Coleção pessoal de camaravanessa
Á flor
Foi como uma flor murcha tentando sobreviver á seca
Depois de tanto tempo sem água
Vem uma nuvem e te cobre com o sereno
Avisando que algo pode mudar.
Quem sabe florescer, e no campo reviver, ou então morrer?
Pobre flor, não sabe ela que a água
não revive metade das tuas raízes
Tão poucas eram as gotas que se atreviam a toca-la
Sua sede era tão intensa, acabou economizando as gotas
Mas os dias de poucas chuvas passaram, a seca voltou
e a flor novamente sem sua água ficou.
Pobre flor está morrendo aos poucos, tão desconsolada
e caída ela está, que nem o outono resolveu esperar
para suas pétalas secar e o vento levar
Quem sabe para o encontro do mar.
Upêndica Poesia
Estilhaços!
E daquele dia ficou os estilhaços,
pedaços de corações partidos
mentes sujas de acontecimentos
dias cinzentos de saudades
olhos vermelhos e rosto sempre molhado.
Ficou a falta de você, do seu abraço, do seu beijo.
Pensamento constante em ti, no teu sorriso, no teu olhar
Ó meu bem, meu coração está feito avalanche,
desmoronando a cada musica, cada verso
Sem rumo, pois ficou perdido em ti
e sofrendo porque não te pertences.
Tentando juntar os estilhaços, viu que seria impossível
pois ficaste gravado nele.
E agora o que resta é vontade de ir atrás de você
dizer quanta falta está fazendo, que não da mais para ficar sem sentir teu corpo junto ao meu.
Dias se tornaram mais escuro nesse inverno
Solitários feito animal quando não consegue se esconder da tempestade
Sem cor, sem vida, sem ar
Porque só tu podes colorir e trazer o ar leve e suave novamente.
Enquanto tu não voltas, permanecerei estilhaçada com meus estilhaços de saudade.
Pois se de saudades e estilhaço vivemos, dos cacos fazemos um retalho de uma nova vida.
Multicolorido, disforme, inconstante, como o amor.