Coleção pessoal de aylasouza
Sabe aquela garota ali? Aquela ali que está sorrindo, aquela garota ali que parece estar feliz […] Pois bem, vou te falar um pouco sobre ela. Ela é daquele tipo de garota que se faz de durona, mas a verdade é que ela é sensível, ela se magoa com facilidade. Quando o assunto é amor, ela foge. Ela cansou de sofrer por amor, mas ela ainda sonha em amar e ser amada. Ela é doce e amarga. Ela é irônica. Muitas vezes, ela é fria. Ela é sincera e ás vezes isso soa como grosseria. Ela distribui sorrisos falsos de dia. E á noite… Ela se agarra em seu travesseiro e chora. Ninguém entende ela, ás vezes nem ela mesmo a entende. Ela é complicada. Ela é misteriosa. Ela fica sem graça quando olham direto pra ela. Ela é tímida, só quem conhece bem ela, sabe que ela é tímida. Ela se faz de palhaça pra esconder a tristeza que ela carrega no coração. Ela é orgulhosa demais. Ela é maliciosa. Ela não gosta quando você trata ela como todas as outras. Ela é única. Ela é diferente das outras. Ela é ela… E as outras? Ah, as outras são só as outras e só…
E eu ando me sentindo tão… sei lá. Eu estou cansada. Cansei de tudo e de todos. Cansei dessa mesmice que anda minha vida […] É um vazio tão grande, um vazio maior do que eu. Eu tô bem… Tenho o que comer, estou com saúde […] Mas eu não tenho quem amar… E essa falta de amor me destrói, ela vem me corroendo todos os dias. E é triste não amar, pelo menos á mim. Eu gosto de amar, a verdade é essa […] Meus sentimentos tiraram férias de mim. Eles tiraram férias bem longas. Sem sentimentos, sem decepções. Mas eu prefiro sofrer do que não sentir nada. Eu gosto de quebrar a cara, eu gosto de sofrer. Essa ausência de amor, me cansa. Falta amor […] Garçom, uma dose de amor com capricho e pra viagem, por favor.
E ela sempre estava com um sorriso no rosto… Ela poderia estar triste, mas sempre estava com o seu melhor sorriso. Estava sempre feliz, digo, ela parecia estar sempre feliz […] O que poucos sabiam era que á noite, ela sentava sozinha em seu quarto e chorava. Ela só aparentava ser feliz. Mas como dizem: “As aparências enganam”. Ela enganava todos. Ela seria uma ótima atriz, não acha? […] Ela fazia-se de forte, de fria. Mas qualquer coisa a magoava profundamente… Magoava, sim. Oh, se magoava. Mas ela não demonstrava, meu caro. Alguns acham que o coração dela é de ferro. Mas se enganam. Ela não é insensível. Ao contrário disso, ela é sensível. Até demais. Ela chora, ela sente e ela sente até demais […] Mas sabe, chega um tempo que ela cansa. Ela cansa de fingir estar sempre feliz, de fingir ser de ferro… E quando ela cansa, ela só quer que as pessoas percebam que ela não está bem. Percebam que ela nunca esteve bem […] E sabe, ela cansou. E agora, ela só quer que você perceba que ela não está bem e não pergunte o motivo… Só fique ali com ela, abrace-a e diga que vai passar…
E foi tão fácil me esquecer né? Me ensina a esquecer as pessoas assim, tão fácil […] E os nossos momentos, nossas risadas, nossas conversas, nossas idiotices, nossas brincadeiras… O que você fez com tudo isso? Deu descarga em tudo isso? Por favor, me explica como foi tão fácil me esquecer. Lembra que você disse que nunca ia trocar-me por outro alguém? Mas não foi isso que aconteceu, tu trocaste-me. Arrancaste-me do teu coração. Abandonou-me no momento em que mais precisei de você aqui […] Mas sabe, já estou acostumada á isso. Já acostumei-me a ser trocada, substituída, esquecida, deixada pra trás. Mas não acostumei-me com a dor que tudo isso causa. Se você for entrar em minha vida e sair do nada, por favor, nem pense em entrar… Cedo ou tarde, alguém vai esquecer-me. Posso ser trocada a qualquer momento. Sou tão abandonável, eu sou tão substituível, essa é a grande verdade […]
E eu estou aqui, em mais uma madrugada monótona. Deitada na minha cama, com meu fone de ouvindo ouvindo aquela música que nós julgávamos ser nossa (…) E claro, pensando nele! Eu deito para dormi, para descansar, depois de um dia chato e cansativo… Mas não é isso o que acontece. Eu deito e ele invade meus pensamentos. Sabe, ele é o causador da minha insônia (…) Pensei muito em fazer o que eu estava preste a fazer, e cheguei a conclusão de deixar o meu orgulho de lado e enviar aquela mensagem que eu escrevi para ele, e ela dizia…
Ela: “Eu te odeio. Tenho ódio de você. Sim, te odeio. Odeio esse teu jeito todo errado. Odeio você, seu idiota. Odeio o fato de me sentir protegida quando você segura minha mão. Odeio quando você sussurra no meu ouvido que me ama. Odeio quando você consegue me fazer sorrir. Eu odeio a sua risada contagiante. Eu odeio o jeito como você se preocupa comigo. Odeio todos os seus gestos de carinho e demonstrações de amor, afeto. Eu odeio a sua voz. Odeio, sério. Odeio quando você diz que eu estou linda vestida com sua camisa. Odeio quando você me abraça por trás. Odeio quando você me chama de “minha pequena”. Odeio os seus beijos, seus carinhos, odeio o seu cheiro. Odeio quando você me faz cafuné. Odeio quando o seu perfume fica na minha roupa. Odeio pensar tanto em você. Odeio precisar tanto de você. Odeio não conseguir te odiar de verdade. Eu te odeio tanto, meu caro.”
E chegou a bater um arrependimento de ter enviado aquela mensagem á ele, acho que preferia ter ficado com o meu orgulho e não ter enviado a mensagem… Mas depois de alguns minutos, o meu celular toca e era ele, em resposta a minha mensagem…
Ele: “E quer saber mesmo? Eu te odeio também. Eu te odeio mais do que você possa imaginar, sério. Eu odeio cada traço do seu rosto, eu odeio o seu sorriso que me faz sorrir junto. Eu odeio a maneira como você me olha, odeio os teus olhos. Eu odeio quando você deita no meu travesseiro e deixa o seu perfume nele. Eu odeio quando você bagunça meu cabelo. Odeio quando você toca na minha nuca e faz com que eu me arrepie todo. Eu odeio quando você vesti a minha camisa, você fica tão linda nela. Eu odeio esse teu ciúmes possessivo. Odeio o jeito como você fica quando você está cansada, com sono. Eu odeio quando você me abraça, quando você me beija… Eu odeio. Odeio cada fio do teu cabelo. Eu odeio sentir ciúmes de você, odeio. Eu odeio não ser bom o suficiente para você. Porque você me faz te odiar tanto assim? Me explica. Eu te odeio tanto, garota. Eu odeio tudo em você. Mas a única coisa que eu não odeio é de te amar. Garota, eu odeio você.
E eu bem que tentei. Sim, eu tentei. E tentei muito. Insisti em nós, nunca desisti. Mas sabe, não dá mais. Deu o que tinha que dá. Nós nos perdemos. Eu tenho a impressão que te perdi. E você me perde um pouco mais a cada dia (…) Sabe, já não está como era antes. Nós chegamos em um ponto que nunca achei que chegaríamos. Estou percebendo que você está indo. Estou percebendo que você está me esquecendo, se é que já não me esqueceu. Estou percebendo que você está me substituindo. Sim, me substituindo. Lá venho eu com esse meu papo de sempre. Eu sempre achando que as pessoas estão me substituindo. Mas isso não é drama, é o que eu estou sentindo, é o que eu estou percebendo. Só te peço desculpas por querer você só pra mim (…) Estou percebendo que você está saindo da minha vida, como as outras pessoas. Será que tudo isso até hoje foi verdadeiro? Será que todo aquele sentimento que você dizia sentir por mim, ainda existe? Ou será que ele nunca existiu? (…) Acho que apeguei-me demais, te amei demais, doei-me demais, entreguei-me demais. Mas uma coisa que eu aprendi com tudo isso é que sentimentos demonstrados demais, estraga tudo. Demonstrei muito o que eu sentia por você, e olha só onde nós estamos agora. Foi tudo tão exagerado que hoje estou aqui, me ferindo cada vez mais com esse nosso quase “fim.” Se é que já não tem um fim essa nossa história. Eu não suporto te ver sorrindo do lado de outras pessoas, não suporto. Sabe, eu vejo você sorrindo com outras pessoas, e isso me faz pensar que eu sou um tanto faz na tua vida, que não importa você está comigo ou não, você não se importa em mim perder ou não. Isso é o que eu penso. Eu penso que eu não faço diferença alguma na sua vida. Talvez a verdade seja que você não está nem aí pra mim. Ou talvez, não. Talvez, isso seja só mais uma bobagem da minha cabeça. Talvez, seja só paranóia (…) Mas sabe, eu acho que não é culpa sua. E nem minha. Acho que não é culpa minha e muito menos sua, nós estarmos assim. Acho que é a vida, culpa da vida. Culpa das mudanças, do futuro. As coisas mudam, tudo se torna diferente. E tudo está mudado entre nós, está tudo diferente. Nada é para sempre, e nossa história também não. Nós terminamos aqui, mesmo que seja difícil dizer isso, mesmo o quanto doa: Adeus. E eu me despeço de você sem muito drama, só com um “adeus” não pronunciado.