Coleção pessoal de daianeescreve

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A noite cai.
E a saudade despenca no meu colo.

Não tem jeito. Você vai acabar percebendo que gosta muito mais daquele alguém do que imaginava.
Mais até do que queria ou do que suportava. E isso será bom, ou extremamente doloroso.

Aí a gente percebe que não é de ferro.
Que fica doente, carente, meio que sem forças...
Mas passa, viu?
Garanto que passa.

Queria muito ser um pouquinho egoísta.
Um pouquinho só.
Pra ver se paro de sofrer tanto com o sofrimento dos outros.
Pra ver se consigo ficar um tantinho melhor.

Bem ou mal, até os piores erros soam de maneira perfeita com você.

Meus pensamentos sempre acabam por me confundir.
Quando o assunto é você dispenso o pensar. Prefiro o sentir.

Olha, não sei se esses seus retornos são saudáveis.
Não sei mesmo.
Mas uma coisa não posso negar: eles são sempre mágicos, eletrizantes e, infelizmente, inesquecíveis.

Se a inspiração para escrever não me vem, canto.
Não que eu saiba.
Acontece que, depois da arte escrita, cantar é o que mais me dá prazer.

O estranho é que continuo sentindo uma vontade absurda de estar com você e de ter você comigo, nem que seja pela última vez.

Estou tentando ser otimista:
se as coisas estão ruins é porque já estiveram boas.

Cheguei à conclusão de que é bom dar aquela freada brusca na vida.
Se deixar tomar pela sensação de calmaria enquanto o ‘trânsito’ lá fora grita e se esperneia.
Causa um alívio, sabe.

Estive pensando e até bom darmos uma escorregada vez ou outra, que é pra ficar claro que não existem somente coisas boas. Pode até doer, mas passa. E ensina muito.

E, nessa nossa história, eu bem que sabia que alguém – eu – acabaria se machucando. Feio. Talvez seja porque me encaixar nos intervalos existentes entre você e ela não seja o suficiente.
Talvez porque eu acabaria cobrando de você o que sei, desde sempre, que não pode me dar.
Dar tempo ao tempo? Melhor não. O tempo, neste caso, pode agravar meu estado emocional.
A dor pode piorar. Dor de indecisão. Aquela que sinto quando me vejo pensando quem vem à sua mente quando algo de bom acontece. Eu? Ela? Outra?

Se me acho normal?
Não. Nem quero.
Normal pra quê?
Normal é insuficiente.
Prefiro piegas.

Tenho precisado tanto de você.
Mas não assim, ao acaso.
Preciso de você inteiro. Disponível.
Demora?

Sinceramente, não posso, nem quero, prometer nada.
Mas sinto que vale a pena. Sabe? Tentar.
Aquelas coisas bobas que você sabe.
Você e eu.
Você meu.
Eu sua.

Acho que vai sim chegar o dia em que estarei arrependida de ter feito algo. Por enquanto não. Estou bem assim. Nem mais, nem menos. Assim.

Sabem, essa sensação é muito boa. Mesmo.
De alma lavada. Página virada.

Você volta e me sinto forçada a admitir a verdade:
NÃO, não está tudo bem.

As coisas até têm que acontecer.
Mas não assim.
Não bagunçado.
Com clareza, com saudade.