Coleção pessoal de betacampos
"Há encontros que mudam nossa vida. Há pessoas que chegam no momento preciso, como se surgissem de um encantamento."
Quando tudo parece irremediavelmente perdido and the world seems to be falling apart, a vida nos empurra para frente. O dia a dia, a rotina, o cotidiano de coisas comuns, ordinary events, o maior acontecimento é perceber que o mundo não pára. Ao contrário, apresenta-se como implacável, intolerante às dores, tristezas, mágoas e decepções. É como se gritasse, sarcasticamente, “Hey, wake up, girl!!! Put yourself together and move on!” Parece insensível, mas em verdade, não o é. Ele sabe que isso é exatamente o que precisamos. Uma sacudida, ás vezes, um tapa na cara. That`s the way it is. Viver é dar a cara à tapa, muitas vezes. Só assim, sobrevivemos. Só assim, fortalecemos nossa alma e nosso coração. Um gosto amargo vem à boca, mas engolimos, digerimos para podermos ser capazes de saborear o doce novamente. De qualquer forma, não estamos sozinhos. O momento é propício para voltarmos ás nossas origens, lembranças que sempre nos acompanharão, memórias, antigas fotografias que ajudam a resgatar sonhos empoeirados, objetivos interrompidos, quem somos, de onde viemos. É hora de tirar a neve acumulada dos trilhos e pôr o trem em curso novamente, voltar à nossa estrada. Depois da nevasca, contemplar o céu azul e fazer novas conquistas. Fazer o que deve ser feito. Viver, get the most of it. The show must GO ON.
Is it impossible to forget what happened? No, I don't think so. Não, não é possível esquecer o que aconteceu. E se não é possível é porque não deve ser esquecido.
No entanto, é fácil passar por cima. Basta uma outra emoção especialmente boa surgir e o prisma muda. A vida adquire um colorido diferente, renovador, o coração se enche de esperança novamente e passamos a ver tudo sob uma nova e fascinante perspectiva.
Até a roda girar outra vez.
Sim, tudo muda, nós mudamos. Mas as lembranças não. Podemos até pregar peças em nossa mente, pensamos "Não, não foi bem assim, entendi errado, estava dominada pela emoção, a culpa foi minha", etc, etc. Até o dia em que ficamos sozinhas, no ônibus, ao nos prepararmos para dormir, numa sexta à noite... sem angústia ou desespero, tranquilas, placidamente vagamos pelos pensamentos e memórias, nos entretendo com o filme de nossas vidas.
Tudo fica mais claro.
Damos a César o que é de César. Nos vemos ora como vítimas, ora como vilãs, ora inocentes, ora maliciosas, ora como um animal sendo abatido, ora como a loba maquiavélica, arquitetando cada passo, cada investida, prontas para dar o bote.
Somos multifacetadas. Nem boas, nem más, nem anjos, nem demônios. Somos capazes de tudo e de coisa nenhuma. Dizemos que fazemos e acontecemos, fazendo algumas vezes realmente, mas nos acovardando frequentemente. Somos frágeis e somos fortes. Somos humanos.
Necessitamos ser colocados à prova constantemente. Necessitamos colocar os outros à prova também. Queremos provas de que estávamos certos ou errados, procuramos evidências. Claro que estas estão sujeitas a interpretações e re-interpretações, de acordo com o andar da carruagem; "viajamos ao sabor do vento".
Well, is it good? Sim e bem, não. Onde ficam as convicções, os valores, o auto-respeito, essas raízes que nos impedem de viver como astronautas, perdidos no tempo e no espaço?
Essas não devem ser esquecidas. A sã consciência, a memória nos mantém lúcidas, alertas. O "brilho eterno de uma mente sem lembranças" pode nos cegar.. A cegueira pode ser conveniente mas também é conivente.