Coleção pessoal de arthurkolbetz
Cada um de vocês deve fazer de si mesmo uma ilha, deve fazer de si mesmo o seu próprio refúgio; não há outro refúgio. Faça da verdade a sua ilha, faça da verdade o seu refúgio; não há outro refúgio.
Quando nos olhamos no espelho, temos o cuidado de armar a pose mais lisonjeira, a expressão mais agradável. Da mesma forma, cada um de nós tem uma imagem mental de si próprio que enfatiza qualidades admiráveis, minimiza defeitos e omite completamente algumas facetas do nosso caráter. Vemos a imagem que queremos ver, não a realidade. Mas a meditação Vipassana é uma técnica para observar a realidade a partir de todos os ângulos. Em lugar de uma autoimagem cuidadosamente editada, o meditador é confrontado com toda a verdade, sem qualquer censura. Certos aspectos dessa verdade serão, sem a menor dúvida, difíceis de aceitar.
Nunca está em nenhum outro lugar, está sempre aqui e agora. Ao explorarmos o aqui e agora de nós próprios, podemos explorar o mundo. Se não investigarmos o mundo interior nunca poderemos conhecer a realidade - iremos conhecer apenas as nossas crenças ou nossas concepções intelectuais a esse respeito. Porém, pela observação de nós mesmos, podemos vir a conhecer a realidade diretamente e aprender a lidar com ela de uma forma positiva, criativa.
Todo ser humano é condicionado para supor que o mundo real está do lado de fora, que a forma de viver a vida é pelo contato com uma realidade externa, à procura de fontes de informação, físicas e mentais, de fora para dentro. A maioria de nós nunca considerou desligar-se dos contatos com o exterior para ver o que acontece no interior.
Liberdade e amor andam juntos. Amor não é reação. Se eu o
amo porque você me ama, trata-se de mero comércio, algo
que pode ser comprado no mercado. Amar é não pedir nada
em troca, é nem mesmo sentir que se está oferecendo algo.
Somente um amor assim pode conhecer a liberdade. (...)
Quando vemos uma pedra pontiaguda em um caminho
frequentado por pedestres descalços, nós a retiramos não
porque nos pedem, mas porque nos preocupamos com os
outros, não importa quem sejam. Plantar uma árvore e cuidar
dela, olhar o rio e desfrutar a plenitude da terra... para tudo
isso é preciso liberdade – e, para ser livre, é preciso amar
Ser como nada é essencial. Assim como um copo só é útil quando vazio, assim somente quando se é como nada, é possível receber a graça de Deus, a Verdade, o que você quiser.
O pensamento nasce da experiência e do conhecimento, que são inseparáveis do tempo e do passado. O tempo é o inimigo psicológico do ser humano. Nossa ação é baseada no conhecimento e, portanto, no tempo. Assim, o ser humano é sempre escravo do passado. O pensamento é sempre limitado e assim nós vivemos em conflito e luta constantes. Não há evolução psicológica.
A liberdade não é uma reação, nem tão pouco uma escolha. É pretensão do ser humano achar que, por ter escolha, ele é livre. A liberdade é pura observação sem direção, sem medo de punição e recompensa. A liberdade é sem nenhum motivo, a liberdade não está no fim da evolução humana, mas se encontra no primeiro passo da sua existência. Pela observação, a pessoa começa a descobrir a falta de liberdade. A liberdade é encontrada no estar atento, sem escolha, à nossa existência e atividades diárias.
Através do autoconhecimento você começa a descobrir o que é Deus, o que é a verdade, o que é aquele estado que é eterno.
Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível.
As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?
Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo.
Um não dito com convicção é melhor e mais importante que um sim dito meramente para agradar, ou, pior ainda, para evitar complicações.
A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.