Coleção pessoal de Bia-Oliveira
A solidão cansada de ser enganada pela falta de carinho mascarada com noites acesas, contas caras de bar em bar, conta cara de gente que não entende.
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Eu tenho medo, tenho muito medo. Não sei não ter, nem vou deixar de tê-lo. Me conheço, meu caro. Pouco, mas conheço.
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Quando eu digo que sou camaleônica não estou mentindo. Mas, cara, tem horas que ser assim cansa; nunca tem uma hora certa, um rumo certo, um sentimento certo. Nunca nada é previsível, é aceitável, durável.
Você sabe que um beijo representa muito, né? Talvez você não note isso agora, que anda distribuindo os seus, sem pudor, por aí. Mas um beijo pode significar mais que mil palavras. Nem sempre consegui decifrar os seus e, por vezes, os traduzi erroneamente.
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Eu estava entre o relacionamento mal resolvido (só para mim) que ainda era totalmente nostálgico e me alfinetava vez ou outra, e o relacionamento maluco que era, basicamente, uma troca de pedidos piedosos, desejos não realizados, encontros desencontrados. E eu estava exatamente nesse lugar, tendo a certeza deplorável de que era só porque eu não tinha mais para onde ir, já que não sei ser sozinha.
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Então é assim a saudade? É essa vontade de consumir freneticamente tudo ligado a essa droga e, por não conseguir, querer morrer? A falta que ela faz é mais venenosa que seus efeitos. Eu nem sei se é arrependimento por ter decidido deixá-la para trás. Essa falta consome todo o resto que há em mim. Me cega. Me cala. Me surta.
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Você chegou e o meu dia esfriou, o meu céu escureceu, as nuvens brincaram de se colorir de um jeito todo estranho. Um jeito todo nosso. É do frio que eu gosto; foi quando você chegou que a brisa acariciou meu rosto e fez meu andar parecer tão mais belo. Os cabelos ao vento, as bochechas rosadas, o nariz geladinho. Foi assim, com os queixos batendo, as pontinhas dos dedos doendo. Com todos os dimitutivos que eram tão feios pronunciados ao sol. As folhas começaram a cair, e nós brincamos de ser feliz no balanço de todas as canções que nos lembrávamos.
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Eu sei que é do calor que você gosta; e foi por isso que quando eu cheguei o sol deu brilho aos seus olhos e fez sua gargalhada parecer ainda mais gostosa. O rosto corado, as covinhas ressaltadas. Foi exatamente assim, com uma gotinha escorrendo pela sua nuca. E todo o carinho que você se negou a dar para qualquer outra, porque o sol não aparecia. E parecia desperdício se doar no frio. As flores começaram a abrir, as frutas a amadurecer. Era bonito de tão colorido, tinha cheiro de acerola e nós corremos sem saber o porquê; depois descobrimos que era só pra cair no chão fresquinho e ver a noite chegar. Tinha a lua e as estrelas, e o nosso toque elétrico.
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Eu devia ter escrito a nossa história; assim eu poderia manter quente e mole o que já esfriou, enrijeceu. Minhas palavras garantiriam a verdade intacta em cada lembrança. Sem escrever, talvez eu tenha gravado alguns pormenores que nem existiram só para tornar tudo mais bonito e intenso.
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