Coleção pessoal de CarlosLana
O perdão é a dignidade do fracasso, quando se trás para perto de si aquilo que deve ser afastado.
O perdão deve ser o esquecimento, nunca a aceitação, mas o entendimento de que se deve deixar o ressentimento ir. Concedido a si mesmo, por livrar-se do peso de lidar com consequências das escolhas de outrem. Cabe a ele lidar com o arrependimento. Manter quem falha contigo continuamente é tortura e tolice, não seja irracional. Não cultive laços fracos, instáveis, pouco confiáveis.
Tenha força, se afaste. Perdoar o outro por ser humano e errar, é se afastar para que não se repita. Nesse ponto reside a beleza do perdão e o que torna-o minimamente viável.
Perdoe quem deve ser afastado. E, então, os afaste de fato.
O perdão como todas as escolhas deve ser um ato racional, qualquer coisa se não isso é apenas insistência idealizada e erro desencontrado. Aquele que mantém o que não lhe agrega por medo de perder, toma para si, e merece, os frutos de laços vazios na fome do apego.
O perdão como todas as escolhas deve ser um ato racional, qualquer coisa se não isso é apenas insistência idealizada e erro desencontrado. Aquele que mantém o que não lhe agrega por medo de perder, toma para si, e merece, os frutos de laços vazios na fome do apego.
Ciúmes são noções de desconfiança em algo que se forma com base na confiança mútua. Por se embasar em coisas completamente imaginadas são apenas reflexo de si mesmo e não dá outra pessoa.
Entretanto, vivemos numa sociedade doente, onde tudo é sub vertido e na maioria das vezes o ciúme se mostra verdadeiro. Mas ele não é o meio, não deveria ser. Cabe mais conhecer pessoas de confiança do que se relacionar com qualquer um.
Baseie suas relações na confiança e só então criara laços duradouros, não invente sinais nem fique procurando, mas não confie completamente em ninguém, no fim a verdade sempre aparece.
Para você que merece o ciúme do seu parceiro, porque você não é confiável: abstenha-se de relacionamentos que não pode manter e da responsabilidade do erro que poderia, e como deve, ser evitado.
Se forem frios fazem poças
De garoa da saudade
Que ressoa em pingos mínimos
Sem saber que é tão grande
Até que alguém se afogue
Até que água bata no peito
E tire fora o ar de dentro
Pra ocupar todo espaço vazio
Da falta,
E talvez isso é definição
Que distingua meu desejo
Dos sussurros
Da saudade
é que ela não me pertence
me judia, não a descrevo
homem nenhum se atreveria
a torná-la a poesia
de amores em mentes outras
não me atrevo
a dá-la tão fácil assim
— nem a você
Ainda que o mundo em dissesse meu fim
eu andaria pelas ruas mesmas
de todos os dias, a esmo e entre
ruas e calçadas, tão suas
me diz o porquê tudo converge em você,
e meus pensamentos se moldam em tua face
roldando o mundo nesse turbilhão de frases
confusas, — no fim o difuso, eu tropeço obtuso
nós pés de um homem sentado na calçada
me olhando feio, sujo, ele sujo, feio
eu sujo, feio; feio e sujo — eu fujo
João e Maria
— Joana me diga, e Maria?
Que fará?
João se foi, coitadinha.
Onde será que ele está?
— Silêncio, menina atrevida.
Quem te mandou falar?
E se quem vem vindo é Maria?
Não deixe te escutar.
— Pois Joana, me conte baixinho.
Que ela não nos ouvirá.
E me diga se é ela que vem vem vindo
Aquele vulto que se assoma por lá.
— Menina atrevida me poupe, vai me deixar descansar
Se te digo o que sei de Maria?
— Tenha certeza Joana querida.
Certeza que não vou apurrinhar.
— Escute, escute.
Maria, Maria.
Casou com o safado,
Contra a família.
Tinha adoidado,
Como você bem disse, a coitadinha.
— Pois então, não há aí algo que já não sei?
— Escute, escute.
Menina atrevida.
Me deixe terminar.
João, safado já era casado.
E Maria deixou-se enlaçar
— Ela sabia?
— Sabia
— Não diga.
— Já disse, sabia.
— Não sabia?
— Me deixe continuar.
Escute, escute.
Menina burrinha.
Maria é que vem vindo
Deu de voltar
João deu de fugido
Já era fingido
Deixou esposa e outra pra trás.
— Outra?
— Maria!
— Maria?
— Outra!
— Outra!
— Menina, tu é burra? Se cuida.
Que acabo de me emburrar.
Escute, escute, rapidamente.
Que Maria vem longe,
Mas logo vai chegar.
Maria traída, se juntou com a que traía
Pra tentar encontrar o fugido.
— E acharam?
— Não sei.
— Como não?
— Eu não estava lá.
— E como sabes tanto!
— É que…
— Não conte que estou aqui Joana maldita,
Não conte que me escondo cá.
— João cala a boca…!
(Toc toc) (abre porta)
— MARIA!??
— Oi Joana, oi menina. Que estão a cochichar?
Venho de longe, procurando um bode
Que fugiu do rebanho.
Um bode que eu vou castrar.
— Maria, não diga, que isso, menina.
Maria te digo bode nenhum veio aqui parar.
Né menina atrevida?
— Te digo Maria, não vi bode.
Vi cabelera farta.
Vi bigode.
Vi um safado de voz forte.
Um safado escondido cá
A esperança é a verdade que deve estar nessa caixa diante de mim e a fé é a verdade que sim está numa caixa, mesmo que eu não a tenha aqui e nem saiba se ela existe.
Uma manhã amena
Regida pela busca de igual valor
A correspondência posta a julgo
O passo dado e o ranger da catraca
Contifica indiferente esses seres numerados
O correpondente clama
As rodas vencem o atrito do asfalto
O trajeto é projetado em metas
A cada ponto dado treck treck
Da catraca do troco do sonho
Que se desfaz em cheiro de gasolina
E fuligem que cobre esses solitários
Na busca da correspondência
O remetente tinha pressa de cumprir o seu trabalho
Não se esperava a calma toda do destinatário
Que descia lentamente as escadas
Olhava pras placas procurando a rua que conhecia
A mais de quarenta e cinco anos
Na busca da correspondência
Viu um envelope no caminho
No correr para por
No fazer da corrida para
No parar e de modo poder
ame o conhecimento, antes de tudo. Há aqueles que amam ideias, mas nunca alcançam o conhecimento, é inevitável, afinal, o pensar que sabe é a ideia mais famosa
Prole preza pela peste
pondo passos
passado poderia
penhorar pedras por pães
parava perdido
padre procurado
polêmico pânico
propicia presença
penumbra pilantra preda
pioneira primeiro
precária progênie
Mas, verdades são mentiras que todo mundo acredita, absolutos são possibilidades e resultados únicos são apenas provas de que nada podemos provar. Sempre falta algo.
O passo curto é do ladrão, cabe mais a certeza do tempo bem investido. Afinal, das 2 horas que te resta 7/8 dela não se dão para amolar o machado?