Coleção pessoal de cayefran

1 - 20 do total de 60 pensamentos na coleção de cayefran

Aqui
nesta pedra
alguém sentou
olhando o mar

o mar
não parou
para ser olhado
foi mar
para tudo quanto é lado

Tropecei
Escada-ria
Eu-chorava

A arte não responde. Pergunta.

Nenhuma razão para ficar
é uma razão para sair.

Nascer é muito demorado
Parece que demora a vida inteira

CATA VENTO
se eu pedir
será que cata
A DOR
daqui de dentro?

O papagaio fugiu,
levando a gaiola junto.

Nas entrelinhas do céu
Estrelinhas

Chuvinha,
e tu não vinha.

Queria provar o mundo
Viajar todas as viagens
Comer todos os sabores
Amar todas as gentes

Queria provar todas as gentes
Viajar todo o mundo
Comer todas as viagens
Amar todos os sabores

Queria provar todos os sabores
Viajar todas as gentes
Comer todo o mundo
Amar todas as viagens

Queria provar todas as viagens
Viajar em todos os sabores
Comer todas as gentes
Amar todo o mundo

Eu quero enlouquecer
Daquela loucura boa
Que faz a gente saber
Quem a gente é
E faz a gente ser

Hoje eu estou triste
De uma tristeza tão plena
que não deixa mais espaços
Então hoje estou tão triste
que só o que estou é triste
sou tristeza
não sou raiva, ou decepção, ou frustração ou desamor
não sou nem amor
sou todas as lágrimas que não existem
e todas as ideias frustradas
sou todos as negativas da vida
todos os erros
e alguns acertos
hoje estou triste, tão triste
que sou plena, tão plena
a tristeza me abraça de uma maneira doce
e doce estou, abraçada
e triste estou, doce
Todas as minhas cores hoje, estão cinzas
e há tanta harmonia em minha tristeza
que hoje, só hoje,
eu me sinto plenamente feliz

Minha mãe gritou histérica
que não chego aos vinte cinco
que nenhum corpo aguenta
tantas doses de boemia
eu abracei ela sorrindo
e disse pra não se preocupar
que esse corpo aqui aguenta
todas as doses de poesia
que eu quiser provar

O menino se abraçou na mãe
que saiu, muito atrasada
correu pro colo do pai
que tinha a agenda lotada
entrou no quarto do irmão
que gritou um sai irritado
pediu mamá pra babá
que tinha serviço atrasado
então, deitada, pertinho do sofá
o menino viu a cadela
que olhava ele com o mesmo olhar
que ele deu pra mãe
deu pro pai
deu pro irmão
deu pra babá
- deitou pertinho dela

Os protestos não são sobre você, são sobre nós. Todos nós! Não é sobre centavos, é sobre corrupção, sobre altos impostos, sobre desvios de verba pública. Não é sobre o partido A ou partido B, esquerda ou direita. Não se fala sobre pobres ou ricos, fala-se sobre sociedade. Não é sobre um bando de jovens, é sobre uma nação. É sobre estarmos cansados de absurdos, sobre não nos sentirmos representados. Ninguém quer violência, queremos mudanças! O país hipnotizado pelas chuteiras e pelo rebolado das mulatas saiu do estado de inércia, está nas ruas. É o pior dos tempos, é o melhor dos tempo. É (só) o começo!

Tem que ser muito louco pra acreditar. Muito louco pra acreditar na força do povo brasileiro, muito louco pra acreditar que conseguiremos acabar com a corrupção, a injustiça, a desigualdade. Tem que ser muito louco pra acreditar que teremos saúde, educação e segurança. Tem que ser louco demais! Existe uma coisa que se chama “jogo de cintura” a outra se chama “falta de atitude”, as duas te fazem ficar em cima do muro. Te posiciona! Ou tu grita, ou tu cala. Enfraquecer o grito dos loucos não é opção.

Triste deve estar o tempo. Ser ignorado não é nada fácil. Não importa mais se chove, ou se faz vento. Ninguém no elevador pergunta "será que chove?!", todo mundo só quer saber o porquê se protesta. "E o manifesto?" é o novo início de conversa (:

É melhor estar alegre ou estar triste, mais ou menos é a pior coisa que existe.

quando, há uns 6 anos, escolhi deixar a casa dos meus pais e morar sozinha tive que... aprender. Meu quarto tomou proporções maiores, e eu fiquei resposável pelo almoço, pela limpeza, pelas compras. Responsável por conseguir dinheiro pra manter tudo isso, sem esquecer de comprar um sofá pra me jogar no fim do dia. Fritar um ovo era tão complicado quanto ter que arrumar o vazamento da pia, mas eu aprendi a fazer os dois! Nunca dei ouvidos aos "isso é coisa de mulher" ou "isso é coisa de homem". Parece simples, bobagem, mas simboliza coisa demais pra não falar.

Meu pai resolveu colocar grade no meu jardim, eu pensei: como assim? Naquela época, juro que não entendi, era criança. Minha mãe veio com uma história de que aquilo tudo era para a nossa segurança. Cresci na rua correndo, na árvore subindo e da bicicleta caindo. A ser gente grande, eu ia aprendendo.

Grades, câmeras, chaves. Cada dia, ficava mais grave. Minha família com medo, e eu continuei aprendendo. Aprendi a atenta andar. Aprendi a não reagir. Aprendi a ocorrência registrar. Até de estuprador eu sei me defender, coisa que eu nunca pedi para aprender. Por mais que tudo rime, medo ainda não rima com cadeado. Quem é, mesmo, que deve viver trancado?

Precisava de tão pouco,
tudo jogou fora.
Disseram que era louco,
era tempo de ir embora.