Coleção pessoal de carlos_lopes_4

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[Ambigente]

Tem gente que espelha ambientes, mas não enxerga gente. Tem ambiente que nem sente que gente é mente, coração e referências. Tem ambiente que nem sente gente. Tem cada coisa no espelho dessa gente...

café pra começar o dia, e o dia todo pra recomeçar

quando vejo o tempo passar
quando o tempo passa e não vejo
e quando tento a todo o tempo
e quando suga, arde, inunda
vai e vens da vida
que o tempo anuncia em seu tempo

[calma e brilho]

ela ama o beijo, o toque, o cheiro
o olho que brilha
e o sono manso no travesseiro
liberdade, amor e calma no olhar

Desejos de querer ficar
Mudanças pra continuar
Afago não precisa de palavras

[narinas da memória]

algumas palavras são guardadas na memória das dores. como odores

[tela]

agora é tarde
já chega madrugada
a tela de tv já não diz nada

nunca disse

Chatice que enche a sala
não enche o peito
esvazia a mente

[Fundo da corda]

não há nada de novo no fundo do poço.
Tem o poço e o fundo
e não tem corda.

[Vales do silêncio]

nos vales do silêncio há um rio que corre - o rio sempre seguem seu curso. Sem barulho ou ruído, um ensurdecedor caminho a percorrer. nos vales do silêncio, muitas coisas são ditas sem palavras.Gritos internos. Dores pra alma.nos vales do silêncio ouve-se gritos

Eu sigo.
pra onde vou?
qualquer acidente
tente
de repente é só estrada

[miséria diz]

Aflora, dignidade,
pois quanta maldade eu vejo aflorar

a noite afora
no frio, no vácuo
morre na ponte
cai do telhado
queimado, sem teto

Aflora, dignidade,
pois toda a miséria é indigna

em casa, a forra
no seco, coberto
digno de gestos
cai da boca migalhas,
todo o pão

tem dias que nos falamos, outros não dizemos nada. tem dias que grudamos, outros damos espaço pra não invadir. tem dias que nos encontramos pra nos achar.
[início], C. Galego

Nem bem nem mal
Apenas flor que agarra espinhos
para desafiar a gravidade

papel picado, palavras,
cheiro forte de você.
sensações.

Falam das bilhões de pessoas. Mas no amor, o coração parece fazer opções involuntárias e seletivas. Você realmente tem várias opções, mas, de repente, acaba escolhendo só aquela. É como se não houvesse bilhões, nem dezenas, nem meia dúzia, ou duas ou três. Essa escolha me parece involuntária. Ela te presenteia com um leme e te oferece um mapa pra riscar. Um minuto a deriva, mapa em mãos e leme. Só daí vem a decisão de seguir. Essa sim, a única coisa racional de bilhões de pessoas.

[combina!]

eu: chantilly
ela: morango
nós, convenhamos, somos um belo encontro

[dia qualquer]

Um dia,
sei lá,
na vida.
te encontro num bar,
sei lá,
pra conversar.
sei lá
o que se passa.
sei lá
onde iria dar

[Distancia que diz tanto]

Poderia até indagar que não existe distância pro amor. Mas tem a proximidade, o querer por perto, o aconchego o aperto e todo o resto. Poderia até imaginar que a distância dá saudade. Mas tem o cotidiano que engole o tempo traz outros cheiros e temperos. Poderia até acreditar que essa distância daria certo. Mas tem todo o processo de querer ficar junto, sem segredos nem mistérios. Poderia querer assim, mas assim distante não quero.

Nada é igual ontem.
tudo muda a cada dia
o que passou não volta
mas se usa para transformar o amanhã
[Tudo muda], C. Galego

Há momentos que a vida acaba
Que se esgota
Há momentos que o fim é a corda
que enforca
a vida