Coleção pessoal de cainanbao
SONETO LASCIVO
Em um poço atroz revestido de luxúria
eu mergulho, em insanidades, todos os dias
profanando o mandamento sagrado e a carne sã...
Tornando-a despedaços, lugubremente fria.
Abro os portais para o dia funéreo
em que a lascívia corromperá os fiéis;
maldições, preces ressoam em gritos dolorosos
iniciando a sombria inversão dos papéis.
E nesta luxúria sou um impávido soberbo;
impetuoso seguidor dos prazeres da carne,
onde qualquer idólatra se torna um homicida.
"Porque tudo o que há no mundo -
a concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida [...]".
Talvez seja nisso em que o mundo inteiro tenha se transformado: Luxúria, vícios, falsidade, mentiras e fugas...
Humanos não precisam de dinheiro,
Não precisam de luxúria,
Não precisam de nada além do simples,
Afinal um dia você será apenas ossos,
Então não desperdice sua pequena aventura,
O mundo foi feito exatamente pra sorrir,
O que humanos precisam é de amor!
Aconteça o que acontecer, o tempo e as horas sempre chegam ao fim, mesmo do dia mais duro dentre todos os dias.
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.
Quase indizível o experimento histórico,
porque o mês é setembro,
o ano, o de 2011
e às três da manhã me percebo acordada
me equilibrando à beira de um buraco
de que só agora meço o fundo e escuto
a radiação contínua de uma dor
por anos de distração ignorada.
Quem pode me consolar
a não ser Vós, face desfigurada de solidão e tormento?
Que fiz eu, desatenta a vida inteira?
Com que ocupava as horas
quando, à minha frente, muda
levantáveis os olhos para mim
esperando mais que migalhas?
Chorem comigo, céus,
para que o desvão transborde.
Me socorre, pai, mãe, me socorre,
irmãos meus, ancestrais, pecadores todos.
Quem viu o que vejo
venha me socorrer.
Sempre quis ver Jesus
e Ele esteve comigo o tempo todo.
Só era preciso um olhar,
um olhar atento meu.
Era só ficar junto e de modo perfeito
tudo estaria bem, de modo miraculoso.
Ó Vós que me fizestes,
bendigo-Vos pela cruz
da qual ainda viva me desprendes.
Eu não preciso mais acreditar.
Na minha carne eu sei que sois o amor
e é dele que renasço
e posso voltar a dormir.
A gente tem sede de infinito e de permanência, então, esse ser que assegura a permanência das coisas, é que eu chamo de Deus. É o absoluto.
Fui dormir umas vezes tão feliz, que, se
soubesse minha força, levitava.
Em outras, tanta foi a tristeza que fiz versos
O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta.
Assim que escurecer vou namorar.
Que mundo ordenado e bom!
Namorar quem?
Minha alma nasceu desposada
com um marido invisível.
A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege.