Coleção pessoal de biapresentacao
Memória
Quando a incerteza
Se confirmará?
Quando poderei acreditar?
Tudo é diferente
Em pensamento,
Um suspiro, um sorriso,
Uma gargalhada.
O que é lembrança,
E o que é imaginação?
Um ano em um minuto
O que foi perdido,
Quem perdeu?
Me diga onde está!
Por favor,
Eu preciso encontrar.
Nada cabe tudo
Pressa,
Promessa,
Atravessa.
Verdades, mentiras.
Cabe a nós justificar,
Concordar, revogar,
Julgar.
Nos cabe a decisão,
O amor,
A paixão.
Também cabe a desilusão,
A solidão.
Cabe tudo,
Quem dera tudo sempre tivesse.
Triste de quem
Não tem nada.
A luta
Tanto sofrimento que lhes dão
Tanta força que lhes cegam
Tudo aplicado ao nosso irmão
Mas muitos, ajuda os negam.
Justificativas para tudo
Que não tem explicação
Ser ou não ser?
Não era essa a questão?
Quem é? Quem não é?
Quem decidiu o que seria?
Seu eu sou, você não é?
Já que sou, tu não serias?
Cada um compra
A briga que lhes cabe
Mas se já não são
como ouvidos serão?
Soneto V
Devemos desistir dos nosso sonhos?
E se forem tão inalcançáveis?
Tão distantes, que em mil anos
Seriam pouco para conquistá-lo?
Ao contrário do que dizem,
Nem tudo vale a pena
Principalmente se a pena for forte
E a vontade fraca.
Mas, se ambos forem fortes?
Diria "talvez"?
Negaria a ti mesmo a possibilidade?
E se ambos forem fracos?
Neste caso, "talvez" não existiria
Pois fraco, somente tu serias.
Soneto IV
Não sei o que sinto
Insisto, desisto?
Persisto.
Todo o ocorrido
Há de se esvair
Com palavras bonitas
Hei de te perdoar.
Insisto, pois em ti
Achei minha salvação
E é meu dever, salvar-te.
Persisto, pois esta fase há de passar,
a ti devo minha vida,
E à tua vida, a minha devo dar.
Soneto III
Dor,
Arde em meu peito
E escorre pela boca
Gosto que ao fel mais amargo.
Ardor que não se sente
Nem se vê
Contraditório
Tornei-me você.
Deixei de ser quem era,
De verão à primavera,
De mim ao sofrer.
Paradoxalmente,
Estou tão preso quanto liberto
A este mundo de incertezas.
Meu grito abafado
No silencio ecoa.
A angustia em meu peito,
Cala-me.
Ao mesmo tempo
Que me sufoco
Em meus prantos.
Não adianta
Essa culpa exacerbada
E essa dor demasiada
Por algo que calada
Aceitei livremente.
Luz amada
Caminhe em minha direção
Meu coração enfadado
Não aguenta
A solidão dos pensamentos.
Soneto a quem se foi
Sinto medo
Medo que você não entenda
O porque do meu choro
Tão incessante ser.
Sei que errei
E perdão eu peço
Mas já não estás aqui
Para me perdoar.
Quero encontrar-te
Abraçar-te
E falar tudo que guardei.
Perdoa-me por minha falta de amor
Por este ardor que conservo em meu peito
Por em teu leito, ignorar-te.
Soneto a um amor perdido
Sempre tão intocável
Meu amor por ti seria
Algo de sublime existência
Um fogo que ao cego ardia.
Equivoquei-me
E em minhas decisões, falhei.
Contentei-me
Com o simples fato de sangrar.
A dor que senti
Ensinou-me a amar
Mas não o mesmo alguém.
Sempre chegará
Outra pessoa
Até o verdadeiro amor encontrar.
Mãe
Seja eterno ou passageiro
Tempo de mudar
Ou apenas de ser eu mesma
De sorrir ou de chorar
De tossir ou espirrar
Sei que estarás lá
Me amparando
E me acolhendo
Em teus braços aconchegantes.
Sei que contigo posso contar
Mesmo quando chegar a hora
De seguir meu caminho
Poderei te ligar
A qualquer hora
Em qualquer lugar
Para dar notícias
Ou desabafar
Pois minha mãe tu és
E para sempre me amará.
Onde será que se escondeu?
Talvez tenha desaparecido
Ou, quem sabe
Nem tenha existido.
Talvez fosse eu que quisesse acreditar
Naquele sonho de criança
De que nada iria acabar
Mas acaba.
Até o sentimento mais profundo
Se modifica
E as pessoas que mais amamos
Não podem ficar.
Onde será que foi parar
O papai noel?
E o coelhinho da páscoa?
Talvez estejam ocupados demais
Ou fui só eu
Que não procurei direito?
Há coisas na vida
Que não podemos mudar
Mas devemos continuar a nadar
Nessa enorme corrente
Mesmo que o cardume diminua
Sempre haverá com quem contar
Basta procurar.
Amei-te?
Inda que não te amasse
Coração aceleraria quando te visse
Peito apertaria quando não falasse
E lágrimas escapariam
Por coisas não ditas.
Meu coração já não é o mesmo
Agora amadurecido e quem sabe
Se não tivesse amado
Endurecido tivesse ficado
Mas ainda assim
O amor viveria
Quieto lá no fundo
Só esperando teu rosto ver
Para na hora desabrochar
E poder finalmente,
Te amar.
Palavras,
Momentos.
Amar ou amor?
Achava, que nosso coração
Só amaria
Quem não nos amasse.
Mas donde vem
Essa vontade de te ver?
De te ter a todo instante
Do teu abraço
Ser o único lugar no mundo
Em que eu queira estar?
Talvez do modo como seu olhar
Encontra o meu,
Ou quando tudo fica bem
Só por te ver.
Não há nada
Que eu precise ouvir
Só um "eu te amo"
Já me deixará feliz
E deixa.
Sempre.
Sempre acreditamos
Que a vida é bela,
Que a terra é bela,
Quando na verdade não sabemos
O que é beleza de verdade.
A vida é bela sim,
Não digo que não
Mas sempre queremos mais.
A vida,
Onde tudo começa,
Onde tudo termina,
As pessoas se vão,
E nós ficamos quase que sem chão,
Por mais difícil que seja,
Temos que seguir,
Nossa caminhada,
Amando e perdendo,
Sorrindo e sofrendo,
Até que seja nossa hora,
E nossa vez de deixar saudade,
E então seremos eternos,
Em um lugar melhor,
O melhor lugar do "mundo"
O paraíso.
Do que adianta
A felicidade
Se sabes que tudo
É apenas ilusão
Que depois verás
Que tudo foi em vão
E que nada é pra sempre.
Gostaria de pensar
Que há coisas que serão eternas
Mas não consigo imaginar uma
E então a unica coisa
Em que acreditas ser
Cem por cento verdadeira
É contestada
Tudo que achavas ser concreto
Tem um porem
Que em toda sorte
Haverá um revés.