Meu maior temor é uma segunda onda de LIVES.
A vida é um chicletes que perde o açúcar.
Quando morri de amor,
meu velório estava lotado de lembranças tuas.
Os dentes do dia mastigam minha poesia.
Teu bloco desfilou
na rua de meus olhos
e deixou bagunçado
meu coração.
Teu retrato na parede,
quer congelar minha saudade.
Na porta da noite,
tua boca costura meus desejos.
Achados e perdidos: Perdi o endereço da minha casa
quando encontrei teus olhos.
Atraso de relogio sem ponteiro
distância do que não foi embora,
metade do que foi inteiro
ontem,amanha e agora.
Vou fazer um canção
sem datas, sem dias
mas com som de tardes e noites nuas.
No meio da Cracolandia
a Sala São Paulo é surda.
Lá fora o carnaval,
eu aqui no bloco do eu sozinho.
Solidão:uma estação fechada de metrô,
que não liga um olhar a outro.
Chove lá fora,
tenho calo nas asas dos pés
e sei que tudo vai passar.
Guardo pedaços de pôr do sol em fotografias 3x4.
Hoje o sono não vem,
Tem uma torneira pingando dentro de mim.
Queria beijos de perder o fôlego,
abraços de parar o tempo,
mas hoje só tem marmitex e saudade.
Não é só cansaço,
é o aço frio da rotina
rasgando a retina,
cansado a alma.
Esqueçam meus documentos,
meus poemas sabem mais de mim.
Sob a sombra desse homem de pensamentos estreitos
mora um menino de sorriso largo.