Coleção pessoal de chiobatto

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Ao invéz de encarar com seriedade;
Prefiro um olhar sereno e com infantilidade.
Aos vários tons de cinza que me apresentam
Trago-lhes Carlos Drumond de Andrade...
Sempre ao engôdo, prefiro a verdade.
Somente no amor, uma gota, apenas uma
Da mais inocente maldade.

Notívagos!
Aqueles que preferem viver a noite...
Sim, noturnos criadores irreverentes;
Qual vampiros, sedutores inerentes
Nas madrugadas ouvindo sonhos.
Transfigurando desejos obscuros
Em seus sambas e cordéis;
Versos e prosas em papéis
Que por vezes ficam na mesa
De um boteco, abandonados.
O que mais vale é o pensado!
Ter vivido ou inspirado
Isso sim que é viver,
Boêmia, direito de ser
Daqueles que vagam a noite.
Ganhando mais espinhos e açoite
Do que lírios, a colher.

Vou me largar pra fronteira!
Sentir o cheiro do que é meu.
Recarregar minha guaiaca de "grussuras"
E matar a saudade de quem sou eu!
Quando volto pra querência;
Sinto de novo a essência,
Daquilo que já fui.
Lembro até da minha fala,
Pausada, e misturada.
Com palavras dos paisanos
Que trazem os orelhanos,
Embaralhando, versos pampeanos
Com cúmbias, em ritual.
Me sinto de novo bagual;
Como se nunca tivesse o buçal
Da cidade, me domado.
O minuano é meu regalo,
Por ter voltado pra casa.
Assobiando uma vaneira;
Trazendo o cheiro de chirca
Que guardarei pra mais uma temporada
Sem voltar pra minha morada
Perdido pelo mundão...
Lembro dos tempos de liberdade
Uma cachorrada barbaridade
Que eu mantinha de esquadrão
Pitoco, bolinha, bocão!
Eram todos batizados...
Cada um com servidão:
Uns pra mulita, outros de ratão
Tava sempre preparado
O meu fiel batalhão.
Saia de manhã lá pro morro da antena
Passava o dia inventando peleias
E lidas que de verdade, só tinha os "grito"
No mais, era coisa de piazito
Que não tinha ocupação...
Só em dia de vento que não!
Vento quente, que embaraça os cabelo
Te resguarda e cuida o pelo;
Que hoje é dia de cruzeira!
Me dizia a conselheira,
A velha vó, missioneira;
Que de tudo tinha formação.
Podia perguntar sem receio!
Na tampa e sem floreio
Ela vinha com a verdade,
De tudo sabia a utilidade;
E pra cada pergunta,
Uma explicação!
De engenheiro e doutor
De peão a vagabundo,
Ela tinha o mesmo segundo, pra avaliar o valor...
Pra tudo isto que retorno,
De tempo em tempo a resgatar
Vou buscar aquele piá
Que um dia sonhador, pensou em ser "viajador"
E agora vive pra sonhar...
Mas preciso sempre lembrar;
Que tenho um poso, neste lugar.
Onde sou: aquilo que sou.

Que no novo ano, tenhamos mais esperança em nós mesmos! que não seja um ano diferente, que diferente sejamos nós diante dos dias que surgirem; diante dos desafios e até mesmo diante das trivialidades! triste daquele que não tem sonhos e que espera que as coisas mudem de fora pra dentro! que as mudanças comessem!! de mim para o mundo...

Tronco seco a espera do fogo.
Cambona retinta de picumã,
Barulho de chuva na telha;
E ao longe escuto o tarrã...
Contrabandeando existência.
Trocando querência;
Conforme a vontade.
Mesmo assim com identidade
Lá ou aqui: sempre tarrã!
Me pergunto se podemos
Apesar de diferenças
Esquecer maledicências
E viver com igualdade;
Tanta raiva e maldade:
"Paremo" com este bochincho!
E tanta peleia por nada;
Criança e velha chorando
E os piá se extraviando
Sem saber de namoro
Tanto lamento e choro
Por aqueles que se vão
Se o chão, é o mesmo chão
Que plantem e colham então!
Ao invés de guerrilhar
Pais e filhos a matar,
Sem ter a solução
Parecendo estância sem patrão
Com herdeiros por chegar...

As pequenices me encantam, nunca fui homem de grandes sonhos; mesmo assim chego muito além do que espero e bem antes do que penso, a impulsividade é meu pecado confesso... réu de meus rompantes vivo o agora! sem planejar... já tive muitos planos tidos por certos, que não suportaram a espera dos dias; já fiz muito planejamento descartável, vi muito homem confiável romper com seu caráter; a diferença esta em "viver o negócio" "ser o negócio" não a "coisa"... estou falando de "negócio"!!! se for no trabalho: viva sua carreira! no romance: viva até mesmo os platônicos, sinta o sabor do inalcançável... hoje!! se um dia poderá vir a ser ... blá blá blá... não importa, o que conta são momentos VIVIDOS, os planejados... podem ficar no papel! ou nas doces lembranças do que jamais aconteceu.

O que houve com teu olhar?
Logo tu! que o mundo ia mudar...
Com idéias geniais,
Acabar com conceitos banais
E amores de convenção.
Logo tu! que tinha intenção
De ser aquilo que eu queria,
Ser até o que eu não podia
E tinha nos olhos vocação...

O que houve com teu olhar?
Já não posso imaginar,
Onde foram teus ideais
Se perderam, em gestos triviais
E mesmices que já conheço.
De te ver sem sonhos, pereço!
E não posso acreditar;
Como?! perder, sem lutar?

O que houve com teu olhar?
Que vê o fraco, arrastado;
E já não sente pesar.
Vê a mão grande do alheio
E sem receio, deixa tudo passar.
Vê a Maria doente, com fome carente
E já não pensa em ajudar;

O que houve com teu olhar?
Deixa a vida passar
Por cima de teus ideais!
Deixas conceitos formais,
Que ajudaste a forjar;
Serem encardidos na lama
Dos suínos morais;

O que houve com teu olhar?
Por certo, teve de mudar...
Os olhos, ou a visão
O horizonte ou a ilusão
De que nada vale a pena
Será mesmo, que uma centena
Valha mais que um milhão?

O que houve com teu olhar?
Que agora é inerte e paciente...
O fogo! que um dia ardente;
Já não queima, e nem aquece
Aos poucos, teu olhar enfraquece
Diante do choro, emudece!
Diante do justo, olha o chão!

O que houve com teu olhar?...

Sinto vontade de te ver.
Sei que pode acontecer;
Entre nós ta tudo certo!
Falta o destino discreto
Tornar, o encontro possível;
Deixo eu, de ser invisível...
E teu beijo posso provar.
Teu olhar vai me contar;
O que a boca não revelou.
Teu corpo vai sussurrar
O que o que o coração já sonhou;
Teu cheiro, vai devolver...
O perfume, que a rosa roubou.
E serei enfim, teu confidente
Teu apoio inerente
Para sonhos resgatar
Vontades, desejos de amar...
Sem prisão, e sem correntes
Nós e o mundo, coexistentes.
Para a vida presentear!

Sentado frente a tapera...
Encilhado, só o amargo me espera;
E traz gosto de solidão
Já não tenho mais patrão!
Nem lida, obrigação...
Vejo as horas se arrastar;
Nem um pingo! pra encilhar,
Me restou, neste rincão.

Mas ficou, num palanque registrado!
Um respingo do passado
Dos tempos de criação:
Meus arreios, não entrego...
Tenho orgulho, e nunca nego:
Sou taura! e sou Peão!

Hoje, só o cusco me acompanha
Num assovio, já se assanha
Acha, que é hora de encilha!
O pobre por bicho, anuncia
Que a lida não terminou!
O braço, não fraquejou
E a pampa, pode contar!

Não sabe o cusco julgar
Que o que falta, não é intenção...
O que falta, na pampa é paixão!
Qual a dele por lidar...
Se pudesse, este "cuéra" cambiar
Botava, o dono a ladrar...
E meu cusco, de patrão!

...Que estejamos prontos para novos desafios, e que se, não prontos: dispostos a arriscar! sempre é o momento quando se pode encarar as chances!

Empeçou a vida com trauma
Difícil lida prum taura
Vir ao mundo, corcovear!
Trancado, tive que ajudar
E dali, já me apeguei...
Potro lindaço, de pelo tordilho
Esse, ainda encilho! jamais desanimei
Demorou pra levantar,
Achei que não vingava
Mesmo assim, já planejava
Meus trastes te regalar;
Na racional vou te ensinar...
Desta vez, queixo não quebro!
O último potro, e encerro;
Minha vida de encilhar.
Na mamadeira te ajudei
Qual um cusco te criei,
E agora me carregas.
Garboso, amassando macegas;
De esporas nem teve notícia...
Aposentei até o mango!
Troca orelhas, e vou ditando...
O caminho que desejo
Até parece que compreendes
Meu tordilho companheiro,
Um dia saio sem freio...
Pra testar tua obediência
Na última volta a querência
Será, o dia da partida;
Tu sem tuas rédeas,
E eu com meu pranto.
Será, o derradeiro campo santo!
O destino desta lida.

Hoje, senti teu cheiro no ar...
Não tive como evitar, tanta recordação
Cheiro e gosto de paixão!
Perigosa sintonia,
Lembrança que não queria;
Mas guardo, ainda que em vão.

Sinto, quando sonho contigo
Que estive mesmo em teus braços;
Como posso guardar os teus passos?
Se já não estou mais por perto.
Fizeste um imenso deserto;
Onde havia um mar de paixão.

Se existir outra vida;
Que apague toda ilusão
Desta, só queria mudar;
O que me fez te arrancar
A força! do coração.

Coruja de beira de estrada.
Noturna prenda, emplumada
Traz ares de pouca sorte...
Reponta nas asas a morte
E quebra o silêncio da noite!

Teu grito, serve de açoite
Pras almas xucras do campo
Evocas neste teu pranto
Extraviadas charlas campeiras
Histórias de velhas parteiras
Que sumiram no passado!

Teu olhar amaldiçoado
Me faz repensar o caminho
No costado do teu ninho
De largo, sigo adelante
Bruxa alada! Itinerante;
Dos moirões encordoados

Do canto acalambrado;
Todos tem mesmo receio
Da cunheira, ouço floreio
Ecoando em noite de lua
Veio apartar, negra charrua!
Mais um'alma do rodeio.

Mesmo assim, velha rapineira
Sem teu vulto na fronteira
No anoitecer dum descampado
Seria o mesmo traçado?
O mesmo agouro, trazendo sorte?
Nunca existiu..., vida! sem morte;
Não há futuro, sem passado!

Saudade!?! Ah mas quantas?... quantas vezes, me pego de lápis na mão, buscando parceiras pra esta bandida! Ou só de pensamento em punho, divagando com ela? Ta bom, nem sempre bandida! Mas hoje assim: sem rima, sem frase sonada!
Só não abro mão da vírgula pra falar sobre saudade! 3 segundos sempre é tempo pra pensar se vale a pena escrever... ainda mais sobre saudade!! Saudade é boa, e vale a pena: quando a gente lembra do gosto, bem simples:
Saudades de beijos, de algum olhar... saudade de alguns que se foram sem se despedir, saudade de bichos!
Saudade de bolacha vênus da padaria continental (coisa de Bageense); saudade do jogo de botão, bater bola no meio da rua, os papos de calçada na frente de casa altas horas no verão; saudade do colo da vó; saudade de bronca de mãe, se é jovem! acredite: Um dia vai sentir saudade até disso!!
Sentimento que sempre rende umas linhas, e muitos pensamentos.
Parceira fiel, dos mates solitários, aqueles que a gente ceva em cuia pequena... água direto da chaleira, e de preferência, aquecida em fogão a lenha!
Companheira e algoz, me preenche... mas por vezes me esvazia também.
Sentir saudade, é coisa de quem vive!
Dizem ser a curiosidade a mãe da evolução, mas a saudade por certo é a madrasta, ao tentar substituir a saudade da sensação da descoberta é que se busca novos desafios... Vaidade! prima comum da saudade e do orgulho.
Saudade boa, é quando dói! se não é só falta...
Saudade intelectual, saudade de ter pensado daquele jeito, de ter tido uma atitude bacana, de ter pertencido a um clã.
Saudade de algumas velhas roupas.
De algumas coisas, que pensei terem sido gravadas com fogo, sinto saudade é de sentir saudade... pois sequer lembro do cheiro. Achei que doeria pra sempre, e no caminho descobri que pra sempre... é tempo pra caramba!!!
E o tempo só não apaga o que foi escrito na alma, rascunhos na mente: são facilmente soprados.
Saudade!! este texto só termina quando o grafite da vida acabar... e se tudo der certo, alguém ha de continuar.

Agora já é bem tarde, vou dormir... cheio de saudades de pensar.

Meu coração, hoje deserto
Da paixão, já foi morada
Estando só, pela estrada...
Faço minha confissão:

Bem melhor que andar sozinho
É encontrar no caminho
Um rastro a mais pelo chão...
Pareado, lado a lado
Nem adiante, nem pra traz

Isso sim; é o que faz
Deste trilhar, escolhido
Um caminho, bem percorrido
Que mesmo, sem norte ou sentido
Sabe bem aonde chegar!

Gosto de olho no olho;
Falar o que sinto... E ver a reação do teu corpo!
Pra mim cada gesto, cada movimento é um sinal
Se encaixa, não resisto! me jogo...
Se não tem química, não insisto
Se for bom, pode durar
Mas sem cobranças, não quero prisões e conceitos dos outros
Tenho minhas próprias convicções
Só peço que não tente me enganar,
Não percamos tempo, pois a vida não nos perdoará!!!
O tempo passado em branco, tende a não retornar...
E acredite: faz uma falta!!!
Mas nunca é tarde pra quem esta disposto a viver:
"Uma página de cada vez"

Tem dias que sinto como se estivesse no tempo errado,
Como se as coisas com as quais eu me importo, não fossem importantes pra mais nin-guém...
Como se meus valores estivessem ultrapassados, e eu estivesse sozinho num mundo de semancol e consideração aos outros.
Parece que invadir o espaço alheio é o indicado, mas pra mim... ah não! nem vem com essa... Respeito é bom e gosto!! este ditado me agrada;
É antigo como a maioria dos meus conceitos, mas muito válido!
Se a tendência é piorar: me agarro ao que valorizo, as minhas tradições e não abro mão das minhas "grussuras"... Não troco minha bombacha e meu facão três listras, e se precisar defendo o que penso no "S" da adaga...
Gostaria de ter vivido em outra época, onde hombridade e brio, faziam sentido... Onde o respeito fazia fiador, é como se eu pudesse sentir como era antes disso tudo acontecer...
Como se conseguisse sentir saudade de um lugar onde nunca estive!

Nunca estou sozinho
Sempre busco comunhão
Lembranças dos que se foram
Histórias de amor, paixão...

Sonho com os que ainda virão
Planejo como sera a nova ilusão
Mesmo quando não estou perto
O que guardei desses momentos me serve de abrigo
Amores, família, amigos...

Todos deixam comigo
Alguma recordação
As lembranças me fazem companhia
Uma vida vivida dia pós dia
Assim é! e não ha nada a fazer

Só podemos tornar este ciclo
O mais puro querer
Viver, sentir, retribuir...
Tirar de tudo: PRAZER!

Saber que nada é de graça
Aprender e agradecer
Me torno companheiro de mim mesmo
Porque aprendi a guardar de cada sentimento um pouco
Para nunca esquecer

O que guardo serve pra mim
Mas sobra aos que buscam abrigo
Um ombro de um amigo
Ou alguém pra se querer.

Nascemos ORIGINAIS, e ao longo da vida é difícil não nos tronarmos CÓPIAS... Este será o desafio:
Tentar buscar a diferença, curtir o inigualável
Superar a criatividade, buscar desafiar-se a cada momento
Sair do lugar comum, motivar a quem esta ao lado para também fazer melhor e melhor...
O caminho mais simples, pode tornar-se o pulo do gato!
As mais surpreendentes soluções partem de um mesmo conceito:
ACABAR COM UM PROBLEMA ANTIGO, QUE ESTA PRESENTE NA VIDA DE VÁRIAS PESSOAS.
Assim surgem os Bill's, os "Steve's" estes são apenas dois exemplos, de pessoas que olharam para a oportunidade e não para dentro de uma caixa vazia. A diferença esta em olhar pela janela e não ficar admirando-se diante do espelho...
Faça, busque, brigue, surpreenda!!!!
Ou contente-se, e comemore o fato de ser: MAIS UM.

Eu tinha tudo...
Quando criança, tinha tudo pra ser egoísta;
Filho único, ganhei sempre o que quis... mas sempre me acompanhou o aprendizado e o valor que as coisas tem;
Das mais simples, e pra falar a verdade: sempre dei mais valor a gado de osso e batata que a playmobil;
Na adolescência tinha tudo...
Tudo pra me revoltar, pra questionar
Tinha tudo pra ser um rebelde como o mundo espera
Mas também tudo me foi ofertado, para fugir a estatística e ser BOM!
A escolha sempre foi minha!!
O meu tudo sempre resulta daquilo que faço; de bom e ruim
Já homem, não sabendo o que seria tudo pra mim...
Fui atrás, busquei! corri... mas sem saber pra onde .
Sem saber onde tudo estava, onde tudo se escondia.
Mesmo assim, acredite! mesmo assim tudo que eu quis, alcancei!!
Com o tempo, buscando meu tudo...
Alcançando meu tudo...
Entendendo que tudo é difícil de se ter, mas tudo vale a pena !!!
Vivo tudo o que sinto vontade de viver;
Aprendi que posso tudo!
Aprendi que o TUDO é do tamanho do meu esforço
Que sou o responsável pelo meu TUDO
E que TUDO que tenho e sou
É de minha própria responsabilidade!!!!
E que o meu tudo pode mudar
De repente meu tudo, torna-se ser tudo pra alguém
Meu tudo pode ser pouco, pode ser muito...
Mas pra mim é TUDO!