Coleção pessoal de BoocpxD
São dez da noite
Esse foi mais um dia perdido
olho para as paredes de meu quarto, pintei-as de preto
Dizem que sou revoltado
Que nada nunca está bom
Sou muito na minha
Talvez seja o motivo de desperdiçar os dias
Sou orgulhoso
Mas nada, nada será como o que já foi
Uma lição, aprendendo
Cada passo dentro desta casa é como nada
A música toca desesperadamente
Vi a noite cair em minha frente
Não falei com quem eu mais queria
Não tenho coragem
Aprendendo
Se tu fostes um pingo do que sou
Se tu quisestes uma prova do que tenho
Desistiria
Não sou como imaginas
O espelho reflete a dor que sinto
Os olhos são fortes e aguentam esse oceano que tenta afundar-me
O poeta a qual leio atentamente, demonstra
Não fumo, não bebo
não amo, não sinto
A quietude de quando acaba uma música fica em meus ouvidos
A pele arrepia, engulo a saliva
A solidão me toma, meu eu por dentro grita.
Vou até a cozinha e pego o café
Café o tal culpado pela minhas insônias
mas ele sempre está lá
não preciso fazer muito para tê-lo
apenas algumas mexidas aqui e outras ali
Sentindo frio, a preguiça de pegar o casaco,
a frieza talvez venha de meu coração.
A insônia chegou
com ela vem as lembranças
os pensamentos bobos
Tudo que tenho são algumas músicas pra ajudar
elas me acalmam
Lembro do dia em que beijei aqueles lábios
Estou apaixonado
Tento mentir para mim mesmo que não
Fecho meus olhos e imagino
Me abraço
Pego o travesseiro e o aperto forte
Me arrepia a espinha
Meus pés estão gelados
As notas marcantes da música me deixam acordado
As coisas simples que poderia eu fazer
Meu orgulho me segura
Queria que fosse a mão daquela garota me segurando
Ela não percebe
Nunca vai perceber
Gosta de se iludir longe de mim
E eu gosto de me iludir, perto dela
Lembro da minhas mão no seu pescoço
Lembro do abraço apertado todo dia no recreio
Penso em palavras sinceras pra escrever isso
tudo que vêm à cabeça são falsas esperanças
Eu cada dia mais me iludo,
e cada dia mais paro de acreditar
Em mim
Nela
Em todo mundo
Há apenas silêncio fora dos fones de ouvido
As luzes acesas, o café frio
Escrevo frases nas paredes
Sinto como se fosse explodir
Toco meus lábios com os dedos
Fecho os olhos
Não! Não tem o por que,
fechar os olhos traz aquele rosto doce e carinhoso em minha mente
Talvez o melhor a fazer seja apenas viver sem esperar nada
Nem dela
Nem de ninguém.
Sete e quarenta e cinco da manhã
Ela está triste
Não demonstra, ninguém demonstra
Acreditar não faz mais parte
Acorda, levanta , faz seu café
Toma um banho
Olha pela janela
Tudo que ela vê é com um sorriso
Quem sabe até um sorriso verdadeiro
De ver que está viva,
ou apenas de receber um bom dia de seu pai e sua mãe
Ela se preocupa
Sua família é sua ponte pra felicidade
Fica mal quando em casa surge briga
Seu pai diz que vai sair dar adeus
O peito dela não aguenta tanto
Ela escuta o cantos dos pássaros
Corre para o quarto
Liga a televisão
Música clássica deixa-lhe bem
Livros e poesias acalmam sua mente
Agora
as luzes da casa estão apagadas
O sol bate contra seu rosto
Direto da sala escuta gritos e choros
Já não basta ser magoada pelo amor
A família lhe cobra maturidade pra entender tudo
Estava tudo tão bem há dois dias atrás
Do nada a lágrima corre pelo seu rosto
Ela já está acabada
O leite e os biscoitos tinham gosto de dor
O banho parecia chuva ácida
Ela arranhava seu cobertor
Se batia de decepção
O dia recém estava começado
Até o almoço faltavam horas,
Até de noite pareciam dias
Ela está acabada
Por que essa madrugada é tão quente?
Sinto meus olhos se abaixando tristemente
Aquelas músicas sentimentais e melosas tocando
O café acabou
Meu coração sente-se sozinho
Meu corpo é forte
Minha mente confusa
Estou me acostumando
Pessoas entrando
Depois saindo
Eu deixando
Esse é um fato
Cicatrizes marcam o peito
Eu já não posso jurar mais nada
Meus pés descobertos
Coloco minha jaqueta xadrez
O capuz me aquece mais ainda
Vontade de chorar
A lágrima não cai
Não há nada para entender
Sentindo a melodia entrar pelos meus ouvidos
meus dedos calmos ao teclado
Cada pedaço meu está longe
Cada parte quer tomar um rumo
A barba que sempre cresce pela metade
Meus olhos inchados por não dormir
O sono não da sinal.
Ida
Ninguém é como você, ninguém pensa como você, ninguém fala como você. Para mim, você é única. Com seu beijo doce e pele flácida, com seu sorriso sincero e olhar radiante. Eu não vejo por que não amar você. Eu não sei por que vivo longe. Eu gosto dos teus carinhos e da maneira que olha profundamente através da minha alma. Amo o jeito que pega na minha mão, leva até seu rosto e "faz gatinho" com ela. Fico admirado em como você faz meus problemas, virarem soluções ou como você passa a mão em meu cabelo até eu dormir.
Eu, com certeza, quero cuidar de ti, retribuir os atos, rasgar as barreiras.
Eu sinto saudade quando você vai ao banheiro. Sinto sua falta quando tu precisas secar a louça para sua mãe. Mas nada, nadinha se compara a falta que faz, quando você precisa ir embora. É triste.
Te amo!
Não como um namorado,
muito menos como seu marido - Não tem rótulo.
Te amo como aquele filme romântico,
aquela série na noite solitária.
Te amo como aquele ótimo almoço de domingo.
Você parece aquela brisa,
que cria um chão de flores onde pisa,
aquele batimento perplexo,
mas mesmo assim agiliza.
Meu peito, minha alma.
Você é a calma.
Me conforta.
Esse teu jeito inocente de ser.
Às vezes me faz crer,
que vamos um dia sair correndo
e abraçar-nos sem nem perceber.
Eu sou a maré viva, mas te peço.
Mova teu barco parado.
A única coisa que irá afundar,
será meu olhar no seu, sem hesitar.
Te amo!
Como aqueles gatinhos brincando.
Te amo!
Até mesmo quando sair gritando!
Como louca.
Te amo, apenas.
Vai dizer
Outra vez que não quer me ver
Que está cansada de você
Mas, no fundo, quer me ter
Quer sentir prazer!
Vai dizer
Que o orgulho te rodeia
E, o teu peito, não passa de uma carteira
Dinheiro é sentimento
Na cabeça só besteira
Seu bosto está desabitado
No fundo, entrega-se por inteira.
Vai dizer
Que não mendiga afeto
Sua moeda é distinta
Ninguém te entende
Você parece uma louca
Te enganam por vontade
Querem beijar tua boca.
Vai dizer
Que bebida é diversão
Que te soltam por aí
Pra vagar sem direção
Diga , todos são tolos!
Ninguém - Nem mesmo teus familiares.
seguram tua mão
Anda perdida
Sente-se iludida
Mas, qualquer movimento
Se limita
Fica constrangida.
Vai dizer
Que qualquer um tem a valiosa diversão
E tu, não tem dinheiro - Muito menos um coração.
Vai dizer
Que tuas noites são longas e perdidas
E, que não acompanha a si mesma
Não passa ônibus na tua parada
Nem mesmo tem como pagar
O dinheiro sumiu
Você está a sonhar
Um porre de falsa diversão
Não consegue ao menos acordar
A carteira ainda vazia
Se entregou...
Habita permanentemente a fantasia.
E quando cheguei
Entrei...
Como o vento que batia em teu rosto
Como a ferida que tanto doía.
Cada toque, um gosto
Você faria?
Olha para mim como se não fizesse nada.
Você me deixaria por alguns minutos?
O suficiente para preparar aquele café.
Que, com o vapor
no ar desenha calor
Eu desenho teu corpo em minha mente
Você sente minhas mãos?
Elas tocam teus cabelos.
Tu viras para o lado chateada
Eu sou culpado?
Eu sei, eu te trocaria por café!
O qual você mesma fez.
Diz-me, és feliz? Para!
Se tempo cura, tempo traz
E quando minhas palavras saem
Teu olha feliz desaparece
E as lágrimas caem
Mexa estes lábios
Fale algo!
Seus olhos falam desejo.
E tua boca me encara.
Eu sou o que eu faço
Às vezes sou espinho
Às vezes sou abraço
Às vezes sou caminho
Às vezes nem um mísero passo.
Eu sou o que tenho
Às vezes sou sorriso
Às vezes sou lágrima
Às vezes sem juízo
Às vezes uma página
Gosta de ler?
Eu sou aquela tua respiração arfante
Sou teu pôr do sol
Sou teu semblante
Eu sou essa poça rasa
Também, um oceano profundo
Eu sou teu último gole de café
O chão que tu pisa, teu mundo.
Às vezes teu mundo desaba
Às vezes tem uma pausa
E, sempre, a história se acaba
Ainda naquela poça rasa.
No fim da tarde, um descaso
Que diferença faz você aqui
Já passei pela tua vida,
Milhões de vezes
Tu aproximou-se e eu saí.
Um copo de água é o suficiente
Libera tua voz,
Abre teus olhos,
Acorda tua mente
e, de repente
A lente
do teu óculos deu um contraste
Era uma luz tardia
Vinha do sol
Pensaste?
Pensaste que eu era um coitado
Que vivia para lá, para cá
Sem ter asas pra subir
Sem ter um ninho pra pousar.
Errou!
Pensou muito errado!
Como das outras milhões de vezes que cruzamos os olhares
Outras milhões de vezes que a fragrância do meu perfume te seduziu.
A tua mão agora me toca
Olhar no teu rosto é um privilégio
Mas isto não pode seguir
Levanto,
está aberta a porta
E, mais uma vez eu saio
Teu olhar entorta
Meu adeus lhe corta
E a tua lágrima recorta
A dor que o coração te enviou.
Uma mensagem sem fim
que ninguém visualizou.
Miau miau
Talvez tivéssemos parecido dois loucos
Nem tão loucos assim
Dois loucos que curtiam o pouco
Querendo a distância do fim
E o seu cheiro ardente, seu afetuoso carinho
Para mim parecia um pequeno caminho
Uma doce e longa taça de vinho
Um pássaro vivo e seguro em seu ninho.
O cabelo sedoso, com pele macia
Um sorriso manhoso, sua confortável mão na minha
Momento calmo de corações silenciosos
Boca com boca e sentimentos ansiosos
-Alisson Martins