Coleção pessoal de Ninalina

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⁠Minha vozinha, Mari
Hoje é a Páscoa, e a Páscoa faz com que renasças em mim. Sim, ficou a dor profunda de teres ido tão cedo. Queria mais o calor do teu abraço de vó. Mas ficou muito mais forte a tua lembrança, as minhas memórias aladas que voam como uma falena linda e colorida por campos verdes, sobrevoando o rio, as árvores, tocando as folhas e beijando as flores. Quando ela sobrevoa meus pensamentos traz-me de volta a tua presença, terna, carinhosa, imortal. Vives aqui dentro de mim todos os dias, minha vozinha querida. Aqueles momentos em que te maquiava, te penteava os cabelos, te acompanhava nas coisas mais prosaicas são para mim pedras preciosas que guardo, sempre guardarei no escaninho de meu coração. O tempo, esse deus que nos mostra a dor da saudade é capaz de transformar esta mesma saudade em algo inquebrantável, eterno e luminoso. O brilho do seu olhar terno, do seu abraço carinhoso, tão cheio de calor que uma vó tem por sua neta estará sempre comigo. Assim, quando olho para o menino sol e recebo seus raios quentes da manhã, recebo também o lume do seu amor que me quer feliz, plena em alegria e entusiasmo. Seu amor, vozinha, é a luz que me aquece e ilumina, esta chama estará acesa dentro de mim e jamais há de se apagar.
Te amo.
Tua neta querida, amada e feliz.
Cris Santos

⁠A libélula
O desconhecido e sombrio amor.
Esses que dilaceram o coração e que nos sufocam a ponto de acharmos que a luta pela sobrevivência é vã.
Não há saída, a luz não existe e Deus, na verdade, não passa de um herege.