Coleção pessoal de bampipoeta

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⁠“VIADUTOS”

Você virou poesia,
te sobrei como poeira na estrada.
Esperança vazia,
seu olhar me cala.
Cruzo municípios, rodovias,
empunho o caderno e passo por avenidas...
... queria tanto atravessar somente seu coração!
Por diferentes rotas e vias,
o destino é sempre o qual não queria...
... você se tornou só canção.

⁠“VIAS”
As vezes, só o corpo morre,
ou só sonhos se vão.
Sangue escorre,
causa choro ou não.
Em uma estrada,
relâmpagos percorrem horizontes.
A vida parece uma escada,
degraus pra subir ou descer, emoções aos montes.
Peço licença para existir,
sair do lugar,
se não tenho algo para persistir,
tenho causa alguma para respirar.

⁠"Por retinas que interpretam como arte,
até chefes fazerem descarte.
Somos o gado e o governo o frigorífico,
a escola é a sala de abate".

⁠Entre becos e vagões,
avenidas e vielas,
o vazio mesmo em multidões
faz, molda o poeta.

Afirmaram-se minhas intenções,
amoleceram-se minhas pernas,
não preciso de soluções,
só de emoções sinceras.

⁠Desfrute da ignorância; depois amargure em melancolia. O que tento inserir em meus versos são goles de vida.

⁠"Em melodia que se estende,
assim o dia pôde começar.
Mas, se o pôr do Sol for os olhos dela...
... ah, o dia já pode acabar!

Sol... pode ir embora,
me deixe a Lua de presente.
Vai que de repente...
... você nem precise voltar!"

⁠"Pegue minha mão
mesmo que eu não vá segurá-la!
Quem sou eu pra negar liberdade?
Quem sou eu para amá-la?

Quem sou eu pra negar uma possibilidade?
Quem é ela caso vire saudade?
Já que aproveito o hoje, só mude o assunto...
... e dele se perca junto!"

⁠"É sobre uma conversa que se estende
e não a hora cronometrada,
é um beijo não combinado
no relento da madrugada".

"⁠Sempre gostei de ver
as gotas caírem no vidro,
assistir a luz
mergulhando nelas.
Talvez em um dia de chuva,
daqueles em que eu
ficava grudado à janela,
você era uma delas".