Coleção pessoal de DamVob
Nem a verdade, nem o conhecimento. A única coisa que liberta mesmo, irrevogavelmente, uma pessoa, é a morte.
Farinha e água
Ou fazem um pão
Ou fazem um bolo.
Carne e sangue
Ou fazem um sábio
Ou fazem um tolo.
Todo axioma é uma mentira e não há sentido que não possa ser subvertido.
Obrigado, pós-modernidade.
O pior crente que há é o crente político. Porque ele é totalmente o oposto daquilo que um crente deveria ser, daquilo que Jesus, se algum dia tiver existido, imaginou para um seu seguidor. O crente político é o anticrente, o seguidor, em essência e matéria, do próprio Anticristo.
Quem optou por enunciar o inquestionável é, além de óbvio, desnecessário e inútil, também e acima de tudo covarde.
O patriotismo resulta de uma manipulação demagógica.
Ninguém é mais corajoso do que aquele que diz verdades indigestas a uma multidão empanturrada de amor-próprio.
Nada é mais avassalador que a autoconsciência. Uma plena perspectiva de nosso curto alcance existencial é o suficiente para arrasar o mais forte e estruturado dos seres humanos. Não à toa precisamos construir ilusões a nosso respeito, fantasias sobre almas imortais e anjos da guarda, espíritos protetores e risonhos elementais da natureza. Mas, invariavelmente, somos pegos sozinhos com nossos pensamentos, pegos por nossos próprios pensamentos, muitas das vezes, acossados como moscas na teia de nossos pensamentos sobre nossa própria, infeliz e solitária condição.
E isto pode ser insuportável.
As pessoas ainda não perceberam que não é a ideologia de um governo que mata, mas sim aquele que governa. Tanto o comunismo quanto o liberalismo seriam bons regimes, se fossem regidos por boas pessoas. Mas as pessoas são invariavelmente umas cretinas (tanto as que governam quanto as que são governadas), e os resultados disso conhecemos muito bem. Após tanto tempo e depois de tantas desgraças, ainda não percebemos que não são ideias postas num papel que matam, mas aqueles que as corrompem em sua execução.
O patriotismo é um dos estágios mais baixos da cidadania, assim como a religiosidade é um dos estágios mais baixos da inteligência.
O capitalismo é um jogo, e o capitalista é o dono do cassino. Você, pobretão miserável, pode até se considerar um capitalista, mas a verdade é que não passa de um pato que vai sendo gradualmente depenado no decorrer da vida. Você só existe pra ser rapelado, saindo da vida muito mais pobre do que nela entrou.
Em uma geração de idiotas, qualquer sujeito mediano será considerado um gênio, enquanto que os verdadeiros gênios serão tratados como loucos — por serem mentalmente inalcançáveis.
Quando se coloca um porco dentro de um palácio, as chances do palácio se tornar uma pocilga são maiores que aquelas do porco se transformar num príncipe.
O problema não está em ser de esquerda ou de direita. O problema está em ser extremista. Porque o extremista é tornado intolerante por seu idealismo fanático. Ele não vê seus opositores como pessoas. Ele se coloca acima de seus opositores na escala da humanidade. Como o mercador de escravos via um negro no século XVIII, ou como o conquistador via o indígena americano no século XVI. Não como gente, mas como inimigo ou mão-de-obra ou objeto de estudo ou mero empecilho. Nunca como um ser humano feito ele. Isso permite, em sua cabeça doente, que todas as atrocidades sejam praticadas contra seu opositor. Sem nenhum sentimento de culpa. Sem qualquer arrependimento.
O extremista é um psicopata que a filosofia cria.