Coleção pessoal de bibimafra
Todo juízo passa a ser individual e intransferível quando você sabe que o quê você sempre verá são como os espelhos das várias emendas que nos compõe, frutos das muitas estações da nossa vida. Tudo é uma questão de flexão, inflexão, inversão e versão do que guia teus olhos! O que te é admirável agora, no futuro já não te agradará. O que te é adequado deste modo não permanecerá. E o cômodo, com certeza vai incomodar em um fechar e abrir de olhos. Aumente tudo que vês e te faz feliz, corrija o que não amas, persiga o que acreditas os teus olhos não enganar.
Com você...
... eu podia ficar falando e falando
e ainda teria assunto pra rir ao teu lado.
Eu consigo escutar e escutar,
e quando eu fico sozinha
todas as palavras se repetem nos meus pensamentos
porque eu não quero deixar de ouvir sua voz
nenhum segundo.
Venho pronunciando cada instante de você
num terno carinho cuidadoso,
quem sabe assim você fique
mais um pouco e um pouco mais...
pra mim, em mim.
Tenho um sorrir tão natural quando descobre o teu.
Posso-me ver flamejar quando te encontro.
Só quero estar
brincando
no sutil suingue
do desejo de te ter por perto.
Nem olho muito,
se não eu te prendo no meu contemplar
e você não sairia mais
do alcance das minhas mãos
que te caçam
com freqüência,
esfomeadas,
enlouquecidas por teu calor.
Você eu aprecio
como o degustar de um precioso vinho.
O teu cheiro
tem guiado toda a minha saudade
pra você
num doce caminho de lembranças.
E se estou do seu lado,
eu sei!!!
estou no lugar certo
pra me sentir autêntica:
meus movimentos não vão te machucar
e você vai estar se encaixando
perfeitamente,
no espaço que aos poucos
tem se aberto em mim
só pra você!
Por que de alguma forma você veio abrindo
as portas, janelas e todo o caminho
pra me fazer sentir segura
dos sonhos que já havia perdido.
Vou te cobrar em dobro cada beijo e cada afago que está fazendo falta. Quão grande é a falta que me fazes, se soubesses somavas a mim e nunca mais sairia do meu domínio. Mas não é tão simples assim, sua dívida ainda será multiplicada pelo triplo de segundos que estás longe, elevada ao quádruplo da ausência que me causou, e somada ao número de pensamentos que te desejam perto de mim. Queria subtrair essa distância, e dividir contigo todos os meus sorrisos, carinhos e dengos.Talvez essa equação insana leve algum tempo até ser totalmente calculada. Mas espero desenvolvê-la com sabedoria para obter um conjunto positivo de alegrias, realizações e aprendizado. Ainda que não conheça direito a fórmula pra te conquistar, estarei aqui pensando, testando, buscando a melhor maneira de te ter só pra mim.
Paciência – um presente do tempo ou o pesadelo das horas?
“Um momento de paciência pode evitar um grande desastre; um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida.” (Provérbio chinês)
Que virtudes há em se ter paciência?
Estávamos dentro de um universo só nosso, a barriga de uma mãe, onde imperávamos e éramos satisfeitos de imediato a cada sinal de necessidade. Nascemos como criaturas egoístas nomeadas homem e mulher. Queríamos mais, por isso rompemos a placenta no caminho da luz, para possuir a luz, o ar e o mundo, passamos a vida inteira a buscar mais e mais. Passamos então a descobrir – com muitas lágrimas e quedas, arranhões e surras, mas também com prazeres, sorrisos e delírios – que o mundo não gira ao nosso redor, nós é que precisamos para este mundo girar. Forçados a aprender que nem todas as nossas necessidades são satisfeitas da forma ou no momento exato que queremos, aprendemos que não adianta espernear, gritar, brigar ou chorar, mas sim exercitar a paciência. Na medida em que vamos crescendo e convivendo com outras pessoas, tão egoístas e idênticas a nós mesmos, percebemos que é preciso ser paciente para poder conviver bem na famosa sociedade. E enamorar-se, casar-se, reproduzir-se, ser feliz.
Paciência pode ser definida como o grande bem de nutrir o controle emocional, nunca perder a calma ao longo do tempo, por mais que esse demore a chegar. Versa basicamente sobre a tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade ímpar de suportar os mais sortidos incômodos e dificuldades de toda ordem a toda e qualquer hora e/ou em todo e qualquer lugar. É a capacidade de persistir, perseverar, permanecer em uma atividade abstrusa, tendo ação tranqüila, uma maneira equilibrada de se encarar a vida, acreditando que se alcançará o que se quer. É também esperar o momento certo para certas atitudes, é o aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha alcançado. É a aptidão de ouvir alguém com tranqüilidade, com atenção, sem ter a pressa que destrói o zelo. É a disposição de se deixar libertar da ansiedade. Ser paciente é ser afável, ser humanizado e saber agir com sabedoria e com educação. A paciência é a caridade quando praticada em verdade e em sua essência.
Penso que todas as virtudes pertencentes à paciência estão no aprender a ser alguém melhor quando se precisa esperar pelo tão famoso tempo, pelos dias passarem e pelas soluções da vida que simplesmente acontecerão diante da nossa existência. Mas nem sempre essa espera é tão simples ou doce. Só quem já esperou (ou espera) sabe o quanto é cruel tecer minutos cultivando paciência. Quem tem pressa para acontecer, muitas vezes não se importa em atropelar as grandes lições e causar acidentes quase mortais. Quem espera pelo futuro mergulhado na ansiedade do querer agir antes de poder agir, segue pelo caminho quase sempre mais extenso. Quem não conhece paciência de forma íntima, tende a encontrá-la das formas mais dolorosas e inesperadas. O fato diário é que a vida não pára e nem sempre se aprende paciência quando você olha no espelho e tem um reflexo envelhecido do que você deseja ainda ser. Aonde se quer chegar? Corre-se tanto para que? Por quem? O corpo, a alma, o coração vai agüentar? O mundo está apenas na sua primeira volta quando o sol bate a janela do seu quarto e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol. Com ou sem a paciência! Teilhard de Chardin me fez pensar essa tarde neste aprender amargo de se conquistar paciência enquanto o sol se põe diante dos meus olhos, percebi que minhas respostas a essas perguntas também estão vagas demais por esses dias que deixo passar com tanta ansiedade, e que para colher doces frutos, melhor é cultivar paciência.
Ele seguiu numa mistura de alegria e ansiedade, pois sabia que era seu começo de glórias. Realmente! Tudo novo e deslumbrava-se, deliciava aquele admirável mundo novo tomando um líquido fosforescente servido por fadas verdes. “Sempre quis fazer parte disso tudo”, pensava encantado. E vieram os dias de dinheiro, as noites de diferentes mulheres, a fama de tempo indeterminado. Ocupou sua vida de tantos compromissos que mal tinha tempo pra se deprimir com as memórias de seu passado, também não as queria porque sabia que a solidão quem trazia-lhe era a saudade que sentia quando se aproximava de certas reminiscências do que foi um dia. Mas era grato ao seu passado sim, porque jamais perdeu sua retidão. Mas não era mais o mesmo que não olhou pra trás quando partiu. No fundo, era preciso não olhar pra trás. Se desprender era ser livre, e ser livre é se permitir crescer. Crescer é conseqüência e prêmio para grandes homens, e alí estava aquele grande homem. Notado e notório
Fernando, Fernando...
Quando escreveste que todas as cartas de amor são ridículas não sabias que ridícula seria eu em escrever todas as cartas de amor? Que ridículo era o amor em se deixar ser escrito em cartas? Mas tinhas razão! Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas!
Coisas que eu sei
Idéias um quanto insanas, um circo de desejos, brincos, coisas que eu tenho, e minhas fotos, lembranças, roupas, fantasias, sapatos, jeito, bolsas, e todas as viagens que ainda vou fazer! É um pouco arrumado, e tudo tão misturado! Meu gosto, chocolates e morangos cobertos com chantilly e amendoim, gotas de adoçante e muita corrida. Sorrisos e gargalhadas, tantas lágrimas, de um silêncio frio salto ao caos de um caldeirão ardendo em versos, prosas, críticas, elogios e ritmos. Então eu danço, rebolando em cada batida de tambores, um passo aqui, dois ali, e lentamente vou envolvendo gemidos e suspiro enquanto levanto as mãos e sinto os arranjos artificiais de uma vontade enorme de bem rodopiar. Repito as frases que eu gosto, e repriso meus episódios preferidos. Prefiro nada esperar, muito ousar, quase tudo experimentar, bastante me permitir, o suficiente ter, e tudo aprender. Aprendo com o sol batendo a minha janela para acordar com a sutileza de um afago morno todas as manhãs. Encho-me com a beleza das manhãs porque são únicas, e por singulares serem, exclusivo deve ser o bom uso que a elas darei. Deixo o vento invadir minha janela, para estudar cada toque de finura, passando despercebido, sendo indispensável. Eu sou vermelho, eu sou barulhento, eu sou quente, eu pulso, eu sou autêntico.