Coleção pessoal de BreNN

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⁠O Mundo é um resquicio do que um dia ele já foi.

O sol, a relva verde, o calor. O mar, a brisa, os animais. As núvens são cinzas, o sol é frio, a chuva é ácida e, quando não, a neve impalidece e enrijece a pele, ao ponto de congelar os ossos. Os oceanos são escuros; as baleias encalham na areia mórbida, enquanto os peixes se debatem, implorando por suas vidas, enquanto as aves, sedentas, bicam-nos até a morte, alimentando suas almas. Sinto que o mundo, aos poucos, se aproxima do seu fim. Os arranha-ceus construídos pelos homens, com o próposito de abrigar suas empresas globalizadas, multimilhonarias, verdadeiras máquinas de dinheiro, as quais movem uma pequena parcela do mundo, são escombros, pó varrido para baixo do tapete. Os prédios onde empresas menores se espelham, em busca de crescimento, agora, inexistentes. Os lares, onde eram aconchegantes e quentes, com refeições diárias e sedentarismo diário, já não existem mais. As sete maravilhas do mundo são apenas histórias, as quais, entre muitas, foram esquecidas pelo tempo.

Como todas as pessoas, eu perdi muitas coisas. Elas eram preciosas para mim. Assim como eram preciosas para você. As tardes, iamos a praia, onde a brisa era limpa e agradável. Gaivotas cortavam os céus, com seus razantes, se alimentando do primeiro peixe desatento em seu campo de visão. Enquanto os meus colegas corriam um atrás dos outros, chutando água, provocando as garotas, em troca de algum reconhecimento pelo seus desejos, eu, sobre aquele mar azul, onde o sol refratava a luz, me perdia no encanto do seu sorriso. Seu cabelo marrom dançava com o vento, eu era capaz de sentir um leve aroma no ar, resultado do seu perfume. Meus olhos estavam fixos em sua mão pequena e macia; meu coração batia forte ao imaginar que poderia segurar sua mão e, eu queria, mas havia outra pessoa em meu lugar. Não resta mais nada se não essas memorias e sentimentos, os quais se enlaçaram, profundamente, em meu coração.

Eu sou um Coelho, sou o mais rápido e mais esperto.Ninguém é capaz de me acompanhar, se não eu mesmo.

O que há vida e, é um mistério. Os cientistas dizem que a razão pela qual vivemos, vem de nós mesmos. E acredito que seja verdade, está nos jornais. Entretanto, outrora, não penso assim. Toda vez que olho para trás, vejo que estou sozinho. E, toda vez que olho para frente, vejo que há um caminho sem fim. Francamente, estou perdido. A única coisa que me acalma, é uma caixa rosa, em que posso ver uma bailarina a girar. Pertencia a alguém, a qual perdi, a muito, muito tempo. Se eu a amava, eis de me perguntar: "O que é o amor?" Já não sei, jamais a esqueci. Talvez seja, talvez não. Minha mente devaneia em meio a pensamentos complexos e rápidos, os quais me passam despercebidos pelo acaso.

E entre eles, está você, Libélula.

Só me abraça, aprecia o silêncio. Sente o meu aconchego e a intensidade do meu enlaço, porque esse é o universo que eu posso te dar.

Eu tentei fugir, mas isso soou como uma punição.
Vê-la só me deixou ainda mais melancólico.
E eu me pergunto: "Por que?"
Pensar nisso torna tudo sem sentido.

Quando nos entreolhamos,
Eu sabia que aquele era o momento.
Seus lábios finos e atraentes,
Os olhos marrons, hipnotizantes
Esperei tanto por esse momento.
Mas será que você esperava pelo mesmo?

Eu não havia dormido bem na noite passada
Por quê estava ocupando minha mente
Planejando o que faríamos em nosso
Encontro.
Das coisas que eu queria fazer contigo,
Era andar de mãos dadas,
Sentir sua mão firme e calorosa.
Que se encaixava tão bem à minha,
Que parecia um sonho.

Se respiro, há de haver um motivo.
Mas qual seria ele?

É difícil seguir contra a maré.
Ela te empurrará de volta.
Mas você é forte.
Siga em frente.
Nunca deixe de ser,
Quem você é.

Que tipo de pessoa eu sou ou quero ser?
Aos olhares, como serei julgado?
Como serei compreendido?
Será que, no fim, eles entenderão?
Quem, de fato, sou?

E eu corri a todo vapor,
Na esperança de encontrá-la.
Mas ela não estava mais lá.

A cada sorriso, um baque em meu coração.
Uma maré intensa,
Invadindo meu peito.
O preenchendo com amor.

O tempo é curto
Mas foi o bastante.
Você mudou a realidade
Ao entrelaçar nossas mãos.
A cada passo, juntos, rumo ao futuro.
Onde pássaros pousam e criam ninhos.

O céu estava fechado e negro; igual ao seu coração.

Céu negro, nublado.
Não havia rubor em seu rosto.
Fria, assim como a chuva.
Era o fim; joelhos em britas,
Destroçadas.
Lágrima ou gota d'água...
Como distinguir?
Destruição.
Física e interna.
O fim.

Você se senta, mas não sabe o que fazer.
Não sabe no que pensar.
O café está esfriando,
Suas mãos parando.
O dilema de ser um Escritor.