Coleção pessoal de BrendaCalbaizer

Encontrados 11 pensamentos na coleção de BrendaCalbaizer

INSÔNIA


E quando os olhos não se fecham
Mesmo estando cansado
Quando ardem incessantes
Visualizando o emaranhado

Embolo de pensamentos
Conflitos de sentimentos
Racionalizando os remendos
Que são costurados em lento

Aquilo que já se foi
Aquilo que ainda está
Nos tira da rota mas
Nos traz ao mesmo lugar

Dormir é um privilégio
Nem todos conseguem bem
A mente que nunca para
Vê o que passou e o que ainda vem

INJUSTO MARTELO


E haverão de pagar
Aquelas que nunca deveram
E haverão de confessar
Os pecados que não cometeram

Fazer falar o que não é
Repreender de forma dura
O simples fato de contrariar
As levariam para a tortura

E como justo seria
Há quem já ia pra julgamento ciente da condenação
Mães, filhas e principalmente
As que apenas pediam pedaços de pão

Não peça-me para esquecer
A injustiça não pôde quebrar nosso elo
Eternamente estampado em seus dogmas
Será a figura do injusto martelo

ILUSÃO


Se foi em vão
Se sabe ou não
Se achas vão me estarrecer

Quando tu vai
Em mim recai
A certeza de outra vez sofrer

E outra vez passa
Mas perde a graça
A cada fria ilusão

Por coisa tal
Me tornei mau
E acorrentei meu coração

Culposa ilusão

FLORESCER


Recolher
Refazer
Desfazer
Desprender

Entender
O querer
Compreender
O saber

Como as folhas que caem
Despretensiosas
Dos galhos que saem
Naturais e formosas

Beleza é sentir
Além do poder
Fingir que és flor
E então florescer




Que mau há de ter
Em querer entender
Os mistérios da vida
O que Deus criou

Alguns chamam de Energia
Alguns chamam de Deus
Alguns chamam de Amor
Alguns sequer o conheceu

Na imensidão do universo
Apreciar a beleza
Do que nos rodeia com vida
Sem querer alterar sua natureza

Tudo é o que é
E é porque tem de ser
Alguns flashes nos lembram
Outros nos faz esquecer

Se você não quer saber
Tudo bem fingir não existir
Mas não impeça quem quer viver
Aquilo que alguns só sabem depois de partir.

A vida é um sopro

DUALIDADE


Mergulhado no universo
Sigo o caminho inverso
Ao que iria por instinto
Ao ver seu olhar perverso

As rosas com seus espinhos
Nos mostram que há caminhos
Em que as vezes grande beleza
Também pode nos ferir

A erva que cura, mata
A água que lava, suja
A vida pode ser grata
Ou se fazer muito injusta

Depende de como vê
Qual é o ponto de vista
Experimentar o viver
Ou passar como uma faísca

DEGUSTE


Me tome pelo braço
Me enlace em seu abraço
Me envolva com seu corpo
Me tire a solidão

Diz que eu te satisfaço
Quando eu me desfaço
Do ego, dos credos
Do querer ter razão

Vivo de melodia
As vezes de agonia
A cada dia a dia
Arrisco uma febre de malta

Meu cão tão pequenino
Meus devaneios vive ouvindo
E não se cansa
Quando vou, ainda sente minha falta

Queria eu esquecer
Antes de quase enlouquecer
Jogada, amargurada
Embriagada em meio a rua

Pra você é muito fácil
Já que sou eu quem despedaço
Como uma velha rosa
Sentindo a falta sua

Então quando vier
Por favor não tenha pressa
Me entenda se puder e
Não se importe com o quanto custe

Se esqueça de partir
Me faz de novo sorrir
Já não quero mais que coma
Eu quero que me deguste

CAMINHOS


Os caminhos se cruzam
Quando buscamos o mesmo lugar
Os olhos então, tem permissão
De enxergar pelo mesmo olhar

O que queremos é a porta
Que nos faz entrar
Por acaso se uma linha é torta
Cabe a cada um de nós endireitar

As vezes estreita
As vezes larga
Isso não importa se for a passagem
O que pra você pode ser o inferno
Pra alguns pode ser bela miragem

Cada passo pode te levar
Frente, trás ou lugar algum
Vai de você saber caminhar
E trilhar um destino além do comum

BRUXAS


Relembro as irmãs queimadas
É triste estudar as lidas
Das sábias cultivadoras
De ervas, flores, raízes nativas

Talvez porque não calaram
Talvez porque semearam
Lei da mordaça não aceitaram
Nem desejaram serem frígidas

Conheciam o prazer
Sabiam satisfazer
A si, a quem queriam
Sem medo, culpa ou fadiga

Diante de coisa assim
Incomum e pervertida
Por cantar dançar e amar
Sem limites, sem medida

Foram chamadas de bruxas
Chamadas de feiticeiras
Queimaram seus corpos sem saber
Que pra cinzas não há fronteiras

Por aqui existem outras
Muitos sequer estão a imaginar
Por aqui ainda vivem as filhas
Das bruxas que não conseguiram queimar

ANTES DE VOCÊ CHEGAR


Antes de você chegar
A vida era sem graça
Presa estava na monotonia
Esquecendo-me de que a vida passa

Me mostrou o que é amor
Sentir sem explicação
Conseguiu tocar-me fundo
Sem utilizar as mãos

Soube bem como chegar
Mas não soube como ir
Numa despedida fez-me esquecer
O que é sorrir

Antes de você chegar
Pensava entender a vida
Depois que você partiu
Vi que fui só mais uma iludida

Mas o que é viver?
Se não é aprender o que é amor e o que é amar...

É a pergunta, a solução e a resposta que te leva à um melhor lugar!