Coleção pessoal de bethoven_soares_darcie
Sou sonhos e angústias! O vírus da sociedade moderna A voz da boca da noite A lágrima dos esquecidos
Sou o sangue do pulso rasgado cultivando poesias! O templo profano... O uivo da filosofia AnarcoSurrealTupiniquim!
"Oh minha doce, mórbida e pérfida sociedade: Vomitarei em tua boca as fétidas e frágeis verdades por ti esculpidas
Cuspirei teus cínicos e falsos valores
Impelirei teus excrementos de volta para tuas partes [mais sensíveis
Profanarei teus restos mortais
Para, assim...
Edificar em teus escombros a sombra que tu não conseguiste extinguir!
Somos todos filhos do Caos!
À imbecilidade visionária da prepotência humana Impõe suas leis a natureza do cosmo. Mas se esquece de a ela... primeiro explicar.
Somos todos filhos do Caos!
Como um deus da ciência, objetivamos o tempo.
Suas parcas verdades fixamos ao mundo.
Mas aos corpos celestes... elas inexistem. Sentido só há em relação ao espaço.
Somos todos filhos do Caos!
Criamos padrões, tradições e valores. Relegamos a eles o nosso destino.
Por isso à deriva nós sempre estamos,
Em ilusórias mãos... o leme se encontra.
Somos todos filhos do Caos!
Submetemo-nos a símbolos, dogmas, crenças...
O nosso olhar, por eles cerramos.
Ao Limbo de Dante, divergência enviamos
O destino, o futuro e a vida humana
– Com referência caseira –
Louvamos com pútrea e visionária cegueira.
“Não há poesia mais bela
Que um corpo nu em carne viva
Sangrando lágrima de desejo
Ante o reflexo do próprio espelho.”
A camuflar o Eu em avatares sociais Saboreamos o não viver
De uma realidade virtualizada
Pela cegueira de valores incorporados.
Sob os nevoeiros das crenças
Forjamos um ideal para o humano. Distorcemos a própria imagem...
Para exaltar o sombrio reflexo do Não Ser.
Somos a contradição do discurso...
Flutuamos entre significados e significantes Perdidos em encruzilhadas simbólicas
Na representação das névoas do ser.