Coleção pessoal de ArmanAssan
Quando somos crianças pensamos como crianças e nosso raciocínio é prático embora limitado e cheio de ludicidade, depois de adultos temos um raciocínio ilimitado, mas perdemos a praticidade das crianças e empobrecidos nos despedimos do lúdico, substituímos esta inocência pelas pequenas serventias das mentiras, intolerâncias e hipocrisias que nos assiste mais facilmente que a verdade, e lá vou eu de novo tornando ácida a vida do outro com a 3ª pessoa do plural, e afinal que importa?
O presente que damos para a nossa realização.
Quando era jovem e minha mãe já muito idosa eu a via coar o café em uma cafeteira velha, parcialmente quebrada, já muito usada, feia e literalmente moída, eis que inconformado fui a uma loja de departamento e de surpresa comprei uma cafeteira moderna, toda automática, com ajuste de temperatura, caneca em aço inox, cabiam 1 litro de café e entreguei alegre para minha mãe, que me beijou muito, me abraçou, agradeceu sorridente a colocou em um armário e nunca foi usada, nem mesmo em seu próprio velório.
Passados muitos anos em minhas reflexões entendi que muito de nosso amor só chega a produzir o bem que desejamos quando entendermos a necessidade do outro, minha mãe nesta época vivia sozinha, amava sua independência e fazer tudo segundo o seu jeito, passava café fresco em pouca quantidade 2 vezes ao dia, não enxergava bem e não gostava de tecnologia, pensei muito tempo depois para que então havia eu comprado aquela cafeteira? Simples: Comprei para mim, mas apenas a entreguei para que minha mãe cuidasse e se sentisse feliz para minha realização. Fui assim me lembrando de cada presente que dei a ela...que vergonha senti!
Não é justo suprirmos a nossa necessidade pelo outro, realizando nossos desejos, isto não é doação em amor é falta de maturidade emocional, quase cegueira.
Um coração que só olha para outro dentro da sua própria verdade, e enxerga tudo pelo prisma dos próprios desejos é falho e egoísta.
A nossa maneira de entendermos a vida alheia sem nos colocarmos no lugar do outro nos torna entupidos, grosseiros, sem nada a oferecer. Quando não conseguimos uma leitura clara do outro muito do que ofertamos e chamamos de amor não passa de amor próprio, queremos dar o que nos faz bem, mas temos uma imensa dificuldade de entender que o nosso “valor do bem” não é o mesmo de quem amamos, por mais que sejam boas as nossas intenções.
Sem sequer nos apercebermos acabamos por fazer o melhor para nós mesmos sem darmos de verdade o melhor que poderíamos e desejamos para aqueles a quem amamos.
" Jó em tudo agradava a Deus, e ainda assim o mal lhe tocou em sua família, na sua carne e em seus bens. Não estamos imunes a vida enquanto a terra não nos cobre, ainda porque a morte não nos seja por remédio. Como recebemos o viver nos dá os entendimentos necessários e possíveis; e que muito nos justifiquem; e ainda mais que nos confortem"
“Sabidamente, nestes tempos de consumismos, formam-se facilmente nos corações abundancias de medos e invejas indeclaráveis que juntas produzem as mais variadas formas de frustrações, distorcendo a realidade e cegando o suficiente para que não se possa reconhecer que como indivíduos somos responsáveis a cada ação, a cada decisão que tomamos por suas inevitáveis consequências; e que naturalmente refletem o que somos e a vida que temos. Engana-se quem pensa poder culpar a política, a religião ou a economia pelo mal que faz e permite em si mesmo.”
"Quem sai a procura de um remédio não conseguirá encontrar ao médico, porque propõe a si mesmo recepcionar na jornada as facilidades do muito que não precisa e pouquíssimo quer e enxerga da verdade do que lhe é necessário, mas inevitavelmente a tudo soma ao peso de seu jugo e preciosamente o ajunta e guarda em seu alforje."
" Capitalismo e Democracia só funcionariam como prometido quando os homens deixarem o conforto que o inferno alheio lhes proporciona..."
"A justiça é remédio tardio para a vítima e quando muito vacina para os sãos, não repara o mal e nem extirpa a dor, quando muito apenas suscita outro mal em versões moralmente aceitas e novas dores, não sou dado as ilusões, a justiça é apenas a versão nobre da vingança enfeitada da civilidade que gostaríamos que existisse."
'Somos um país de leis democráticas, direitos socialistas, obrigações monárquicas e cristãs...E nada funciona como se propõe.
"Só o conhecimento de onde nos encontramos produz a luz necessária para diferenciarmos diante dos mesmos fatos as oportunidades dos fatalismos"