Coleção pessoal de ClaudiaFreitascftj

Encontrados 4 pensamentos na coleção de ClaudiaFreitascftj

⁠Sujeito

E esse sujeito que necessita de respostas as suas perguntas
E esse sujeito que necessita responder as suas perguntas
E esse sujeito que diz: Não a todo aquele que quer te ancorar
E esse sujeito que ainda não se permitiu ouvir falácias a teu respeito e se manter ausente em suas próprias questões
E esse sujeito que não quer abrir mão de sua verdade
E esse sujeito quer não quer abrir mão de si
É muito difícil para esse sujeito, se tornar como um deus que tem olhos mais não ver, tem ouvidos, mais não pode ouvir, tem boca, mais não fala, as mãos são suas, mas, seus dedos não podem tocar.
Esse sujeito precisa se reconfigurar de suas questões e tornar-se como um deus que nada vale.
Esse sujeito precisa deixar morrer, tudo aquilo que quer morrer
Esse sujeito precisa aceitar o vazio que nele habita, aceitar o inominável que nele habita
Esse sujeito precisa se submeter à sua falta a ser
Esse sujeito da falta, do furo, não tem um furo
Esse sujeito entende que nele há um rasco
Esse sujeito se vê como uma única estrela dentro de uma galáxia com bilhões de estrelas
Esse sujeito não dá de conta nem de si, como dar de conta da falta do outro?
Esse sujeito não quer isso e está decidido a mudar
O que esse sujeito não decidiu é quando estará preparado para isso

⁠Forever

Há amor que não se mede
Estou despida de toda armadura que protege meu âmago
Da devastação desse amor sorrateiro
atrevimento delicioso na lambidela suficiente e delirante
No fremir do meu corpo percebi que estava vulnerável à você
Mesmo que não se repita ficou tatuado
Quero outro tropeço e mais outro
Despencar em você é meu desejo incessante
Sempre que vim a porta se encontrará aberta
Eu permito sentir esse amor que tem sensação de eternidade
Nos instantes de sua duração
Sorrateiramente vem e vai
Sempre apareça

⁠Ainda sou digno de mim
Será que ainda sou digno de mim?
Nessa dignidade que sufoca, me perco em meus pensamentos e afetos antes reprimidos se sobressaem desse pedaço de carne
Será que ou digno de mim?
Tantas mortes nessa pandemia e será que fiz o meu melhor?
Será que houve alguma coisa que deixei passar?
Cuidei quando necessário?
Fiz o melhor para o mim?
Fiz o melhor para o Outro?
Nessa chuva de pensamentos que me inquietam, percebo que nesse pedaço de carne onde o espelho encontra-se rachado e não sou mais eu e sim a continuação dum Outro me transpasso e me perco
Meu desejo e voltar àquele espelho e poder olhar pra minha mãe e entender que somos diferentes e nunca seremos a mesma.
Por favor, não peça que eu seja você
Não suporto, não suportaria te perder porque eu entendi que somos duas
Sim, duas pessoas diferentes, duas mentes duas personalidades
Não somos uma
Não me abandone quando souber que não podemos ser felizes juntas
Às vezes é melhor vivermos separados e juntas no coração
Esse é o meu melhor
Essa é a minha dignidade
Não tire isso de mim

SONETO LXV
Se a morte predomina na bravura
Do bronze, pedra, terra e imenso mar,
Pode sobreviver a formosura,
Tendo da flor a força a devastar?
Como pode o aroma do verão
Deter o forte assédio destes dias,
Se portas de aço e duras rochas não
Podem vencer do Tempo a tirania?
Onde ocultar - meditação atroz -
O ouro que o Tempo quer em sua arca?
Que mão pode deter seu pé veloz,
Ou que beleza o Tempo não demarca?
Nenhuma! A menos que este meu amor
Em negra tinta guarde o seu fulgor.