Coleção pessoal de daaai
“E se não der certo, a gente tenta, re-tenta e até tri-tenta se por preciso. Mas não podemos, de jeito nenhum, deixar de acreditar.”
Chorar não adianta, eu seco de tanto chorar e não passa. Ver TV, falar ao telefone, dançar, gritar, escrever, abraçar minha mãe, tomar suco de manga… nada adianta.
Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar. É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.
Eu tô levando tudo de mim que é pra não ter razão pra chorar. Vê se te alimenta e não pensa que eu fui por não te amar. Cuida do teu pra que ninguém te jogue no chão. Procure dividir-se em alguém, procure-me em qualquer confusão. Levanta e te sustenta e não pensa que eu fui por não te amar.
Só me fala que vai me aturar. Aturar todas as minhas crises de ciúmes, meus momentos - não tão raros - sem paciência, as minhas desconfianças e meus surtos de insegurança. Aturar meus dramas, minhas teimosias, minha arrogância, minhas piadas sem graça e o meu não-romantismo. Aturar todos os meus tipos de provocação, meu amor por outras pessoas, minhas mudanças inconstantes de humor e de temperamento. Aturar minha mente confusa, minha memória irritante, minha sinceridade exagerada. Aturar quando eu falar que te amo mais e também quando eu não falar que te amo. Aturar e segurar tudo não por mim, nem por você… Mas por nós.
Eu poderia fingir que não me importo. Mas eu me importo. E não, isso não é uma coisa boa. Eu queria ser tipo essas meninas que saem por aí, pegam 10 e não se apegam. Ser aquele tipo de guria que tu gama. Mas eu não sou, meu Deus, como eu queria ser. Tenho vontade de te zoar igual tu me zoa, e ficar com alguém e te fazer pensar "o que esse cara tem que eu não tenho?". Porque é assim que eu me sinto. Mal. Um lixo. Sai daqui, some. Nem eu me aguento mais. Não aguento mais ver você, sentir você, querer você, escrever você.
Na verdade eu não tenho muito para lhe oferecer
Não possuo nada de extraordinário
Não sou um gênio
Não tenho um coração livre de impurezas
Não sou dona da beleza mais magnífica do planeta
Na verdade posso não ter o suficiente para lhe ofertar
Apenas a minha visão sobre o amor e o mundo e as noites
Apenas as minhas mãos suaves e macias e claras
Apenas a minha alma transparente e rosa
Apenas a minha boca cor de maçã e suave
Apenas o que é meu e posso lhe doar, sem pedir nada em troca:
Meu amor.
(pode não ser o suficiente, talvez seja o melhor que há.)
“A gente não tem nada. Pode até parecer que tem, mas não tem. Brigamos, discutimos e nos tratamos como se houvesse algo, mas não há. Passamos horas no telefone, a madrugada juntos, a maior parte do tempo grudados, mas não gruda pra valer. Ela diz “vem ficar aqui comigo”, e eu vou. Eu digo “fica mais um pouco”, e ela fica. Quando um se afasta do outro, ambos dizem “por favor, volta”, e nós voltamos. O mundo diz para admitirmos que existe algo entre nós, mas não admitimos. Nem para nós mesmos. Porque a gente não tem nada, e não tendo nada, não há o que admitir. E por mais absurdo que possa parecer: A gente não é um do outro, mas nos pertencemos mesmo assim.”
Sabe qual é meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia.
Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada. No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreender com as circunstâncias da vida.
Que me levaram a viver esse papel: o da mulher que quer mais um pouquinho. Constrange-me existir esse personagem Chico Buarque, dolorida, bonita, sendo assim, meio tonta, meio insistente, até meio chata. Nunca precisei aborrecer ninguém antes, então atuo por instinto, cansando-me facilmente. E que fique claro que não é por estar você dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o porque desejo. Estúpida. Latina. Bethânia. Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude.
E eu olhei ao meu lado, e percebi que eu, eu não tinha ninguém. Ninguém para encostar a cabeça no ombro e chorar, ninguém para abraçar e me acalmar, ninguém para dizer que vai ficar tudo bem. Eu não tinha você. E me senti sozinho de novo. E por mais que o mundo diga que não estou só, o meu coração se sente dessa forma. Eu pensei que você seria diferente. Não porque eu queria que estivesse do meu lado quando eu mais precisava, não porque eu fiz isso por você, não porque tivesse me devendo alguma coisa. Mas porque é isso que a gente faz quando ama alguém. A gente fica.
Tá tudo tão neutro, tão nem aí, tão tanto faz. Que se você aparecesse aqui eu nem me alteraria. Já não há vontade de amor, passou, esfriou, morreu. Demorou demais.
A voz dele? Era absurdamente linda. E o silêncio era doloroso. Feito uma moeda de duas faces. Extremamente diferentes.
Diz a lenda que quando não conseguimos dormir à noite é porque estamos acordados no sonho de alguém.
Olha: foi bom demais te conhecer. Me deu uma fé, uma energia. Sei lá. Ainda não consegui aterrizar bem da viagem e estou sofrendo um pouco, mas tudo bem. Te escrevo mais logo.