiro com ninguém. Sou espaçosa, bagunço as minhas coisas. Preciso da solidão pra ler, pra olhar para o teto, pra tirar ponta dupla do cabelo, pra fazer as unhas, pra pensar em tudo, pra fazer nada. Preciso da solidão pra ser eu mesma. Pra fazer alongamento, rir de mim, chorar comigo. Não entendo como tem gente que não abre a janela em dias nublados. Eu adoro janelas abertas, esteja um dia lindo de sol ou um carregamento de nuvens cinzas. Tenho que sentir o ar que vem lá de fora, seja ele qual for. Com seu gosto, cheiro, textura. Falo algumas coisas esquisitas como essa, por exemplo, ar com textura. Conheço cores que ninguém conhece, vejo alguns filmes que grande parte da população acha tosco. Não gosto de deixar as coisas pela metade, mas já deixei...
Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim.