Coleção pessoal de CLARA_MODA
INCERTEZA
Assim como não sei se as águas de um rio podem mudar de direção de repente, não sei se a pessoa que está na minha "casa" pode ir embora daqui a pouco. Se ela pode partir como um navio que embarca em uma jornada e nunca mais volta; talvez porque afundou, ou porque se perdeu no meio do caminho.
Assim como não sei se o Sol que eu vejo hoje, é o mesmo Sol que outras pessoas vêem, não sei se o brilho da minha vida pode acabar a qualquer momento. Como um vagalume que perdeu sua chance de brilhar, como um farol que perdeu seu faroleiro.
Não sei de muitas coisas, não posso confirmar nada, só tenho a certeza que continuo caminhando.
PALAVRAS
Palavras são sentimentos, são emoções, são verdades, são mentiras, são lutas, são derrotas, são vitórias, são praticamente tudo, a única coisa que as palavras não são é gente e a própria "palavra". Por "palavras" são e não são elas mesmas...
DEVANEIOS
Ó caro silêncio, por que se fazes presente aqui?
Quem lhe chamou? Quem o convidou?
Submerso estou nas águas mais profundas de um imenso oceano.
E quem se faz presente? Você, ó silêncio.
Poderei um dia ouvir o som das águas agitadas e das bolhas de oxigênio estourando na superfície?
Me deixe sair, me deixe sentir.
Não seja egoísta querendo tudo pra si!
Me deixe em paz mas não me deixe.
Tu sabes, ó silêncio, que és rude, mas ao mesmo tempo, ironicamente, tu és, ó silêncio, meu companheiro.
Meu isolante, aquele que me faz pensar no oceano mesmo sem ouvi-lo.
Obrigada, caro silêncio, por me permitir refletir. Isso e somente isso, é pelo que serei grata.
Agora me deixe sair e tentar.
Não me deixe com esses devaneios excessivos, pois tu sabes que os tenho.
Me deixe silêncio, e só volte quando eu mandar.
PRECIOSIDADE
Olhando porfora
Vemos assim
Algo tão feio
Algo tão ruim
Para muitos
Sem valor algum
E para poucos
Fora do comum
Olhando por fora
Você vai ver
A preciosidade
Que estava por esconder
Mas sabe quando
Você se vê
E só fica imaginando
Como queria ser?
Somos preciosos
De um jeito diferente
Igual a uma pedra
Que se diferencia de toda gente
A não ser que medo te impulsione a ter uma atitude admirável, ele é uma prisão.
Tenho tanto medo de um dia não lembrar da chuva, do seu cheiro, de como é suave ao tocar o solo, ou a molhar a vida, ou até mesmo quando dá continuidade aos seus filhos...
Fazendo assim, que esse medo, me permita viver e desfrutar cada dia mais das pequenas coisas. Ele me direciona ao exorbitante espetáculo da natureza, ao palco que está diante de mim!
Sabe....
Já teve saudade?
Aquela saudade das coisas que você nunca pode obter?
Um abraço?
Um momento não presenciado.
Uma dança, talvez, daquela que dá vontade de meter a louca sem se importar com o restante.
Até porque, o resto é resto né? O que impoorta somos nós.
Deveríamos parar de viver para os outros. Deveríamos fazer de tudo para que possamos realmente viver!
Sermos corajosos, sermos vulneráveis.
Mesmo aquela saudade do que nunnca tivemos.
Não pare! Viva e sinta cada momento! Pois eles são únicos!