Coleção pessoal de Breno_Reatequim
Na guerra alguns encontram glória em ouro e prata enquanto outros consideram a inexistência de guerras como uma vitória em si.
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Mesmo distante, te sinto.
Te sinto cá pertinho e algumas noites atrás eu poderia jurar ter lhe visto em meio a uma multidão.
E apaixonante como és, eu te veria todas as vezes mas hoje faz 3 meses e 15 dias que te perdi de vista.
E agora te busco nas esquinas de minhas memórias misturadas as ilusões e versões que criei de ti e ando sem destino nas noites frias ouvindo uma canção que descreve bem a Exagerado que tu és.
Ainda procuro essa pessoa, em olhos alheios, nos resquícios do seu suave vinho que ainda tenho na geladeira, nas esquinas de bares que ainda carregam seu perfume.
E em garrafas que não sendo suas, ainda me trazem lembranças suas e a sensação doce do vinho barato, tudo bem, eu até gosto, por me lembrar seu gosto amargo.
E vou te desejando e ansiando te possui mais uma vez, mesmo outrora a tua posse fosse Illusione perfetta.
Teu nome escapa das dobras da mente, um segredo sussurrado na brisa fria que sinto ao caminhar pra outro bar.
Nessas noites obscuras, sob o manto das estrelas,
cometas deslizam pelo céu,
e, por um instante, és lembrança vívida.
Não és rosa que feriu,
mas estrela fugaz que encanta
e se esconde na vastidão do universo.
Em cada constelação, encontro traços de ti, um brilho fugidio, uma história a decifrar.
Estela... seria este teu nome?
Ou também mentiu teu nome, eu lembro de suas palavras como memória antiga e já não sei se mesmo você foi em algum momento real.
Me pergunto se as estrelas sentem o que sinto ao vê-las,
esses cometas que ora parecem vagalumes,
ora parecem seus olhos contagiantes.
Se por um instante as estrelas sentissem o que sinto, se juntariam a mim na mesa de um bar e te buscariam também no fundo de cada garrafa e sentiria o que já não consigo sentir.
E sabendo então que tenho ânsia de ti, talvez por não poder tocá-la e eu não poderia, de certo ponto em diante o nosso toque seria tão íntimo que doeria te deixar chegar cá em meu coração.
E sei que, estrela que és, se me chegas cá pertinho e me tocas outra vez, muito que fácil eu não resisto.
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A melancolia que trespassa seus olhos castanhos, o riso contido e o tremor do primeiro encontro.
A brisa invernosa, aliada à dúvida pairando no ar. Teu perfume, um convite, desperta em mim o temor ao questionar: 'Deveria eu beijar-te?'
Diante de tal cena, do medo em teus olhos, contrastando com a doçura de teus lábios... Agora, hesito entre partir e não sei se ainda tenho esse direito.
E nossos momentos, em silêncio, sem adentrar em palavras.
Pude ver o riso reverberar em teus olhos, provei da ternura de teus lábios e o aroma dos teus cabelos. Agora que posso lhe tocar, eu sei, és minha...
E agora, ao te ver em minha alcova, agora que te tenho em meus braços, consigo vê-lo, enxergo meu 'pecado'.
E neste momento, no seu olhar que afaga, nos lábios, nos cabelos que exalam tua essência, eu quase que me perco, e me encontro mais adiante entre seus olhos de cigana e ainda sem saber decifrá-los.
'São duas incógnitas, um que deseja e outro que afugenta-me'
E seus olhos que não consigo ler e me inquietam a alma, és labirinto maldoso que não prende nem dá norte.
E me encontro perdido em teus olhos, em teu cheiro e não poderia de nenhuma maneira contestar ser assim, fugaz, pois fui eu quem pecou primeiro contra ti.
Eu que cheguei a ti e foi eu quem lhe despiu, toquei o secreto do seu jardim e adentrei com malícia em seu corpo.
Se sou culpado, condene meus atos de prazer e gestos gentis e não tenha piedade, sei que em cada movimento e olhar existiu mais que desejo.
O segredo da saúde mental e corporal está em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sabia e seriamente o presente.
Grandes mulheres padecem há séculos por causa das religiões que matam em nome de um deus invisível, cruel e inexistente, e os jovens temem o mundo ignoto.