Coleção pessoal de biancateotonio
Quando o inverno passar
Você vai lembrar
Daquela lareira
Nossos corpos entrelaçados
Inebriados de ardor
Fugitivos ávidos
Da gelidez febril
Obstinada a nos consumir
Você vai perceber
Que aquele refúgio
Será sempre o nosso amor.
Caminhando sobre o vento
Nas lamúrias de um momento
Folhas secas sucumbem ao chão
Revelando a nudez dos galhos
Que seus adornos se vão
Arrebatados pela inclemência do tempo.
Oh felicidade...por onde andas?
Faz tempo que te procuro
Já percorri a imensidão do infinito
Agarrei-me num cometa
Ao cabo de sua órbita
Por uma noite
A Lua me hospedou
E ao romper do dia
O Sol sorriu para mim
O que fazes por aqui?
Perguntou o Sol
Estou à procura da Felicidade!
Respondi com a máxima veemência
Então, subitamente
Raios de luzes desenharam a tua face
No resplendor da aurora
Seu retrato guardei.
Do alto do abismo
Solitário estou
De pés descalços
E um traje cálido
Tudo o que restou
Por muito tempo andei
Atravessei longas noites frias
O Sol se escondeu de mim
Combati meus medos e anseios
Para chegar até aqui
Não sei se ao cume alcancei
Ou se os montes desceram à mim
Será aqui onde tudo acaba?
Ou será o recomeço?
Vejo águas límpidas jorrando d’um alto rochedo
Árvores estrondosas e frutíferas
Centenárias ou milenares
Não importa
Revigoram-se a cada dia
Um paraíso ou uma miragem
Tanto faz
Quando acordar, saberei.
Debruçada sobre o outeiro à beira-mar
Sua beleza irradia uma magia de encanto
Seu olhar me conduz ao seu encontro
Uma multidão, como uma muralha, separa nossos mundos
Não sei seu nome nem seu telefone
Mas já te conhecia dos meus sonhos
Quando tudo ainda era nada
Te encontrei quando menos esperava.
Já é noite
E lá está ela
Seu vestido azul claro
Enobrecido de seda
De pés descalços
Segurando seus delicados sapatos
Ela corre incansavelmente
Sem olhar pra trás
Sem destino pra alcançar
Apenas aspira fugir daquele lugar
Das lembranças que ressoam sem parar
Das feridas jamais cicatrizadas
Do seu passado que insiste em se manter presente
Das inúmeras desilusões vividas
De amores unilaterais
Sempre amou sozinha.
Por que existe o porquê de tudo, se nem tudo tem o porquê da existência?
Sabe por quê?
Porque o porquê existirá enquanto houver “por que” e “porque” da incógnita existencial.
Eu não preciso de muito pra sorrir
Nem tão pouco pra chorar
Estou forte quando reconheço minhas fraquezas
Meus medos me encorajam a seguir em frente
Nem sempre vou acertar
E nem sempre estarei certo
A única certeza é de que vou errar
Mesmo que demore a acontecer.
Dizem que a paixão é como uma chama de fogo que nos consome por dentro na qual não conseguimos controlar.
Nosso coração costuma ser um bom condutor de calor, sabe?
A paixão pode nos extasiar e nos levar ao pico da mais profunda alegria, quando correspondida.
Dizem também que a paixão é passageira.
Tem seu tempo contado.
Uma chama também pode se apagar.
E acredite, você vai querer se queimar outra vez!
Oh insensato mundo!
Por que o prevaricador amontoa riquezas enquanto o pobre desvanece de fome?
Por que este universo de valores inversos prevalece no meio de vós?
Por que ocultas a justiça e favoreces a imoralidade?
Lembra-te dos teus princípios e desperta a tua retidão antes que venha o dilúvio arrebatador.
No vôo pairado do beija-flor
A intrepidez de suas asas alçadas na brisa do vale a seu favor
Do alto, ele avista a alegria-dos-jardins
As flores de sálvia mesclam a paisagem de sua exuberância
Em fração de segundo, ele beija a flor mais bela e doce do jardim
Jubilosamente, o colibri retoma o seu vôo
O assobio do vento é o toque de retirada
Para o seu alento, repousar.