Coleção pessoal de bampipoeta

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⁠⁠"O relevo do papel
que a ponta tanto traça,
torna mais que água
a gota que o olho embaça".

⁠"Afinal, o que posso
fazer de mim?
Pergunto-me ante
qualquer questão;

Mas sempre questiono-me
por quem não teve tal espaço,
pois é um pedaço na caneta
que deixo do coração".

"⁠Meu dia de chuva violeta,
daqueles que derrubam a maquiagem.
Pessoas pelas suas verdades interpretam mentiras,
das quais surgem novas verdades..."

⁠"Por mais amor
e menos paixão,
que não seja só um órgão
o sótão chamado coração;
Vale mais uma interrogação
que dois pontos finais.
Antes do devaneio ser sério,
é o mistério que me leciona seus sinais..."

"⁠Que eu acompanhe justamente
a mudança que
também
nos acompanha...
... sem o direito de escolher.
Ir dormir sabendo que pro dia seguinte
a minha companhia não vai ser necessária,
mas que mesmo assim...
... você vai preferir ter".

"Uma carta que não entreguei à ela", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠Uma guerra sem vencedor,
um próprio submundo.
A tortura sem anistia,
um soldado nascendo a cada segundo.

Também se romantiza a periferia,
o lugar que Deus esqueceu.
Casas amontoadas, sustentadas pela revolta,
construídas na abolição que nunca aconteceu".

- Trecho de "Ordem e Progresso" do livro "Ruas & Rosas".

⁠"Somos soldados sem querer lutar,
adaptados a um sistema que não queremos viver.
Anestesiados com o que "devemos" acreditar
e assim, agradecer o que podemos ter".

Trecho de "A favor do vento", do livro "Ruas & Rosas".

⁠⁠⁠"É sobre uma conversa que se estende
e não a hora cronometrada,
é um beijo não combinado
no relento da madrugada".

Trecho de "Marginal", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠E se declarar-se por amor
traz a razão que hesito,
há precisão de palavra nenhuma
se o silêncio já ter respondido".

⁠"⁠Sempre gostei de ver
as gotas caírem no vidro,
assistir a luz
mergulhando nelas.
Talvez em um dia de chuva,
daqueles em que eu
ficava grudado à janela,
você era uma delas".


- Trecho de "Mosaico", do livro "Ruas & Rosas".

⁠"⁠Abraço meus sonhos
e você me abraça de volta,
já que eles sempre
consistem no que você não crê;
Aquele ônibus não só te levava,
mas carregava toda minha alegria,
e minha alegria
já bastava em você".

⁠"Se perfumam memórias,
já voa estático ao seu assento.
A expressão conta histórias,
o olhar segue atento.

O caráter é marginal,
as frases são românticas.
O bardo constrói seu astral,
afia palavras como se fossem lâminas".

- Trecho de "Asfalto", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠Já exercitei tantos flertes
que prefiro roubar-te só uma réstia.
Ladrão de sorrisos
que por elogios leva tua modéstia.

Um par de cortejos
para um milhão de incógnitas.
Quatro olhos vazios
preenchendo-se na repetição das notas".

- Trecho de "Outro dia de chuva", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠Não quero ser o dinheiro da passagem,
quero ser a melodia despontando com a vista.
Não quero te encontrar na dúvida,
mas te perder em uma ideia convicta".


- Trecho de "Fotografia de carteira", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠Você é minha eterna rebelde intelectual,
passando junto do café o aroma jovial.
Se a eternidade para você não for possibilidade,
não, não mudo meu verso.

Afinal, minha rima é um espelho do meu tempo,
memoriza um momento,
redesenha o universo,
inviabiliza o final".


- Trecho de "Fotografia de carteira", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠Por um beijo que não promete ficar,
por um riso que chega de manhã.
De um poeta que não quer calcular
a pergunta que virou campeã.

Atraído por uma paz pagã,
adversando uma guerra santa.
Minha retina hoje é tão guardiã
dessa presença que tanto encanta".


Trecho de "Hipotenusa", do livro "Ruas & Rosas".

⁠"Vejo que a melhor definição
é não definir nada.
Antes fosse só chegar...
... mas vale toda a estrada".

- Trecho de "Aragem", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠Apresento-lhes meus motivos meros,
incomodado com a disparidade.
Meus fôlegos reitero,
pois quero só deixar saudade..."

- Trecho de "Araucárias", do livro "Ruas & Rosas".

⁠"Antes de tudo se sentir um homem,
daqueles que fazem da fala um punhal,
do verso o memorial,
sem hesitar em morrer por um ideal.

Sem fraquejar por ser leal
ou até pelo que se diz,
sem esvair-se a hombridade,
vê-la evaporar bem abaixo do nariz"

- Trecho do poema "Modéstia", do livro "Ruas & Rosas".

"⁠Tudo vem mudando,
a vaidade, a poesia, o requinte.
Vejo o tempo passando
e só quero fazer do erro passado meu acerto seguinte.

Eu não falo português,
poetizo em brasileiro.
Vivo pra que consiga
me querer por inteiro".

- Trecho de "Use sua ilusão", do livro "Ruas & Rosas".