Coleção pessoal de Cilio
Mas, o que sou afinal? Nada em relação ao tudo e tudo em relação ao nada. Uma flecha em disparo que liga o que já não é com o porvir. Aglomerado de incertezas e esperanças; um apanhado de sonhos e amor.
A passagem de uma etapa à outra de nossa vida nunca é passada despercebida. Nunca é calmaria. A calmaria é repouso; a passagem é movimento. O movimento é, sobretudo, mudança e mudar exige-nos certa desestabilização. Exige que arranquemos algumas raízes profundamente cravadas num asfalto de cotidianos. Que cortemos o aparente laço seguro que o hábito costurou entre nós e a sanidade. Sentimos o momento chegar sob as rédeas da angustia e, na maioria das vezes, rejeitamos. Não queremos passar ao outro lado – independente do que nos espera do lado de lá. Tomamos o desconhecido como sinônimo de inseguro e nos perguntamos: por que eu deveria trocar o que é certo pelo o que é duvidoso? Por que é somente fazendo essa passagem que podemos progredir. No progresso não tem calmaria – não se iluda! A calmaria é repouso; progresso é movimento. O movimento é, sobretudo, mudança e mudar nunca é passar despercebido pela vida.
E eu, "homem contemporâneo", "pós-globalização", "pós-modernidade", "pós-revolução industrial", "pós-segunda guerra mundial!", me sinto as vezes tão ultrapassado, tão atrasado, tão desatualizado, tão...
E as opiniões se amontoam como sacos de lixos nas estradas; nunca na história do homem se produziu (poluiu?) tantas falácias.
Conclusão de alguns discursos (escrotos) hoje em dia: "se a sua opinião não é a mesma que a minha, lhe falta leitura".
O que não parece nada certo é você querer universalizar posições a partir de apenas um entendimento de mundo (o seu). Olhe em sua volta, a "verdade" que você prega faz parte de um conjunto muito maior (e talvez infindável) de perspectivas e possibilidades que, dependendo da ocasião, poderão (e, por que não, "deverão") ser modificadas. Ontologicamente você pode até ter algumas características universais, mas existencialmente você é apenas um. Só mais um.
A geração dos 140 caracteres está na internet protestando. Com um dois parágrafos eles acham que podem vencer uma guerra.
Eu sei o que é o amor, mas queria não saber. queria não ter conhecido-o; queria ter passado por ele sem nem ter o visto; mas não. ele também me tocou, me marcou e me deixou.
Na medida que você busca a felicidade se distancia de mim, o que implica dizer que eu sou totalmente o oposto dela. dela, não me refiro a pessoa, mas sim a felicidade. Os seres são dotados de sentimentos dentro deles; talvez dentro de mim esteja a infelicidade alheia, algo que você só queira passar por perto, sentir como é e sair de perto. Talvez dentro de mim esteja todos os opostos dos sentimentos bons e a imagem e semelhança que Deus prometera, no gênesis, seja apenas para uma quantidade de seres, o que implica em dizer que nem todos os humanos são seres humanos, já que nem todos são imagem e semelhança de Deus. Sou imagem e semelhança de Deus? Deus também é infelicidade? solidão? tristeza? amargura? Confusão? Ciumes? Em que sou semelhança de Deus, se nunca consigo ser a felicidade para alguém? implica em dizer que Deus é felicidade para uns e infelicidade para os outros? quem me explicara isso? se é que quero explicação, afinal, explicação positiva da parte dos seres que são semelhança de Deus e negativa da parte igual a mim. Que se dane todas essas questões! não quero saber a resposta disso tudo mesmo, apenas queria entender por que quanto mais você procura a felicidade, mais se distancia de mim.
E se um dia eu conseguir ter você aqui comigo: será o maior prémio que conquistei, Se eu não conseguir, será o maior pelo qual lutei.
Todas as vezes que eu olho no fundo do olhar de uma criança, eu sinto que nosso mundo ainda há esperança.