Coleção pessoal de carol_fernandes
A mim, não interessa se você tem um celular moderno, um carro, um cargo ou uma formação...
O que quero saber de você, é o que faz nos dias tristes... nos dias em que a desesperança assola sua alma, te reduzindo a ruinas e pó; e sua face se mistura com suas lágrimas sem poder mais distinguir quem é você e quem é sua dor...
Quero saber o que te fez mais feliz nessa vida, e a tristeza que mais te devastou assemelhando-se a própria morte...
Interessa você dizer a mim, o que te arranca um sorriso de dentro pra fora, e que me fale da saudade que não cabe ai dentro...
Diga-me, você viveu realmente nessa vida ou está só passando, sem nem ao menos olhar pra um irmão que sofre ao seu lado?
Preciso ver além da sua aparência, de fato a essência que carrega no peito...
Quero entender se sua energia se dá com a minha, e saber se algum dia, em outras vidas dividimos a nossa companhia...
Só não preciso do status, nem saber daquilo que você deseja mostrar aos outros pra esconder de fato quem você é! ... quero saber justamente sobre o que está escondido, e tudo que ficou por debaixo dos escombros das várias vezes que você caiu.
E se assim me permitir, conte comigo, e após tudo isso, terá em mim um amigo, que te estenderá a mão para sair dos escombros quantas vezes precisar que eu esteja contigo.
Mas enquanto isso, vamos tomar um café e fumar um cigarro... durante o instante em que jogamos conversa fora, joga um pouco de ti dentro de mim, e me permita que a gente se pertença um pouco mais... mesmo que ainda assim não nos tornemos um, e sim apenas cada qual. Será o bastante!
Eu já não tinha mais tempo para viver de incertezas, e nem paciência para lhe dar com aquele seu temperamento difícil.
Era tempo de decisões, e eu necessitava das minhas... todo aquele pranto só ecoava pedindo socorro, enquanto tudo seu ali era só ausência.
Então me desfiz... me desfiz dos planos, das expectativas e dos sonhos, me desfiz do choro, do drama e da saudade.
Já não era necessário esperar que seu sentimento voltasse a viver ao meu lado, afinal, algo que nunca esteve aqui, pra cá não pode regressar... e sabemos bem que você nunca me amou.
Então regressei a minha solidão, àquele copo meio cheio, meio vazio e aos caracóis de fumaça de cigarro, uma companhia frívola para a morte, mas ali, nesse cenário triste, havia muitas certezas. Apesar de todo um contexto melancólico, era ali onde eu precisava estar.
Em meio a uma triste situação, mas ao menos, já não me era algo incerto.