Coleção pessoal de brunabertini
Não existe um gene certo, o olhar interpreta o mundo sendo bom, ou não. Sem nós, nada seria belo pois a beleza não é algo a se ter. Apenas a capacidade de ver é inata, e vê-la é além de apenas enxergar o que existe, é como se algo crescesse de dentro tornando-se capaz de se fazer admirar, por aquilo que simplesmente é.
Toda concha mesmo oca apresenta forma única no universo. Se elas pudessem se ver e percebessem apenas o vazio interior, omitiram todo a beleza de sua complexa estrutura.
Se elas fossem só a forma sem o vazio, não seriam conchas, não seriam nada. Por isso se enxergar dessa forma implica uma constante ressignificação do vazio, no qual ele passa de um buraco de “falta” para um espaço amor e valorização pessoal.
A expansão da consciência é um movimento de desapego da identidade, que ao sair da mente operante e limitada, capaz apenas de dar novos pontos a partir dos pontos já dados, se vê complementente livre, num espaço onde a natureza onipresente, não é aquilo que foi construído, mas a capacidade de criar a partir do vazio.