Coleção pessoal de Ataniel
Repentinamente ela chegou e tomou conta
de todo o espaço vazio que faltava.
Comprou na loja dos pedidos o amor
e levou como brinde o meu único coração...
Tô dando um tempo pra tudo que me incomoda, tudo o que me faz voltar atrás, me atrasa, me afasta, me detém num único lugar. Tô precisando respirar outros ares, me aproximar das coisas que me tornam mais completo, me faça rir inconscientemente, me queira bem. Tô me esforçando o máximo pra garantir a felicidade de outro alguém. Juro que agora é verdade. Tô aprendendo também a ser feliz com tantos problemas que me cerca, me sufoca, me prende, me leva pra um buraco sem fim. Ando a fim de me apaixonar, recordar o primeiro amor, sonhar acordado, beijar e mais beijar, sentir um abraço mais apertado, ter algo de mágico.
Estou me decompondo com a solidão frigida do meu quarto. E pra esquecer o tempo, finjo escrever. Não sei mais falar, perdi o jeito de abraçar, o gosto de beijar, e falar coisas simples como “eu te amo”. Acho que estou meio viciado. É coisa de escritor. Quem escreve não vive, sobrevive das raras palavras.