Coleção pessoal de britobc
A Dor de está vivo, sem viver.
Em um mundo onde as emoções são intensas e muitas vezes avassaladoras, a ideia de eliminar tudo o que se ama pode parecer uma solução extrema para evitar a dor. Ao matar simbolicamente tudo o que traz alegria, também se elimina a possibilidade de decepções e mágoas. No entanto, essa escolha radical leva a um estado de existência vazio, onde a ausência de sentimentos positivos e negativos cria uma espécie de sobrevivência sem vida.
Viver sem amor, sem paixões, sem sonhos, é como caminhar por um deserto interminável. A ausência de dor pode parecer tentadora, mas a ausência de felicidade é um preço alto a pagar. A vida, em sua essência, é feita de altos e baixos, de momentos de alegria e tristeza, de conquistas e perdas. É essa dualidade que nos torna humanos e nos permite crescer e evoluir.
Ao optar por uma existência sem emoções, se perde a essência do que significa estar vivo. A verdadeira força está em enfrentar o caos, em abraçar tanto as alegrias quanto as tristezas, e em encontrar um equilíbrio que permita viver plenamente. Mesmo que a dor seja inevitável, é através dela que encontramos a resiliência e a capacidade de apreciar os momentos de felicidade.
-Francisco Brito
Estrada da vida.
A estrada da vida vai estreitando e já não cabe mais tanta gente. Não que não dê para passar todos, é que muitos não irão pelo simples fato de querer uma prioridade que nunca deram, por achar que só por estarem ocupando um lugar vago, podem reivindicar uma posição de notoriedade onde nunca fizeram questão de mostrar por que estão ali. No final, não sobra quase ninguém e isso é tão assustador quanto libertador.
Nessa etapa da caminhada, não é que alguns não tenham lugar de destaque, mas a única importância é quem vai ficar com você durante a caminhada. Alguns pegarão outros caminhos e, por muita vontade ou simples acaso, se cruzarão mais à frente e a caminhada seguirá juntos. Assim é a vida, não podemos cobrar a caminhada ao nosso lado, mas aceitar que caminhos sempre serão distâncias ou encontros.
- Francisco Brito
Fim e recomeço.
Estar presente em todos os fins me fezrecomeço. Cada término, cada despedida, cada ponto final foi, na verdade, uma vírgula na minha jornada. Aprendi que os finais não são apenas conclusões, mas também portas que se abrem para novas oportunidades.
Em cada adeus, encontrei a força para um novo olá. Em cada perda, descobri a capacidade de me reinventar. Os finais me ensinaram a valorizar os momentos, a abraçar as mudanças e a crescer com cada experiência.
Recomeçar não é fácil, mas é necessário. É no recomeço que encontramos a verdadeira essência da vida, a chance de sermos melhores, de corrigirmos nossos erros e de seguirmos em frente com mais sabedoria e coragem.
Assim, estar presente em todos os finais me fez perceber que cada fim é, na verdade, um novo começo disfarçado. E é nesse ciclo contínuo de fins e recomeços que a vida se torna uma aventura emocionante e cheia de possibilidades.
-Francisco Brito
Pedaços de Mim.
Após tantas batalhas e planos, o que resta? Pedaços. Pedaços de sonhos desfeitos, de amores perdidos, de risos compartilhados. E nesses fragmentos, eu me construí.
Sou a soma de todas as versões que já fui. Cada escolha, cada tropeço, moldou minha essência. Como um mosaico, esses pedaços se encaixam para formar a parte mais completa que já senti de mim mesmo.
Há um pouco de inocência da criança que sonhava com o impossível. Há a força do jovem que enfrentou desafios e se reinventou. Há a melancolia do adulto que aprendeu que nem tudo sai como planejado.
E no meio desse quebra-cabeça de memórias e experiências, encontro a verdadeira essência. Não sou apenas o que conquistei, mas também o que perdi. Não sou apenas o sucesso, mas também o fracasso. Não sou apenas a alegria, mas também a tristeza.
Às vezes, o nada que restou é o tudo que sou. E nessa complexidade de pedaços, encontro a beleza da imperfeição. Porque, afinal, somos todos feitos de fragmentos. E é nessa colcha de retalhos que encontramos nossa humanidade.
Então, que eu continue a me construir, a me desconstruir e a me reinventar. Que eu continue a ser a soma de todos os meus eus, porque é nessa multiplicidade que reside a verdadeira completude.
E assim, sigo, pedaço por pedaço, em busca de mais eus.