Coleção pessoal de BertinoJulio
Quero viver a mágica da lagarta
que deixa o casulo
e sai transformada numa linda borboleta...
A minha metamorfose será a da alma.
Deixarei para trás o escuro, o silêncio, o medo...
Voarei livre e leve pelos jardins,
de flor em flor,
entre rosas e jasmins...
eis que a cada transformação
nasce de mim uma borboleta
sou criatura de vários casulos
um para cada imperfeição
às vezes fico pálida de tensão
gasto muita energia tentando
me corrigir, adulterar meu ser
nascer e renascer
crescer e desenvolver
viver e morrer
como tudo na natureza
o intuito é evoluir
e ao céu subir
com tamanha sensibilidade
com terna gratidão
com todo o amor possível
sem grande ilusão
de que por aqui é só sofrimento
e por lá só contentamento
tenho que procurar ser melhor
a cada dia, com imensa alegria
pelo poder da transformação
que atinge meu coracao
dia após dia
sem choro e com vela
porque só acendemos uma luz
se for pra velar alguém
e que seja nós mesmos
através da nossa luz interior
aliada à luz de Jesus
para obtermos a luz
da divina redenção!!!
No casulo em que se fecha a borboleta algo mágico tende a acontecer!
A transformação é dolorosa, é difícil.
Mas ela sabe que quando suas asas ficarem prontas.
Elas a conduzirão para o alto.
De onde poderá vislumbrar as mais belas coisas desse mundo.
A vida precisa do vazio:
a lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta.
A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida.
Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito.
E as pessoas, para serem belas e amadas, precisam ter um vazio dentro delas.
A maioria acha o contrário; pensa que o bom é ser cheio.
Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria e falam sem parar.
São umas chatas quando não são autoritárias.
Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar.
A essas pessoas é fácil amar.
Elas estão cheias de vazio.
E é no vazio da distância que vive a saudade...
Nós somos os seres
Mais apegados da terra,
Ate males quando se vão
Disfarçado de amor,
nos fazem chorar.
Caça-Palavras
Sensatez,
Lucidez,
Fluidez,
Talvez...
Me vi em um interminável jogo de palavras,
Não sabendo como encontrá-las,
Ou administra-las,
Haviam intervalos de Lucidez,
Em que as frases seguiam com fluidez,
O silêncio era quebrado,
E em pouco, o medo desafiado.
Em um segundo de sensatez,
No qual recobrei a lucidez,
Com fluidez,
Olhei fielmente para teus olhos,
Vi um castanho claro de mel,
profundo,
Que ao desviar sem querer,
Me fez observar mais fundo.
Talvez quando estiveres longe,
Lembre-se dos meus olhos de mel,
Aqueles que ao cruzar com os teus,
Tentava disfarçar sem sucesso,
Com excesso,
A semana nos creditou certezas,
Dentre elas que o tempo é pouco,
o sentimento novo,
E o restante incerto.