Coleção pessoal de CristinaBarros
"O Desconhecido"
Embaçando a solidão
Encontrei você
Foi sem querer.
Parei por um instante,
E naveguei...
No tom dos teus olhos.
Foi quando,
Parei na tua boca
E sem palavras
Fluí pelo teu olhar
Arriscando encontrar
O teu início...
Desperdício,
Pois sem saber por onde
Agora quero encontrá-lo
Em algum lugar
Para abraçá-lo
E sussurrar...
Encontrei você
Uma cor, um cheiro,
Um sorriso, um beijo,
Uma rosa, um carinho,
Uma risada, um aceno,
Um olhar, uma visão,
Um toque, uma emoção,
Um dia, outro dia;
Um homem, uma mulher,
Um coração, outro coração,
Uma música, um violão,
Uma certeza, uma ação...
Assim somos nós,
Nas asas da imaginação.
Quanto vale amar alguém? Amar alguém é guardá-lo no coração, é escondê-lo nas emoções; persistir nas intenções... Cultivar o amor é deixar passar o tempo, é contemplar de longe enquanto o desejo é tê-lo bem próximo; lançando mão dos medos e até do desespero... Amar alguém é observá-lo na eternidade do tempo que não mede a dimensão do tempo, embora a vontade seja percorrer o desejo, se jogando em seus braços, ainda que seja por um abreviado momento num inacabável abraço. Amar alguém nada mais é que deixá-lo ir embora, independente da hora... quem sabe para onde não posso vê-lo, mesmo assim vou percebê-lo na essência do amor que sinto por ele. Meu amor por esse alguém me ensinou sorrir, mesmo quando as lágrimas teimam cair... O amor é forte, vence até a morte. Amo alguém com esse amor; eternamente meu amor.
O frio
O frio vem chegando de mansinho, como
se não quiseste nada, vem entrando pela
janela e passando pela sala, assoprando
as orelhas e congelando a minha amada!!!
O amor é um sentimento sem ressentimento, que ama esquecendo-se dos momentos que o próprio amor sofreu constrangimento. É o ato de entrega sem reservas, independente de outros momentos... O amor é algo sublime que sobrevive do apropriado afeto. Sofre calado, mesmo sentindo dor; ele é o amor. Espera na fila da incompreensão, suporta traições e aflições; esboça alegria na trilha dos anseios. Falar do amor é tentar amar o amor na forma mais fácil de sentir o amor... Suas etapas. O amor é gratuito, nos ama ilimitadamente. Entender o amor é simplesmente olhar pela janela da gratidão e acalentar o coração quando este, por algum motivo, foi machucado em nome do amor, que por desamor, alguém usurpou o próprio amor... O amor é brando, silencioso e paciente... Quero aprender mais do amor!
Janela da Vida
Na varanda da vida,
Eu vejo o tempo passar,
Deslizando meus sonhos,
Eu permaneço a imaginar
Em câmera lenta
Permanecendo parada,
Sentada...
Na sala dos anseios,
Procuro pela lucidez...
Escapou, pelo acesso do coração,
Não me deixando razão,
Para ser diferente sem ser indiferente.
Na sacada da vida,
Na tentativa de avançar,
Parei...
Para juntar os sonhos,
E seguir o caminho,
Pois longa é a estrada...
Avaliada,
Pela janela da vida.
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já.
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida.
Saudade é sentir que existe o que não existe mais.
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam.
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Faça amor com vontade. Celebre almas e corpos. Dê prazer.Prepare o momento mágico com mágicas palavras e toques certeiros. Não tenha pressa. Não se trata de uma obrigação. É arte. É vida. É amor.
Flores sem cores...
Outra cor,
Também é amor.
Nuvens escuras e tristes,
Sobre o homem que vaga na rua.
Não percebendo a luz,
Que produz,
A lembrança do tempo, do jardim florido,
Despercebido...
Na estação que vem,
Devolver seu sorriso
Perdido no tempo
Não vivido; descolorido,
Tentando suportar seu ser
Por não entender
Que a chuva vai cair.
O Céu está escuro, ainda.
Surgirão as flores... Cores.
Ainda há vida...
Especialmente, colorida.
Reverência ao destino
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
A UM AUSENTE
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
A lacuna parece romper meu ser,
Sinto sua ausência
Meu coração cala,
Sofro quieta;
Uma lágrima alerta
O aperto na alma
Que sufocada grita,
Chamando pelo tempo
Que não tempo...
A música parou de tocar
O silêncio pulsou
Pensamentos perversos
Confundem meu olhar,
Que te busca na atmosfera
Tentando sentir teu cheiro
Na primavera dos meus sonhos,
Acordando com teu olhar
Estou a te esperar.
Saudade de alguém
Não sei quem
Nem de onde vem
Que gosto tem
Mas sei que vem
Talvez de trem
Quem sabe...
Vem,
Esse alguém
Que passado tem
E eu também
Ele é meu bem
Sou sua também
Estou te esperando,
Vem!
Para “falar” de amor não obedeço a regras nem pontuação; tempo do verbo nem concordância. Simplesmente deixo o coração falar, o teclado “ouvir” e a emoção fluir... Não preciso de palavras bonitas nem formais, necessito apenas do afago na alma me conduzindo pelo caminho da leveza sentimental. É natural a razão pensar e o anseio falar. Jamais calar... Entendo que o amor quer ser amado, há muito ele vem sendo trocado, tocado de qualquer jeito, conduzido pela paixão, que sem compaixão deixa de amar. É o amor seguindo o caminho, fugindo do atalho, costurando os retalhos das almas cansadas, que em função do desassossego de seus desejos, buscam alinhar seus conceitos fugindo do preconceito, preferindo ser “imperfeito” na arte de amar. E por falar em amor, quem souber de seu paradeiro, me avise, por favor!