Coleção pessoal de Autoraandressamatos

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O mal do século.
Que todas as almas dos corpos vivos levantem e digam amém! Alma cansada, alma perdida, alma desiludida. Em um corpo que anda, fala, come, bebe, dorme e acorda...
Estamos falando de corpos vivos, cuja suas almas encontram-se aparentemente mortas. Dias de finados oramos para que as almas em outro plano possam se encontrar, mas quando iremos orar pelas nossas e por todas do mundo que ainda estão aqui devendo algum trabalho? Devendo vida?
Espíritos de jovens, adultos, idosos, que andam sem rumo, sem saber o que querem ou o que podem fazer, esses também necessitam se encontrar. Um eixo entre uma longa trajetória e uma bem curta, onde suas escolhas definem as tréguas que a vida pode dar. Saber apontar a melhor e menos dolorosa direção, cuidar em encontrar diferentes tipos de desfibriladores para ressuscitar todos os dias não é uma missão fácil, é algo que requer certa inteligência.
Tudo começa com o primeiro passo, provavelmente não verá uma porta aberta, então procure janelas ou uma brecha e por ela passe sem desistir, siga em frente. Caso ainda não dê para correr, ande; ainda não foi possível andar? _. Então, arraste-se. O último sopro de vida só você poderá dizer se valeu ou não a pena.
Andrêssa Matos

Enquanto estivermos vivos, teremos tempo. Enquanto tivermos tempo, estaremos vivos.

Cecília não sabe amar
Cecília não era uma mulher de beleza padronizada ao que se diz perfeito, não tinha as melhores roupas, não sabia caminhar e beber água ao mesmo tempo, ao ficar nervosa sua cor nitidamente virava pimentão e suas palavras não saiam como queria. Não conhece o mundo nem sabe viver nele, tem medo do que não é como imaginara ao mesmo que tem fome de extraordinárias descobertas.
Vinte e três anos, muitas histórias tristes para contar com um grande sorriso no rosto preenchido de formas e linhas que a representam mais que qualquer coisa, cabelinhos negros que ela insiste em mudar, noites em claro, pois na sua vida a noite é o começo e não o fim.
As novelas que via na infância a fizeram ver o amor como algo bom que com sorte um dia teria o prazer de viver, porém, a vida não foi tão generosa e para ela a coisa toda para todo mundo se torna injusta quando o assunto é amar e ser amado. Persiste procurando, seja uma brecha, uma esperança que as pessoas podem ser boas o suficiente para desfrutar do privilégio que é o AMOR, mas em seu caminho só encontrou espinhos e seres espinhosos em que a incessante luta pelo Ego é mais importante do que dar e receber uma dádiva tão simples e que na verdade é o que tem de mais sublime na vida de qualquer miserável.
Segue andando sobe seus caquinhos sem apanhá-los, pois, o que se foi renova-se. Mas o que faz falta é doloroso demais para ser remexido e melhorado. De todas as esperanças perdidas, só o amor ainda insisti em brotar em seu peito, o que a faz acreditar que é só isso de fato importa na vida, que o amor não é uma escolha e sim um dever, uma lei a ser cumprida aqui na terra e além dela e que no fim só o amor explica tudo e dar sentido ao que não tem sentido.

- Andrêssa Agnel .