Coleção pessoal de Brunapmarques
E passa pelos nossos olhos.
A gente sabe que o tempo passa.
Sempre soubemos que isso aconteceria, que o tempo correria, que o mundo mudaria, que “nós” poderíamos voltar a ser só “eu” e “você”, separados pelo mar ou por um continente a nos tomar.
Ninguém sabe a nossa história, nosso filme, a música que é nossa por direito e viver. Ninguém sabe dos nossos beijos, nossos encontros, nossos segredos, mas são coisas que ninguém tem que saber. O que foi nosso, guardado está, passem os anos que passarem.
Espera, fica um pouco mais… O café está quase pronto.
É tão gostoso quando só a gente sabe, só a gente vive, só a gente sente. É tudo tão nosso. Aquelas pétalas ainda estão dentro do livro. As fotos ainda no meu mural. Os beijos, na minha boca. Teu encanto, nos meus olhos. Teus olhos cristalinos refletindo aquele pôr-do-sol estarão para sempre em meus sonhos.
Eu guardo tudo. Guardo nossa paixão instantânea, nosso amor totalmente pessoal. Guardo as besteiras ditas, e sei que você guarda também. Eu espero você, espero te ver, e sei que você vai abrir a porta ao me ver chegando.
Somos tão nossos, e não é de hoje, nem de ontem. É de uma vida. E ficamos assim, nesse “eu” e “você” traçando um eterno “nós”. Embolando esses diversos nós. Laços são difíceis de fazer e nós mais difíceis de se desembolar, e aí a gente se enrola, a gente se namora.
O cheirinho está tão bom. O gosto, ainda melhor. Aproveita o teu café, beba como se fosse me beber a cada gota. Desmanche-me em tua boca, deixe o seu cheiro em minha roupa. Estamos marcados e quero que fique assim, sempre. Eu, eu, você, você, nós, a gente, um abraço quente.
Não deixe esfriar. Se acontecer, eu faço um café novo, como os inúmeros que já fiz… Mas dessa vez o café é bom, o gosto melhor, e sei que você vai aproveitar muito mais dessa xícara, a cada gole. Um gole ali, um pouco de mim aqui, e nós nos formamos novamente.
Tudo isso, debaixo do nosso nariz… Passando diretamente por nossos olhos, mas antes a gente viu sem enxergar. A cegueira passou e estamos em nosso lugar, e que assim permaneça.
O que é meu, é meu. Eu mando em mim, minha cabeça ainda não está ruim, meu corpo não faz o que não está afim. Não venha mexer no meu passado mais presente, no amor incandescente ou no meu jardim. Não ouse destruir as flores do meu jardim. O que é meu, é meu e ninguém tira, eu cuido e é a minha pira. Meu bem precioso que ninguém vai destruir, e se tentar se aproximar, só lhe restará fugir. Para manter os pés no chão, ter meu cuidado em ti é o que eu preciso. Não se meta na minha missão, é só um aviso.
Vou sonhar com um abraço teu, um carinho meu e um cantinho nosso. Uma xícara de café, um lero bom e um cafuné. Eu e você, nosso apê, prazer.
Quando você for sorrir, lembre-se: Sorria com a boca, com as bochechas, com os olhos e, acima de tudo, sorria com o coração. Não há nada mais bonito que um sorriso sincero e que esboce a felicidade perfeitamente.
E que as estrelas alcancem todo o infinito que eu não fui capaz de alcançar, nem ao menos de tentar.
Aquele corredor vazio logo foi ocupado por dois corpos sedentos. Dois corpos que tinham o mesmo objetivo, que sentiam os mesmos calafrios, que precisavam um do outro. Ele com aquela firmeza que a deixa em suas mãos, ela que transforma sua delicadeza em ferocidade e o faz se entregar. O gosto que precisavam sentir, as sensações únicas que só tiveram juntos. Do corredor para o quarto, acabando em um agradável papo na varanda. Carinhos, quantos carinhos. Abraços, beijinhos, risadas, uma xícara de café, pés frios tentando se aquecer e as mãos entrelaçadas. Só os dois, já com saudade, sem mesmo terem se separado.
Senti necessidade de escrever agora.
Eu estava na sala, sentada, enquanto via tv. As horas foram passando, vi que estava tarde e resolvi trazer o notbook para o quarto, para ver um filme até dormir. Arrumei as coisas, liguei o ar, peguei a coberta, fui ao banheiro. Faltava fazer o que eu faço toda noite: fechar bem as cortinas para não entrar um raio de sol pela manhã. Fui até a janela. No momento em que fui fechá-la, uma luz veio a clarear meus olhos. Foi aí que reparei a enorme lua que estava quase encostando no horizonte, já baixa, fugindo de ser o reflexo do sol que logo viria. No mesmo momento, vi um avião. A pista de pouso do aeroporto é na direção da janela do meu quarto, mas eu nunca havia visto um avião desse modo. Normalmente, quando os vejo, é de manhã ou pela tarde, dá para ver o nome da companhia aérea, ouço o barulho, mas não passa de mais um voo. Hoje, não sei se foi por conta do barulho do ar condicionado ou se foi porque estava tomada pela imagem, mas não ouvi aquele barulho usual de avião. Foi uma das imagens mais lindas que eu vi. O avião, todo iluminado, clareando parte do céu com suas luzes, descia em direção à pista e lá estava a lua, no meio do caminho. O avião, claro, não parou e seguiu seu caminho. Passou de uma maneira, na frente daquela enorme lua amarelada que podíamos ver suas crateras, de forma que parecia que sua asa esquerda a cortaria. Mas então ele passou. Parecia estar devagar, planando verdadeiramente no ar, pronto para uma descida leve, como muitas outras que o piloto certamente já devia ter feito. Bem, qual a moral disso, eu não sei. Não sei muito menos o porquê de eu sentir essa irresistível vontade de escrever sobre isso, um avião passando em frente à lua. Talvez porquê a lua estava perfeita e enorme, e o avião não parecia uma marca voadora, mas parte da paisagem. Da minha paisagem. E assim, eu sorri, e me arrependi amargamente de não ter comprado uma câmera melhor. Mas essas coisas simples que ficam na memória sim, que conquistam o meu coração.
Chega a ser engraçado enquanto as pessoas estão apaixonadas. Colocam em todas as redes sociais, fazem questão de mostrar para todos, aumentam o ego de uma forma inacreditável. A pessoa apaixonada se sente leve, confiante, ri atoa pelos cantos só de receber uma mensagem ou de lembrar algum momento, fica leve, anda escutando música e quase dança na rua. Estar apaixonado é bom. Mesmo todos cansados de ouvir a mesma história, a pessoa “in love” conta uma, duas, cinco vezes. Sem dizer os apelidinhos que são dados: Um é o “bê”, a outra o “nem”. Fulano é o “mor” e Beutranho “amorzinho”. Outros que são dados com o tempo (aqueles característicos que só os dois sabem o motivo) e uns que deram início a tudo (pequena, fofura, “mô”, entre outros). O apaixonado chega a ser idiota. Se você pensa que é adulto, nunca se apaixonou, porque todos se revelam extremamente crianças, arrumam briguinha por qualquer coisa e fazem as coisas mais ridículas que sem ter alguém tão íntimo, simplesmente não faria. Estar apaixonado é bom… Até a parte que algo acontece e os dois terminam. Aí é um desespero. Procuram todas as pessoas que deixaram para ficar com “o dengo” em busca de refúgio, pedem desculpas aos amigos que tiveram que deixar, se arrependem por ter deixado de ir naquela festa. Tudo isso é para amenizar a vontade de correr de volta para os braços da pessoa. Isso é um ciclo vicioso. Ninguém fica sem um romance, nem se quiser. Tirando as pessoas que nasceram predestinadas a ficar com apenas um companheiro, não se preocupe se terminar por algum motivo, sozinho não ficarás. O sofrimento faz parte. Lágrimas, gritos, desespero... Isso tudo é consequência. A saudade fica, mas logo aparece alguém para preencher aquele espaço. Atenção: preencher não é substituir, porque um "amor" jamais substituirá o outro. Mas a vida segue. As pessoas se preocupam demais com um romance que não deu certo e esquecem da vida que tem em volta. Bem, não fiquem assim, no final, as boas memórias prevalecerão e apenas sorrisos sairão. Chega de sofrer pelo que passou! Cadê aquela paixão? Hora de correr atrás do que não deu antes. E aí, outro amo, outros apelidos, outras memórias... Talvez dessa vez eternas.
Do dormir ao despertar, o pensamento é o mesmo. Todo o amor, a vida que insiste em bagunçar com tudo, a paixão ardente dentro desse coração doente. O mundo não para, mas cada vez que aquele olhar sedento de amor se encontra ao meu, tudo fica em câmera lenta e o meu corpo perde os movimentos e é guiado por ti, como em uma dança. Passamos por todos com passos leves, vagando por aquela imensidão que é a vida.Quero poder o ter para sempre, iluminando meus passos, querendo estar realmente perto de mim, me amando e me levando para absorver o brilho da lua, vendo a imensidão do mar. Venha comigo, me dê a mão e vamos andar por aquele jardim ensolarado. Venha, me ame e vamos mostrar o motivo dessa nossa união. Em alguns anos, iremos olhar para trás e lembrar dos nossos momentos. Depois, olharemos para frente e veremos a caminhada que ainda nos espera.
Enquanto as árvores balançam, vejo por entre as folhas verdes os raios de sol. Tais raios arranhavam meus olhos, fazendo-os doer com seu brilho incessante. Porque eu não conseguia parar de olhar para aquilo que só me causava tamanha dor? Tudo tem um sentindo, ou não era para ser. Eu olhava os raios do sol para alcançar você. Eu olhava para encontrar teu sorriso, pois aqueles raios, por mais que machucassem meus olhos, me transcendiam paz, irradiando serenidade, e um pouco de você. Não importa o tanto, mas era você lá, em meio àquele brilho todo. E quando chegou a noite, aquilo que machucava meus olhos, passou a amaciá-los, para que recebessem teu afago, teu carinho, tudo o que deseja me passar. Não importa o que aconteça, o dia, o lugar, o ano. Eu sempre vou te amar, tendo o sol, ou mesmo o luar.
Muita normalidade às vezes nos faz perder as estribeiras. Perca logo um pouco a cada dia, é mais gostoso e você se sente melhor, afinal quem é que gosta de ser sempre certinho
Certo dia eu estava dentro do ônibus em um engarrafamento causado por causa do sinal com defeito, olhando para tudo, pedindo para que algo me tirasse do tédio. Existem momentos em que estamos tão entediados que começamos a reparar até mesmo no fio de cabelo dançando no chão por causa da leve brisa. Eu estava assim, até que olhando para os prédios ao meu redor, pude perceber um casal simpático de idosos repousando na varanda. Ela, uma senhorinha simpática com rugas causadas por causa da velhice, sentava em uma cadeira de balanço (sim, daquelas de vovó mesmo) e tomava seu chimarrão. Ele, com brancos e poucos cabelos, sentava em direção à porta da varanda e via algum programa que passava na televisão. Fiquei o tempo inteiro olhando para eles com um sorriso estonteante, imaginando se algum dia eu estaria ali, no lugar dela, sendo paparicada por alguém como ele, que quando a olhava, fazia refletir um tanto de amor. Nossas ações de hoje não passam de reflexos do futuro: às vezes perfeitos, mas muitas vezes sofrendo desvios. Planejamos tudo do modo em que queremos que seja, mas o futuro se encarrega se levar-nos para estradas alternativas, das quais nunca pensamos seguir, e por mais incrível que pareça, ao olharmos para trás, vemos que muitas coisas foram apenas devaneios, outras valeram ou não seguir, e outras precisávamos ver que não dariam certo, mesmo que na hora tenhamos brigado por não ter sido o que esperávamos. É a vida... Muitas vezes o errado, supérfluo, nos parece irresistível, mas acabamos seguindo pelo certo sem ao menos perceber. O vento se encarrega de levar-nos segundo os corações que nos atraem, que nos tem por inteiro. Nos leva para o coração que cuidará como nenhum outro cuidou. Onde o silêncio reina enquanto as almas descansam sem pesar sobre os corpos quase desnudos relaxados sobre as cama. Caminhos... Apenas fios emaranhados que um dia voltarão às suas origens.
E como em um passe de mágica, toda a harmonia se refez e o som pôde sair como uma bela melodia por entre os instrumentos quebrados.
O vento sopra, carrega os detritos e nos leva até um mundo contrário onde a compreensão reina. O vento é puro do seu jeito, como você é feliz independentemente de suas escolhas. Deixe que o vento se encarregará de levar-te às suas origens.
Me acompanha nessa dança? Vamos passar bailando por todos aqueles obstáculos tolos e no fim, agradecer pelo simples gesto de dar uma chance à vida.
A perfeição de uma bela melodia é sua voz trazendo-me a vida em comum à sua alma, como nosso infinito amor à um simples pôr-do-sol.
Sonhos infundados repletos de magia e felicidade contemplada reanimam o meu viver, junto ao céu resplandescente em todas as manhãs. É o destino novamente agindo sobre os indefesos seres que ali mesmo rastejam com sua insignificância, sendo levados sem ao menos resmungar.