Coleção pessoal de brunociccone
Vivo de apreço, desgostos e desejos. Caleidoscópio-me entre tuas insanidades. De lonjuras por ti estremeço. Alimenta-me de tuas iras, sem elas não existo. Não se cega por acaso, me cego por amor.
Alguns consideram as ideias singulares como uma sapiência invejável, outras veem nelas uma parte ridicularizada da burrice humana. Na verdade, tudo é o intermédio das duas situações supramencionadas. A inteligência é o eixo central, aquilo que está sobreposto e ligado pela mesma teia da evolução ou regressão. Oras sábia, oras burra.
Sou um eterno defensor das minorias, da luta pelos direitos que fogem pela tangente. Meu pensamento é pequeno diante de tanta voz que grita e nada tem a dizer, mas é o suficiente para meu sopro de vida, e isto basta!
Hoje resolvi escrever sobre um sei lá o quê, sobre ideias com cheiro de dendê. Veio-me uma sombra de paz, espírito de luz. De longe via-se aos montes uma estrela d'água, uma história rara, um cego, mudo, surdo, morto, uma poesia rarefeita. Não era eu, era um ponto de inconformidade que rodeava o tudo, mas não era nada.
Não há nada que o separe do sucesso, além da atitude. Eis aí o motivo da incongruência do ser ou não ser.
Sua produção deve sempre ser alvo de avaliação exclusivamente tua e não dos demais. As vozes que ecoam no pensamento dos povos, é objeto pessoal. Os que ecoam nas palavras, é objeto do criador, não da criatura. Portanto, não o importa o que você faça, sempre haverá alguém pra depreciar o que tu produziste, pelo simples fato da incompreensão e ausência de separação, do que compete a este, ou aquele.
As atitudes e palavras que hoje voam no tempo, um dia retornará por onde saístes. Não há realidade imutável, assim como não há melhores pessoas para sempre. O que existe de mais anormal em tudo isso, é que o tempo não reage na inconformidade de nossa realidade.
E na noite que calavam os suspiros agonizantes, o tempo começou a voar. Reinava-se assim um desejo de si, um sentimento de perda-feliz. Eis que brotava do jardim morto, uma pétala de luz, que ousava inventar, que ousava viver. Era um sopro de Deus.
- Por que ela?
E as perguntas não se calavam. Mas nos mistérios de Deus, não há respostas. Traços de humanidades. Há traços de aprendizagem que sobrevoam a vida humana, mas não se determinam a parar. Não se cogitam entendimento. A vida surge e desaparece por encanto, é mistério divino, é segredo pequenino que cabe somente a ti.
Não ouses despertar a maleficência do seu ser em virtude do ter. Não há motivo, causa ou circunstância maior que mergulhe-te na mais profunda nostalgia, do que o bem próprio, pelo intermédio alheio.