Coleção pessoal de CAROLINE__GUTERRES

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ESGUIO CRISTO

"Ressoe sua voz em meus ecos

Para que eu tampe meus poros com flama,

Seja inumerado para eclipsar o esguio Cristo

No compacto silêncio do centauro que nunca se enervou,

Divida a voz e o sal que nos compenetra

No espasmo que rabisca a humanidade eviscerada,

Revide o dedo por cima da lua e conheça quantos povos

Emudeceram no penhor da realeza,

Simule a dobra de escândalo conhecida das nações

E altere o celeiro envolvido no sopro do adormecimento,

Tonifique aquele esmero incompreendido

Na lordose da sua exuberância simbiótica."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

ECTOPLASMA

"Não preciso extrair pólvoras ciliadas

Com condolências em simbioses concubinárias,

Pois o premido ser que me castrou

Seringando meu ectoplasma

Estuprou beiços com ciladas cambiantes,

Golfou terráqueos derivados de estafas sustenidas,

Esparramou tombadouros

Com chapéus que conheci ventando

No pio esboço do meu estanque sabatinado."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

PERCURSO DA LUZ

"O percurso da luz fomenta nossas escudeirices,

Agradece o escaldo rimado nos léus enfurecidos,

Impera em cubos de epístolas fosforescendo

A esguelha de cada elfo acasalado e efervescente,

Recende cientificidades em alíquotas venenosas,

Derrama redes de espalmações coloquiais

Em avisos de sopros serpentiformes,

Suaviza momentos de custódia em súmulas embargantes,

Terroriza o avesso do ninho perorado em rimas azuis."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

(OBS: a palavra "espalmações" é um neologismo e significa ato ou efeito de espalmar, tornar plano e aberto; aplanar, alisar)

CORRENTEZA

"Embaço contos descidos emudecendo

Biômetros de aviventação,

Deposito no carreiro de cujus e decálogos contorcionistas,

Movimento o debulho da alfândega decrepitando abantesmas,

Novelo o incendimento alforrado do império das nesgas,

Calunio o tablado no incêndio homérico

Da quebrantação indistinta,

Desabrigo o pio votado por carrancas

Palhadas em domesticidades,

Depaupero o fosso envaidecido por acuômetros de saudação."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

REFILHO

"Enriqueces-me com tuas sobriedades invioláveis,

Incendeias o vento do meu norte ensoalhado,

Decodificas o cenho da minha bandeira mais entoada,

Cientificas o véu dos meus renovos,

Careces-me de tragos e contiguidades comovidas,

Envolves meus emolumentos coroando minhas eficácias,

Remites meus lemes com ardores descintados,

Entorpeces num vão de desassossego

Meus canhões enviuvados,

Conferes meus córtices pela torcida mais notável,

Glorificas meus retalhos por um orbe de simplificação,

Vituperas meus encontros clamando por minha desviuvez,

Nasces remoendo minhas vitórias desapoquentadas,

Enlaças meu viver enquanto admiro tuas vivacidades."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

DECÁLOGOS INODOROS

"Elaborei novações costumeiras em incinerações oculares,

Deturpei as condenações dos escalpes

E alvéolos em puberdade,

Exauri as paridades da minha tisna em holofote,

Relaxei as revisões de canais relampejados em honorificências

Decresci as reciprocidades postadas

Na verbosidade fronteiriça,

Arrefeci a animosidade com a vida em decálogos inodoros,

Repreendi a relíquia dos meus fracos

E tabuísmos passadouros

E poluí o esqueleto da saliência mais fria em meus portfólios."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

TROVADORISMO

"Recolha o saibro do advento meeiro,

Condescenda com a vaga da força,

Favoreça o seu preço com cavidades de rogativas,

Apure pináculos de trovadorismo,

Enobreça o versículo encavado em gratidão."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

PEREGRINOS

"Peregrinamos quebradiços por fornalhas eletrocutadas,

Desvencilhamos o momento da névoa alargada

Tocando o mastro que a perturbou,

Reprimimos o solstício da primícia-irmã do ouro

No retro porto aleijado por nossas empalações,

Contorcemos uivos por tábuas de aliteração,

Invadimos nossos próprios atolamentos

Desaviando embates órfãos de propagação."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

ROUPAGEM DE QUIXOTISMO

"Ó roupagem acurada vestida de quixotismo,

Diz-me onde aportar nesta imensa aclamação

Entupida de mim, de reticências, de ansiedades,

De arpões desencabeçados, de importunações,

E acolhe-me com frieza

Sem que eu aspire a todos os receios

Que tanto me desacasalaram nesta caminhada escatológica."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

SOFRIMENTO INDOLENTE

"Sofrimento indolente,

Traz-me o cardume vistoso,

Encolhe-me ao nível menos simplório,

Desvirtua meus tímpanos,

Arbitra minhas agruras ao nível cêntuplo de meu viver,

E rejuvenesce minha sofreguidão,

Antes que eu colabore por um vínculo imíscível

Em que surpresas lindadas me avizinhem

Na pomarada menos parietal."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

MINAS DOS SORVOS

"Se o sol reconhecesse minas dos sorvos

Que estraçalham povos draconianos,

Saberia dizer por que a razão nunca atormentou

Tanto como quer parecer aos abrigos

Que construímos nos nossos descasos,

E acrescentaria nascedouros

Conhecedores de primazias construtivas,

Para que todo berço entristecesse apenas a salva

Que o espera zimbra e arqueada."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

FOGUEIRAS VAIDOSAS

"Fogueiras vaidosas recolhem sonhos amotinados

Sem pressa, sem esvaimentos,

Sem copiosidades fragosas,

Sem desopilações descascadas que operam nababias.

Fidelizam entupimentos nos porões dos arganazes,

Realizam a cravação aduaneira que copia

Erupções concorridas no peito do emudecimento,

Vocalizam o retrato pantaneiro

Que partiu em plânctons e intumescimentos."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

SERVIDÃO

A minha servidão inclui um conventículo de sabores
Acalorados na ventilação adormecente,
Respira em ministérios o dédalo lesionado por decoros
Repartidos em voracidades benzedeiras,
Secciona o arqueiro polido por doçuras
Encanecidas, tratáveis, aclamativas, morais,
Golpeia a normose vitrificada por enduros opiáceos,
Dó-ré-mis, irrisões, tolderias e torreações.
Declama a espuma de esvaziamentos empalmados por
Serviços de sabedoria restiforme,
Resvala as cantigas coralíneas que trafegam amofinadas por
Passeios dissaboridos nos vinhais do vento-sul.

CANTAREIRA E IMENSIDADE

"Sem o dorso da minha cantareira,

Eu alcançaria o teto do meu argumento

No congado interesseiro e trovador.

Sem aceitar minha imensidade,

Alargaria travessas contidas

Para enfeitar salitres sodomitas e arqueiros,

Apenas para que o meu véu neófito

Fincasse força na aspiração."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

ESPECTRO DEIFICADO

"Deificar o meu espectro me torna escape

Da instalação de estradas estratosféricas.

Senão, o mesmo rio que me engolfou

Secando em desencontros do visto da janela

Me tornaria capaz de ser ao mesmo tempo

Vida de dístico, fundo do estilo,

Eixo do sinistro e prumo da embocadura."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

TARÂNTULAS, PRENDAS E SIBARITISMOS

"Sorver do vale meu fardo incompleto

Como parte do êxodo sugado por fraternidades

É simplificar santuários relativizados

No assento espirrado.

Pinçar excitações e intolerâncias

E evacuar verdades classificadas

Vence tarântulas, prendas e sibaritismos."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

ODE A BERTHA

"És dédalo, tranquilidade, renitência e luz,

Pensamento que me coalha,

Arrefecimento que me esparrama,

Elasticidade que me lobriga,

Conicidade fustigada do meu encanto

Delação espremida do meu legado,

Entalhamento vivo dos meus penachos,

Leveza ab-rupta dos meus arrolhos,

Extensão fornida das minhas conspecções."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

CANTIGAS DIONISÍACAS

"Fustigo o incenso embotado em gastos sombrosos,

Desovo em luas ilesas por empunhaduras,

Fosforesço em entregas de coincidências libadas,

Lacaio nebulosidades esgotadas por cantigas dionisíacas."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

TEMPESTADE EMBOLORADA

"Tocarei reminiscências trabalhadas no tempo,

Ouvirei que o favor se forçou a receber o vão do argumento,

Evanescerei por tombar o preço do alvedrio,

Temperar-me-ei com a tempestade embolorada,

Almejarei ser lhaneza que supera o alvitre do certame

Certarei na estranheza divisória entre apneias de tipicidade."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

ALDEIA DESMAMADA

"Abrigo a frivolidade de apagões em conveses arrebitados,

Costuro entabulamentos de limbos do adverso,

Entorno riscos de sobriedade na aldeia desmamada,

Respiro gravames de respaldos infantes,

Sacramento espinheiras no anelo da rotulação,

Arcabouço o estalo do esmero mais cunhado

Do meu enervamento,

Almiscaro o decalque do nevoeiro realçado

Por minhas continuidades."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES