Coleção pessoal de brunocmedeiros
A caneta.
O grito mais alto do mundo.
Plangente de solidão,
algente de tão profundo
que tolda o coração.
Adágio de uma canção,
prelúdio sabotador
nas mãos do compositor.
Os olhos são janelas.
Pensamentos, vielas.
E todo sentimento
surge e vai como o vento
que não se pode controlar.
Onde é mesmo o meu lugar?
Eu que sempre fui metade,
preso em plena liberdade.
Sinto as ondas no imo
que ressoam meu fenecer
como o sol no entardecer
como a paz de ser menino
que do passo peregrino
fez pegadas contra o vento
reescrevendo o próprio tempo.
Uma mente vazia é inquieta e turva.
Compete com a culpa e chora,
deseja ser como alguém lá fora
mas resvala ao ver a curva.
A vida de alguém perturba.
Pois o espúrio, atrai,
a que nem sabe aonde vai.
Nessa terra de gigantes,
meu olhar é estrangeiro,
meu falar de forasteiro
preso em belos horizontes.
Quem me enxerga um salta-montes,
desconhece meus desejos
e tropeça em meus traquejos.
A vida é sua, eu sei.
Mas não é solo o viver.
Ainda que queiras ser
solidão nunca fez rei.
Sábio seria doar.
Viver é um constelar.
As paredes da ignorância
limitam o crescer da alma
encerram o nascer da calma
e cegam o olhar de infância.
Tudo perde a importância.
Só a mim mesmo enxergo.
Meu amor se chama Ego.
Uma mente à deriva
um coração ignavo,
mantendo o pensamento escravo
impedindo que o sorriso viva.
Esperançar uma alternativa,
é içar velas na embarcação.
Vento, me sopra uma direção?
Colapso
Você é;
o que deveria ter sido,
o que nunca foi esquecido,
o que me sustenta de pé.
Só você é,
minha certeza sem fim,
a outra metade de mim.
Se conheço o meu melhor
e de mim sei o pior,
equilibro o coração.
Pois se tenho o Amor MAIOR
e me amo mesmo só,
desconheço a solidão.
O amor é uma Luz Viva, que precisa ser regada, que precisa ser cuidada, que precisa de atenção. Para não secar, murchar e virar escuridão.
Seria o fim se não fosse a esperança.
Nem sempre quem cala consente.
nem sempre o sorriso é contente,
mas a dor sempre perde pra dança.
Melhor mesmo é ser criança,
lambuzada de inocência,
que vive de tudo, menos de aparência.
Prontos ou não, lá vou eu.
Empurrando a embarcação.
Meu silêncio é a canção
que no sonho se perdeu.
E o tempo que nunca foi meu,
pintou meus cabelos de velho.
Me fez renascer no afélio.
Música viva.
Que atravessa as barreiras da alma.
Que limpa o caos enquanto te acalma.
Que fala tudo que a boca não sabe dizer.
Música minha.
Que quando canto se torna nossa.
Quando não canto se torna morta.
Que é minha vida e meu padecer.
Abrir portas, quebrar correntes,
gostar dos cabelos, mostrar os dentes,
caminhar sem rumo, cheirar a flor.
Tudo isso é possível,
mensurável e atingível,
se antes do passo, for amor.
Às vezes eu sou o avesso,
de tudo que acredito e sonho.
Outras vezes enlouqueço
e diminuo o meu tamanho.
Mas depois, permito e cresço.
Realinho os "emaranhos".
Logo então eu me aqueço,
vivo em seus olhos castanhos.