Coleção pessoal de chaksivitanicht
"Sin.to.ni.a
Hoje me peguei questionando o amor.
Não o amor, mas o amar.
A forma do amar.
Descobri:
Amar é ter a felicidade n'outro;
Desde a cumplicidade do sentir ao assentir;
Zelo é de praxe nas entrelinhas;
É contemplar o íntimo pelo olhar.
E tem la seus hiatos...
Em seu auge,
São corpos entrelaçados,
Esses que dançam e se envolvem;
E no mais sublime encaixe
A exultação...
Jamais um mero eixo corpóreo,
Um turbilhão de energia e pensamentos diferentes e recorrentes;
Desta vez,
Unificados."
-C.S.
"Arte-se
No ímpio e esbravejante silêncio
Minha cabeça gira incansavelmente,
Ideias surgem a todo tempo,
Me atormentam.
Clamam por evidência.
As ideias fluem e me transbordam
Quando não cabem em meu insignificante íntimo,
em minha cabeça,
em meu meus lábios.
Preencho-me de amor,
Escorrem-se lagrimas e sentimentos.
Palavras riscadas no papel,
A arte toma forma,
a forma do amor,
da raiva
da insanidade
da ansiedade.
da tristeza.
Um turbilhão de sensações florescendo.
Na dor surge minha melhor arte.
No sufoco da ansiedade por expor.
Minha calma é podada pela mais belas e seletas palavras.
Na perda e desesperança do cotidiano
Vou buscando entender a vida.
Na solidão me conheço,
Descubro-me,
nas minuciosidades de pensamentos caóticos,
Meus lapsos de insanidade artística
trazem a tona minha essência.
Derramo-me tinta numa tela,
Escrevo-me em linhas,
Me deixo levar pelo ritmo da vida,
moldando personas por sobrevivência.
Transformando-me em lindas melodias,
Essas que eu mesmo as conduzo dançando por meu caminho"
S.C.
"Diamante estilhaçado
Séculos de aperfeiçoamento fictício para uma humanidade tirana que o perde;
Décadas lhes servem apenas para o empodrecimento empático;
Anos para envelhecer e compreender apenas a própria soberba;
Meses lhe convém, da estima ao desgosto;
Dias se passam e a face d'outro é minuciosa;
Horas correm de destino ao penoso ilusório;
Minutos para fechar a cortina;
Segundos para piscar e o último sopro de vida se escorre pra imensa incógnita do breu.
A vida é um fio."
-C.S.
"Horizonte
O chão frio
Arrepia o corpo
Aquece o coração gélido.
Passos caóticos se aproximam
Vozes inquetas ao fundo
Luzes vermelhas piscando
E um som contínuo tinindo
Imóvel, apático.
Desfecho glorioso,
Gradualmente sucumbido;
Desejo árduo e relutante
Do que ja estava articulado.
O sopro que permite o voô."
-C.S.
Coisas
Sabe quando dedicamos nosso tempo? Estamos dando parte da nossa vida...
Tem coisas que nós simplesmente fazemos por amor, contudo nunca ficam do jeito que queríamos.
Assim como tudo, crescemos, envelhecemos, aprendemos, o tempo tem o poder de nos mostrar as coisas. Sejam elas boas ou ruins.
A falta das pessoas, a distância de quem amamos, as brigas bobas que ocorrem na rotina, os erros que cometemos, as pessoas que perdemos (inclusive quem costumávamos ser).
Na vida as coisas acontecem em uma velocidade frenética, tremendamente nos entorpecendo, nos provocam das piores até as melhores sensações.
O tempo mostra que até a flor mais bela há de sumir um dia, vai arranhar alguns que tentarem tocar seu magnífico corpo sem o devido amor, carinho e respeito.
O mais puro sentimento cresce dia após dia, esse chamado Amor é o mais incrível vislumbre na vida de alguém, que vem devastando tudo ao redor.
Que te faz acordar pra vida e perceber que nada faz sentido sem aquele sorriso.
Faz-te sentir que você não vivia, apenas existia, e em um engano trágico te chocou, te trouxe pra fora da realidade.
Mostra-se o extraordinário, a vida se reorienta no mais belo jardim enfeitado das mais belas flores de lapsos de memórias (ou quem sabe memórias a longo prazo) construídas nos instantes que se passaram juntos.
Do mais singelo toque até o mais áspero e rígido grito trata-se o amor, a dedicação e o cuidado. Cobra-se o melhor do outro, mesmo que o outro não o veja.
Onde a companhia é formidável, o abrigo acolhe e a casa torna.
Gastar é apenas tudo o que se quer, desperdiçar horas e horas olhando aquele ser respirar, imóvel, quieto.
Até os mais belos jardins passam por turbulentas transformações, se reerguendo novas flores, timidamente enraíza-se vinculando toda a vida naquela terra, finca-se e cria ramos, floresce e fica, tranquila, calma, esperando o próximo amor que há de vir, para arrancar lhe da terra e enraizar-se nos cabelos de outra.
As coisas vão acontecer e sempre estarão acontecendo.
Cabe então ao amor escolher onde ficar, onde permanecer.
E deixar o tempo passar.
Com amor,
Seu amor.
Em.pat.ia
Estampa-se o medo, mas não o sente.
-Deixe estar, ele que é o diferente!
-Mas amigo meu não pode ser machucado!
-Já quem eu não conheço, pode ser torturado...
-Não me importo, não me atinge!
-O que os olhos não veem o coração não sente...
Mas de vermelho você se tinge!
Tomar a dor do outro,
Sintonize-se um pouco.
Na dor, na mudança,
Mas principalmente no amor, há esperança.
Tua pele negra não incumbe delinquência;
O Congresso está cheio de robustos ratos inimputáveis.
Teu amor extenso e divergente afronta os costumes dos hipócritas arcaicos
E insistem em sondar um erro imaginário
Teu útero de onde sai a vida, só te fortifica!
Enquanto deles, o abandono e a brutalidade é a oferta única.
Te vestimos e te tiramos as terras, mas a terra é Mãe vermelha.
Ergueram nosso país com suor árduo de trabalhadores,
E no ócio, o cabeça repousa.
As ideias e os ideais não somem,
São blindados.
Somos blindados por nossas ideologias.
Que com seu manto de empatia
Colheremos a paz.
Um dia.
Eu
Aos poucos, vou percebendo
que ao meu entorno
só há eu.
Eu sou a única que pode me ajudar
igualmente como posso me afundar
em meus próprios pensamentos e julgamentos.
Mas hoje, só hoje, vou me dar um presente.
Vou me dar a mim mesma,
sumir dos problemas.
Sejam quais forem.
Eu preciso de mim.
Não por demasiado egoismo, mas por falta de mim me dei conta que não me amo, tampouco tenho saudades de mim.
-S.C.
an.si.e.dade
Antagonismo de sentimentos,
síndrome autodepreciativa,
erroneamente com dificuldade de assimilação ao competente.
das profundezas do:
"Não sou rasa! Prefiro o gosto do profundo";
"Sou tão grande pra me limitar e caber em tão pouco?".
por diante, receios e anseios da alma,
a inquietude do dessaber;
a falta de estima por si mesmo.
Combate intríseco contra o exterior,
tentando afrontar e erradicar
a guerra prestes a aniquilar os pensamentos.
Do que vale se perder
não se achar?
sumir, sem caminhos pra voltar;
e por fim esquecer quem nós somos.
Abrir mão de si por ameaça à conveniência.
-S.C.