Coleção pessoal de BrendonSiatkovski
Poema: "A Sinfonia do Invisível - Pelo vento que sussurra nas folhas e pelas estrelas que escrevem no escuro.''
Escrito por: Brendon Siatkovski
O Sopro Entre a Semente e o Cosmo
Há um rio que nasce no centro de cada átomo,
Onde a luz dança em partículas e se perde em abismos.
As montanhas guardam perguntas em suas raízes,
E o vento carrega equações que nenhum relógio mede.
Somos a folha que cai e o eclipse que se desfaz:
*"Que melodia é esta que nos une ao silêncio?"*
A Linguagem das Tempestades e das Raízes
Nas veias da terra, onde a pedra chora seu fogo,
A chuva desenha hieróglifos no rosto do granito.
As árvores alongam-se em direção ao vazio,
Tecendo redes de sombra e raízes que penetram
O útero do mundo — lá onde o caos é um útero,
E o trovão, um verso rasgado do livro do tempo.
A Arquitetura das Estrelas Caídas
A noite desdobra-se em mandalas de carbono,
Enquanto as raízes do carvalho bebem da Via Láctea.
Na concha do mar, ecoa o canto primordial —
Um úmido segredo que o oceano repete aos mortais:
Somos cinzas de supernovas que sonham ser flores,
E o sal em nossas lágrimas é o mesmo que fermenta as marés.
Deus é o fogo que não queima, a água que não se derrama,
A semente que explode em silêncio sob o gelo.
No cerne do vulcão, há um jardim de cristais negros,
E no coração do furacão, uma prece sem palavras.
A vida é o abraço entre a pedra e o rio,
Onde o eterno se faz fugaz, e o frágil, infinito.
Não busques altares: o sagrado é a rachadura
Por onde o musgo invade o mármore dos templos.
Somos o cacto que floresce na seca,
A samambaia que se enrosca nos ossos da montanha,
A constelação que nasce do colapso de uma estrela,
E o verme que, na escuridão, compõe o húmus do amanhã.
A vida é um verso escrito em seiva e magma,
Deus, a raiz que entrelaça o caos à harmonia.
Sê o crisol onde a areia se faz vidro e o vidro, estrela,
Pois até as pedras carregam mapas de galáxias,
E o amor é a lei gravada no DNA dos girassóis,
Que viram seus rostos para o sol mesmo na tormenta.
"Alquimia do Sol e da Lua"
No silêncio da noite, onde as estrelas desvelam segredos,
desço pela espiral do meu próprio compasso interno —
um rio de sombras que canta, em seu fluxo,
a melodia das constelações que dançam em meu peito.
Aqui, na floresta da minha essência,
cada passo é um verso, cada respiro um chamado ancestral.
Conhece-te, murmura a lua entre os véus do tempo:
a luz que te veste é irmã das trevas que te moldam.
Não há aurora sem o colo silencioso da noite,
nem estrela que não guarde, em seu silêncio,
um abraço de ausência, pronto para florescer.
Minhas mãos, agora pássaros de cicatrizes e esperanças,
mergulharam no oceano do meu próprio mistério —
encontraram pérolas que brilham com a mesma água
que banha os sonhos das montanhas e dos ventos.
Somos feitos de fogo que dança na ponta dos dedos,
de asas que só se abrem quando aceitam o vento que as dobra.
Oh, peregrino do espelho, não temas o reflexo que tece sombras:
é no solo do desconhecido que a semente da verdade germina,
é no vazio do silêncio que a sinfonia do ser se compõe.
Cada lágrima escondida no subsolo da alma
é um verso no poema que a vida inscreve
para lembrar-te: és o trovão e a brisa, o peso e o voo.
Vejo agora — como se meus pensamentos fossem estrelas cadentes
riscando perguntas em um céu sem respostas —
que a luz que me guia é a mesma que me desnuda,
E a sombra que me envolve é o abraço suave que me acolhe.
Não há fronteira entre o céu e o chão,
apenas um jardim noturno onde ambos se entrelaçam,
raízes e galhos da mesma árvore cósmica.
Então deixa que tua alma converse com o invisível,
que teus olhos brilhem no escuro como vagalumes.
O autoconhecimento é a chama que não queima,
mas derrete as algemas de gelo que paralisam o rio.
Somos o encontro da semente com a tempestade,
o instante em que o medo vira farol,
e o silêncio, prece.
Ao final da jornada, quando o sol dançar
dentro das raízes que um dia se creram secas,
beberemos o néctar doce-áspero de sermos completos:
nem luz, nem treva —
apenas vida,
costurando horizontes
com os fios prateados e noturnos
da nossa própria, terna escuridão abraçada.
Poema escrito por: Brendon Siatkovski
Contemplar o universo é mergulhar na imensidão de um mistério eterno, onde cada estrela é um sussurro de esperança, cada galáxia um poema de beleza infinita, e nós, partículas de luz, somos a prova viva de que até no infinito há propósito e conexão.
- Brendon Siatkovski
Espiritualidade: O Canto da Alma
Poema escrito por Brendon Siatkovski
Espiritualidade não é um templo,
nem um rito, nem um véu.
É o silêncio que habita o peito,
quando o mundo se faz tão pequeno.
É o sopro que vem do infinito,
que atravessa o tempo e o espaço,
e nos lembra, em voz de segredo,
que somos mais que carne e osso.
É o abraço do vento na montanha,
a luz que dança no rio,
o fogo que arde sem lenha,
o amor que não tem desvio.
É Deus no detalhe do cotidiano:
no pão que se parte e alimenta,
na mão que se estende ao irmão,
na dor que, ao curar, nos liberta.
Espiritualidade é o encontro
entre o céu e o chão que pisamos.
É o divino que mora em nós,
e o humano que em Deus se abraça.
Não se mede em palavras ou dogmas,
nem se prende em altares ou livros.
É a dança da alma em busca de casa,
é o fogo que nunca se extingue.
E quando nos perdemos no caos,
quando a noite parece sem fim,
é ela que sussurra ao ouvido:
“Levanta, filho, o caminho é em ti.”
Pois espiritualidade é ponte,
é travessia, é despertar.
É o eco da voz do Eterno
a nos chamar para além do mar.
Então, que nossa busca seja leve,
que nosso coração seja lar.
Pois Deus não está longe, no alto,
mas dentro de nós, a brilhar.
Espiritualidade é isso:
o encontro sagrado e profundo
entre a alma que busca o infinito
e o Infinito que habita o mundo.