A poesia da vida,
quando me impacta,
atravessa como vento,
e eu,
como resposta,
por vezes, sou folha
e, muitas vezes, raiz.
A vida, na verdade,
não é um destino,
mas uma jornada
sem mapa.
Às vezes,
o encanto vem
silenciosamente,
como um vento suave
que não pergunta
se estamos prontos.
As poesias
são vestígios etéreos,
gravadas
nas margens da alma,
onde o silêncio
se dissolve lentamente,
como um rio que sussurra
os seus segredos
ao vento.
Entre o ser
e o tornar-se,
há a insegurança
que nos desafia
e a coragem
que nos define.
Ser assim é o meu jeito de viver em mim.
Sou, quando muito, um anseio poético que respira.
É contramão
o destino
que não faz
poesia
em mim.
Eis uma verdade: serei sempre essa mistura de reticências e de pontos finais.
As coisas não ditas também têm o seu propósito.
A coragem fomenta pontes e passos.
A maior magia que existe é ainda ter, apesar de todos os pesares, fortes esperanças espalhadas por aí.
PASSARINHANDO
Escrever,
para mim,
não é o ninho.
Escrever
é o voo.
Uma parte de mim é movida pela intensidade; a outra parte ora pela leveza plena.
Eis uma nota: amar demais não justifica amar por dois, porque esse verbo não exige esquecer de si.
Sou um museu
de sentimentos clássicos
com razões contemporâneas
- e, muitas vezes, vice-versa.
Êxito é estar
onde o coração
considera lar.
A poesia mora onde a alma verte.
FLORILÉGIO
Escrever
primavera
em mim.
Em tempo
de grandes travessias,
cada acolhimento é um alento.