Coleção pessoal de cleide_regina_scarmeloto
"As estrelas estarão brilhando mesmo em noite nublada e que você não possa ver, acredite, Deus tem o melhor pra você "
Transmutação
Era tanta dor que abracei seu tronco curvado.
Pedi ajuda, em sua seiva, transmuta-me,
Arranca de mim esta paixão, que vire razão
É intensa e profunda, voraz,
Penso neste corpo, nestas mãos,
Neste tudo dele e o que me faz
Neste jeito tão debochado de menino
Nestes sonhos vãos.
Transmuta-me ó arvore amiga,
Natureza sem par me enraiza,
Mas como sua copa,
que eu não deixe de sonhar...
Que a amargura não me atinja.
...Árvore da vida, que se comunica,
Da-me teu tronco para eu abraçar,
Que eu perfeita palhaça,
Derrube então esta máscara,
E possa me reerguer, levantar...
Cleide Regina Scarmelotto
Labirinto de flores
O labirinto de gira sóis...
insiste em meu coração,
Sem achar compaixão,
Perdida na multidão,
De flores e nós...
Perdida no labirinto de mim,
Sem nenhum espelho,
Para olhar e me guiar,
Sol e coração vermelho,
A dor de te amar.
Sem água, mesmo não sendo deserto,
Solidão da tarde,mesmo com tanta beleza,
Sem esperança de ter você por perto...
Melancolia,mesmo em meio à natureza.
Tinha palavras, a esmo,
Quem sabe o amor tenha recomeço,
E a mesmice não seja única,
E meu coração não seja mais o mesmo.
ventania nua sem túnica...
Nua na minha beleza
Beleza nua de tantos anos,
E a eterna natureza...
De amar um desengano...
Cleide Regina Scarmelotto
Poesia Desapegar
Passou da hora, e desapego deste amor.
Asas do despertar, longe destas migalhas.
Horizontes novos se revelam,
Coração na navalha, brota nova flor,
Olhos como prismas no espaço....
Alma anseia sentir.
Queria sentir os seus braços
Mas sem precisar de ti...
Meu silêncio ecoa,
Devolve o seu silêncio
No jardim do existir.
Somos pássaros silentes
Querendo ser feliz
Sou doce brisa, puro amor,
Sou a pessoa gostosa de se ter.
Sou força interior,
verdadeira a florescer.
Revejo memórias com a serenidade
Lamento a falta de entrega
Não retrocedo, não olho para trás, sigo adiante,
Atravessando o deserto dos medos
Bem sei que eu sou um presente divino!
Priorizo-me, ergo-me nas asas do amor
Paro de gastar esta energia
Pra ser fênix e renascer.
Para a vida!
Autora:Cleide Regina Scarmelotto
Virada
Que a loucura alheia...
Não me contamine,
Que a mágoa que no coração permeia...
Regue minhas flores todas
Que todas flores virem borboletas
E tudo vire poema
e todas voem no meu coração de mulher.
Um dia, o vento triste trouxe a voz do meu chorar...
Na minha'alma habitava um piano a tocar sozinho...
Então a chave virou e tocou uma música alegre
Trazendo um novo olhar!
Cleide Regina Scarmelotto
2024
Quando desamei
Te desamei logo você hein amor?
Que não era pra ficar!
Libertei-me da escravidão do prazer.
Que piscando era dor
Sou fada e vou curtir por entre
... folhas e flores do campo!
Onde a brisa suave canta e dá o tom,
Onde a angústia não vence.
Há um encanto que dança no pranto,
De um amor, feito em som.
No verde eterno das matas,
Nas águas claras do rio que vai,
Mora uma magia que salta,
No coração que por fim se desfaz.
Um olhar perdido entre as estrelas,
Um suspiro que ecoa na imensidão,
E nas asas do vento, vê-se o brilho,
De um sentimento que vira canção.
É a natureza em sua essência pura,
Acolhendo sonhos, criando ilusões,
Onde o amor impossível encontra cura,
E se transforma em suaves emoções.
Num fim melancólico, mas mágico,
O amor inútil se esvai, em paz,
Deixando no ar um toque quase trágico,
Mas belo, como o sol que se desfaz.
Te desamei porquê me amei mais.
Cleide Regina Scarmelotto
2024©Todos os Direitos Autorais Reservados
A Mística
Como era de se pensar esta etérea figura...
Nem narci, nem border, quem sabe enigmática
Quem dera transcendentalmente pura
Experiência mística, fantástica.
(Queria)...
Mas não era Intangível (quem sabe arcana)...
Bastante realista ao mesmo tempo onírica
Sublime alma que ainda ama
Apesar do materialismo desta vida
Desmente a tristeza (ainda )...
Encantada e Miraculosa
Joga fora a ilusão
Acorda para a vida.
Tórrida que quis dar...
Mas o vento estava lá.
O vento recebeu...
O que ele mandou embora.
Cleide Regina Scarmelotto
2024©Todos os Direitos Autorais Reservados
Desigualdade
Quem sempre teve tudo...
Acha que quem nunca teve nada...
Pode se esforçar e conquistar o mundo
Mas não pode, por ser a classe explorada.
Quem vive nos altos salões dourados,
Nos risos, fartura, opulência.
Não sabe dos becos, sonhos quebrados,
Da dor, fome, e anais da sobrevivência.
Quem tem, o ouro reluz,
Dono do mundo é.
Sorri pois não tem, a cruz,
No peito, a esperança nem vive da fé.
Quem tem dinheiro tem amor
Quem tem amor, tem sorte,
Quem tem dinheiro compra o que for...
Só não escapa da morte!
Paredes de luxo se erguem,
Com o suor de muitos sem voz.
Fortunas, em cifrões, seguem,
Enquanto a miséria é algoz.
No contraste, o mundo divide,
Ricos exploram pobres, vidas apartadas.
Mas no coração que ainda vive,
Lateja um futuro, em batalhas travadas
O rico lucra por sobre a miséria e tudo pode.
Os trabalhadores no subsolo carregam o rico.
O rico ainda critica o pobre e sua fome
E derrama o seu desperdício...
Obs:
A riqueza excessiva de alguns é muitas vezes construída e sustentada pela exploração e marginalização dos mais pobres... Eles viajam mundo, aplicam, multiplicam e esbanjam seu patrimônio, ostentam e lucram desenfreadamente... e vivem plenamente, enquanto que o trabalhador pobre só sonha tentando ostentar bobagens nas redes sociais. Se o pobre atingir a plenitude a quem vai explorar?
Cleide Regina Scarmelotto
2024©Todos os Direitos Autorais Reservados
Poesia Silêncio
O trauma de te encontrar
E Não poder te amar...
Daí o meu silêncio.
O meu silêncio sempre será...
Uma mensagem da sombra..
Que atravessará os limites de vida e de morte... Trará a sorte.
O meu silêncio será sinal....
De que a palavra errou permanentemente
Seguiu inacabada, sem bem nem mal...
O silêncio ainda será um céu com jardim...
Que contemplará minha oração,
Em forma de paisagem
Levando ao Universo tudo o que a vida fez pra mim...
Segue o silêncio, sendo uma questão
Casa onde vive o poema
E voa, toma forma... sai do coração...
Só é onda de mar quebrado, em canção...
Este meu silêncio é música cujas notas...
Moram em outros planetas e estrelas
É um tempo,quando o fruto amadurece
um poema sem letras...
Onde a gente esquece...
silêncio é uma vibração estacionária
Uma canção para nascer na poesia...
Vogais em forma de pássaro...
Modo errante...
discretamente indicando o caminho
No meio do caminho
Dizendo que o amor não nasceu.
O silêncio é a mão que abre o poema
Voz trêmula da alma que surge
Que são e não são
O silêncio é a noite de um que se foi...
O sonho de estar sonhando
nascimento antes do nascimento
O primeiro grito calado do abandono, o momento.
O meu silêncio será eterno, um espelho que lava o chão
A água aberta da palavra
Jorra energia do coração,
O meu silêncio ´é dedicado especialmente à você!
Será sempre um milagre sem dor...
Que se constrói o meu amor próprio, como sinto e penso...
Não te darei meu sublime amor...
Apenas o meu... eterno silêncio.
É o seu merecimento!
Liames
Nas profundezas do meu ser,
No âmago da alma e na abóboda...
Nas minhas limitações a fazer
Força para ficar,
Um pouco de hesitar...
Mesmo assim... sinto que estás !
No núcleo da alma, modo profundo,
Nossa história se encontra uma vez mais...
Misturando nossos mundos...
Com Liames fadados
A tracejar linhas e perfis
Fujimos nessa vida,
Fingimos e não somos sutis,
Essa agitação de outras vidas,
Transmigra, circula, transmite, fica...
A nossa roda de novo gira
Transmutação sombra, luz, agita.
Seres afins subsidiados pela trajetória...
Da alma, âmago, centro de nós, e de mim
Nos conhecemos ao longo de idas e vindas,
Mas nesta vida, ao reencontro demos um fim.
Cleide Regina Scarmeloto
2024©Todos os Direitos Autorais Reservados
Amo você
Amo você no canto da lua...
Em nossas experiências ousadas...
Amo você nos meus sonhos.
Onde você chama por mim!
Amo você nas noites mais frias,
Chegando aos sons de umas melodias
Que já não tem mais fim...
Te amo neste meu avesso
E isso não tem preço,
Ainda que seja extenso,
Te amo com bom senso...
Cleide Regina Scarmelotto
12 06 2024©Todos os Direitos Autorais Reservados
Poesia Escancaras.
Escancaras da sua alma, a porta,
Alma inquieta não apaziguada
Quem sabe o coração vire morada,
E se escancaras, pouco importa...
Um dia me deixastes sem dó...
E sangrou o fundo da alma, naquele momento.
Me deixaste como um pobre Jó...
Sem tudo e sem nada, sem provimento,
Segui no frio e chuva um Natal sem alimentos.
Segui eu virei um cão de rua!
Que depois de achar um lar...
Foi novamente atirado ao relento...
Mas a porta de sua alma aberta...
Me fez ver lá dentro.O que tinha em você
Seu amor por mim sangrando lá dentro
E você não dando o braço a torcer..
.
Cleide Regina Scarmelotto
2024©Todos os Direitos Autorais Reservados
A Casa é testemunha
A Casa em silêncio, janela para o Universo.
Vi medos,orgulhos e convencimento,
Aprendi a projetar rimando versos,
Ainda paira desejos de ter uma parreira
Cheia de uvas, por sobre a mesa
Num quintal... mesa de alvenaria!
Com parreira por cima...
Já ele na casa, me inspirou e pulsa uma vida inteira,
Ele me deixou indefesa...
Nos mêus sessenta e poucos anos...
Ainda cometerei enganos...
Ele abriu meu portal... mudou o destino,
Me deu um sonho infinito...
De prazer e possibilidades...
A casa ouviu e viu tudo,
Permanece em silêncio sobre essa minha felicidade.
Autora: Cleide Regina Scarmelotto.
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Os Julgados e criticados.
Rapidamente um dedo é apontado!
A pessoa que julgou não avaliou bem o contexto, saiu dizendo o que achava, duas ou 3 pessoas ficaram criticando, e rapidamente o boato se espalhou.
A pessoa apontada carregava um grande sofrimento, estava sobrecarregada, mal podia com o seu fardo.
O mais grave é que metade do bairro já estava com raiva daquela pessoa e seu fardo.
Todos resolveram virar as costas e continuar criticando, em pouco tempo... uma multidão odiava aquela pessoa em sofrimento.
Um belo dia, na água veio uma energia forte de grande transformação .
Ninguém sabia o que aconteceria.
Pois bem... a partir daquele dia, quem bebeu daquela água, passou a ao apontar dedos e criticar os outros sem saber, passou a ficar na pele da pessoa criticada, se o criticado estivesse doente o apontador de dedos ficava doente também!
Se o criticado estivesse em dificuldades, o apontador de dedos ficava em dificuldades também.
Se o criticado estivesse só, abandonado, estigmatizado no ostracismo, renegado o apontador de dedos ficava assim também.
Se o criticado estivesse sofrendo racismo, o apontador de dedos mudaria de etnia e sofreria racismo também!
Se discriminassem gays, pobres, mulheres, obesos, idosos, negros, deficientes, bolivianos, indigenas de um modo geral... se tornava igual.
E assim... a água contaminada por senso de justiça, fez cada um naquela pequena cidade, se transformar naquilo que eles mais criticavam.
Deste modo, a cidade toda, passou a ser mais cautelosa uns com os outros... esta agua existe na espiiritualidade e se chama lei do retorno.
Autora: Cleide Regina Scarmelotto