Coleção pessoal de cleber_pereira
Meus pensamentos estagnados no tempo me fazem sofrer.
Tenho sonhos concentrados em agonias imprecisas e inexatas.
Meus pensamentos imprecisos vagueiam sem rumo pela escuridão fria e vazia, e sinto-me isento de sentimentos bons ou produtivos.
O fado sempre me apunhalando e o tempo sempre impiedoso.
O deus da morte circunda os meus passos tomando estes medicamentos venenosos.
Os amigos infames bloqueiam meus passos e eu não sinto nada a não ser este vazio dilacerante.
Os amores incompletos escureceram e atulharam as esquinas do meu querer, do meu querer e dos meus pensamentos.
Meus pensamentos escurecem e não acham saída.
Mas em algum momento meus sonhos concentrados se tornarão realidade e eu serei feliz.
Por enquanto um pouco atroz a realidade deste tempo adverso e insano.
Não tenho raízes profundas no mundo.
Não tenho senão estes pensamentos vagos e indiscretos.
Passarei por ti e não me falarás nada, nem me olharás senão com o desprezo daqueles para quem não tenho importância, para aqueles para quem eu não sou mais que insignificância e sepultada amizade.
O sol ainda brilha triunfante sobre estes capciosos pensamentos humanos.
Nada é bom, lucido ou sensato.
A morbidez deste passado isola-me num castelo desprecavido de coisas uteis e singelas.
Sou só o que minha insensatez e meus erros me fizeram.
Estou despreocupado entretanto, e tristemente tranquilo.
Eu precisava dar passos mais convictos, mas a insensatez destes pensamentos não deixa.
É preciso um pouco de poesia para esta dor.
E estas memorias atulham casas vazias no meu cérebro enfermo e se transformam e se transfundem para o que eu não queria.
Sinto a tristeza baça desta chuva caindo sobre os tetos do teu desprezo por mim e pelo que eu faço.
Não sei se a realidade é clara ou escura para mim, mas é só isto, nada mais.
Poema para Amanda
Meu amor por ti não conhece o pensamento,
Não conhece a hora, nem o lugar nem o tormento,
Não conhece os entraves, a distancia.
Meu amor por ti está em outra instancia,
Distante dos homens e dos deuses,
Pois não conhece os teus desplantes e os revezes.
Meu amor por ti é perfeito e imperfeito,
Todavia tem o defeito de implorar o defeito.
Meu amor por ti não conhece tecnologia,
Não faz eco, não faz apologia.
Meu amor por ti é casto, puro e verdadeiro,
Mas não conhece nenhum herdeiro,
E quanto mais o tempo passa mais ele cresce,
Mas ao inferno sempre desce,
Por que por mais puro e sincero que ele seja
Ele vê a beleza onde não deseja,
Ele vê o pensamento onde há passamento,
Pois ele só conhece o teu momento.
Mas que mentira a minha dizer que meu amor é deste jeito.
Este amor está encravado em meu peito,
Como o mais puro e belo diamante,
mas teu coração, senhora, está distante,
e o teu silencio dilacera ao meio meu coração,
mas o que fazer com esta coação?
O que revela este teu silencio?
O que revela a escuridão do teu olhar e o frio?
Ah! Como a ausência corrompe o amor
Ou o amor corrompe a ausência do desamor
No teu silencio cortante, no teu corpo esguio,
No meu olhar que ficou tão vazio,
Na minha vida, sem ti tão vazia e torturante.
A todos respondes com a voz altissonante,
Menos a mim, que sou o mais interessado
Em te ter e ficar do teu lado.