Coleção pessoal de belotte
É fim de tarde, fim de semana, é fim de ano. Faz o seguinte: finde a falta que nos faz e corre pra cá. Vamos botar um fim nessa saudade.
Pouso Alegre
Uns partem, outros chegam.
Alguns apenas aguardam.
O cachorro esperava,
não sabia o que.
Num instante, um aceno.
Em direção àquele que o portava.
Não sem resposta, sorriso e aceno em retribuição.
Parava o ônibus e logo todos desciam.
O senhor de chapéu puxava o cachorro,
ou pelo menos tentava.
Ela desce do ônibus
Ele a encontra com um beijo
O cão eufórico parece sentir
a mesma felicidade do dono.
Agora é ele, o cão,
que recebe um pouco de atenção.
Ela, traz consigo a alegria,
uma mala e uma caixa.
Bagagem que logo compartilha.
Eles se vão. E assim a vida segue.
Partir e chegar.
Na rodoviária, um pouso alegre.
Balas-delícia
A tarde era contente.
Árvores projetavam sombras.
O sol não alcançava a gente,
que andava distraída entre as cores.
As diversas flores encantavam os olhos,
seduziam com seu aroma e despertavam o paladar,
que só era saciado pelas balas de uma firme senhora
também agraciada pela tarde de delícias.
Amaram-na
com tal intensidade
que a compreenderam.
Tirava-lhes o folêgo
e ao mesmo tempo,
insuflava o mais puro ar.
Brindava-os com a luz
revelando a beleza
que se esconde ao anoitecer.
Ensinava-os a apreciar cada momento.
Dizia sobre a intensidade da vida.
Eles: poucos e privilegiados.
Ela: única, a cada dia.
Para conhecê-la é preciso despertar,
antes do astro-rei.
Porém, isso não basta.
É preciso descobrí-la. Desvendá-la.
Ela é manifestação primeira de vida.
É começo. Recomeço.
Todos os dias.
Descubra a aurora.