Coleção pessoal de carolhanke
Árvore florida, cheia de vida
Doa mais do que recebe
Tem roubado sua sombra folhas e frutos
Mas mesmo tronco de árvore quebrada
Ainda dá-se um jeito de virar assento
Eu planejei de manhãzinha lhe dar um presente. De no natal irmos ver Quebra Nozes e apreciar as luzes piscantes natalinas.
Planejei um dia de chuva pra não fazer nada e um dia de sol para fazer tudo.
Plantei uma semente de árvore para um dia sentarmos em baixo dela.
Bordei nosso nome numa toalha de rosto, só para enfeitar o banheiro.
Esqueci de propósito uma peça de roupa em sua cama.
Planejei molhar nossos pés na beira da praia e colher jaboticaba do pé.
Eu planejei.
Sozinha.
ATENÇÃO
Mas quem poderia atender?
Nos cantos da vida não havia chão
Como compreender?
Ela abria seus olhos ao amanhecer
Ela abria os olhos durante o anoitecer
Ela desejava morrer,
Às vezes
Às vezes, ela sentia desejo
E lágrimas
E às vezes ela sorria
E dormia e vivia
E desistia
E às vezes ela abria os olhos
E não entendia
Às vezes ela via o entardecer
Ela desejava morrer
Quando o Sol não bate nas árvores
Porque ela não está embaixo da sombra
Como fazia antes, deitada na grama
Tudo foi aos ares
Quem poderia compreender?
Que às vezes ela abria os olhos
E sentia vontade de morrer
Às vezes.
Nossos corações choravam
Mais do que as lágrimas que deixávamos o mundo ver.
Nosso desespero era muito maior
Do que quem queríamos que visse, via.
Porque éramos loucos...
Absurdamente loucos.
Loucamente apaixonados
Destruidamente descartados...
Mas nós nos víamos
Víamos nossos corações sangrando
Como a maior cumplicidade que pudesse existir
Chorávamos por nos ver chorando,
Tristeza abatida por tristeza.
Um amor causando dor
E constituindo outro amor...
União movida por aquilo que ninguém via.
Por aquilo que só nós entediamos.
Desesperadamente... amor.
Destruidamente, amor.
Acabou. Criou.
Amamos, a nós.
Que não amávamos.
Odiamos, aqueles, que amamos.
E que nunca nos amaram.
Amei você, silenciosamente.
Sei que me amou, envergonhosamente.
Nos calamos hoje, vitoriosos.
Com novos amores, de novo.
Mas nunca, jamais, deixando de nos amar.
Saber abandonar. Dizer adeus. Se desfazer das coisas. Relembrar pela última vez - e se arrepender de fazer isso.
Seguir em frente. Evitar saudades. Dizer não. Ser forte E dizer não. Ser forte, corajosa E dizer não. Saber dizer não.
Jogar fora o que não presta. SABER jogar fora o que não presta. Decisão. Saber tomar decisão. Ter coragem pra tomar decisão. Esquecer. Saber como esquecer. Sonhar de novo - saber como sonhar de novo. Pés no chão. Cicatrizar. Saber esperar cicatrizar.
Aperto selvagem no peito. Surpreender porque... Tudo é um instante. E isso ela não sabe lidar, ela tem medo porque já conheceu de perto o fim do infinito.
não é água, nem agulhas, nem altura, nem sangue, nem barata.
tenho medo quando coisas, pessoas, vidas, se vão.
e fico.
sobra muito de mim.
apavoro-me com inacabados.
gota de limão na ferida.
Precisava de uma tela qualquer, colorida, que pudesse prender a atenção. Como computadores, tvs ou celulares. Enquanto isso, suas tristezas eram esquecidas.
Seus olhos podiam ver pela fresta o que seu coração não era capaz de suportar.
Mas ainda sim, ela observou.
Os braços a rodopiavam e havia muitas risadas.
Seu coração ficou molhado e transbordou pelos olhos.
Supere o fim para que possa haver o recomeço.
O coração que quebra é o mesmo que volta, e revigora.
O mesmo que chora, e se consola.
Sente saudades, e cria coragem.
Cicatriza, e ainda arrisca.
Sente falta, e suporta.
Perde uns, ganha outros.
Odeia e ainda ama.
Sempre cresce.
Meio morre, meio nasce.
Sinto sono, mas não consigo dormir.
Estou em casa, mas me sinto cansada.
Tenho tempo, mas não tenho dinheiro.
E possivelmente, quando tiver dinheiro não terei tempo.
Sinto fome, mas não tenho vontade de comer.
Queria crer, mas não tenho fé.
Perdi quando criança, não sei porquê.